RIO DE JANEIRO - Uma briga entre dois jovens na boate Hard Rock Café, na Barra da Tijuca (RJ), foi terminar na delegacia na madrugada de ontem. A confusão aconteceu um dia depois do fim do prazo dado pela Lei 3.790, aprovada pela Câmara Municipal, que obriga a instalação de câmeras de circuito interno de TV e detectores de metais na casas noturnas do Rio. O objetivo: evitar as agressões e ajudar a polícia e o Ministério Público a identificarem os brigões, conhecidos como pitboys.
O gerente do Hard Rock Café, Alex Pongor, afirma que a boate está de acordo com a nova lei. Segundo ele, a casa tem 15 câmeras que filmam não só a parte interna da boate mas também o terraço.
Pongor afirmou desconhecer que tivesse havido qualquer briga de maiores proporções na boate, que recebeu, na madrugada de ontem, cerca de 1.700 pessoas para um duelo entre DJs.
- Tivemos alguns bate-bocas, mas nada fora da normalidade. Mas se houve alguma confusão, poderemos identificar nas imagens, que ficam gravadas - disse Alex Pongor.
A confusão aconteceu por volta das 4h. Segundo o profissional de marketing Marcelo Vital, 25 anos, ele dançava com a sua namorada quando levou um soco na boca de Bruno Amaral, 25.
- Estava dançando e, sem mais nem menos, ele me agrediu. Para mim, ele é um pitboy que estava bêbado e acabou implicando comigo - contou Marcelo, que foi atendido no Hospital Municipal Miguel Couto e levou oito pontos na boca.
No depoimento dado na 14ª DP (Leblon), onde prestou queixa contra Bruno, Marcelo afirma que o motivo da agressão teria acontecido há alguns meses, numa outra festa. Bruno teria sido flagrado por Marcelo beijando a namorada de um amigo seu e chegou até a ameaçá-lo por isso.
- Desde então ele parou de falar comigo - contou Marcelo, ao Jornal do Brasil. Segundo ele, os seguranças da boate chegaram a ver a confusão mas nada fizeram com Bruno, que fugiu correndo.
A versão de Bruno é diferente. Ele negou que tivesse dado um soco em Marcelo e afirmou que também vai registrar uma queixa contra ele.
- Não chegamos a brigar, foi só um empurra-empurra. Mas depois da festa, ele me procurou e quebrou todo o meu carro - alega Bruno, que não quis dar mais comentários sobre o caso para não criar ''polêmica''.
Autor da Lei 3.790, o vereador Rodrigo Bethlem (PMDB) disse que cabe à polícia requisitar ao Hard Rock Café as fitas com as imagens da briga para tentar identificar os possíveis culpados pela confusão.
- No meu entendimento, as boates que não tiverem as imagens poderão ser responsabilizadas - afirmou Bethlem.
O vereador pretende acionar o Ministério Público estadual hoje para fazer, ainda nesta semana, vistorias nas boates e bares do Rio. O objetivo é checar o cumprimento da lei.
As casas noturnas que não tiverem adequadas à legislação podem ser advertidas, multadas e até suspensas de realizar a atividade, em caso de reincidência. A lei foi aprovada em junho, depois que a Câmara Municipal derrubou o veto do prefeito Cesar Maia. As boates tiveram 60 dias para instalar as câmeras e os detectores de metais.
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