Festa em terreiro deixa 25 queimados em Salvador

AgĂȘncia Nordeste

Atualizada em 27/03/2022 Ă s 14h59

SALVADOR - Os tambores que tocavam para IansĂŁ calaram mais cedo no terreiro OminilĂȘ, na II Travessa Serra Verde, no Nordeste de Amaralina, em Salvador. Na noite do sĂĄbado, quando acontecia a festa em homenagem ao orixĂĄ, a faĂ­sca de um foguete, que foi aceso como marco da comemoração, atingiu uma das bandeirolas que enfeitavam o local e provocou um incĂȘndio que deixou feridas 25 pessoas, entre mulheres crianças e idosos, como informa o jornal A TARDE.

A ruazinha onde se localiza o terreiro é bastante estreita, assim como o salão onde ocorria a festa (num casebre branco de dois andares). Pelo tamanho do local, que mal parece caber 50 pessoas, embora o axogum da roça responsåvel pelo terreiro, Alberto Fernandes Damasceno, garantisse que havia quase 300 participando do ritual.

A celebração chegava em um momento culminante, quando um dos participantes dirigiu-se à pequena varanda (também bastante estreita) e acendeu o rojão. O foguete, como é chamado este tipo de fogo de artifício, acendeu, mas parte das chamas, que deveria sair pelo cano longo de papelão, retornou pelo local do pavio, conforme explicou o axogum.

O fogo atingiu uma das bandeirolas e se alastrou pelo teto do salão. Segundo Alberto, é comum, durante as festas do candomblé, fogos serem acesos em homenagem aos orixås. Ele disse ainda que o ocorrido foi um acidente, que não é nenhum tipo de sinal divino, e que a programação do calendårio de festas vai continuar normalmente.

“Vamos apenas providenciar extintores para ficar mais seguros”. O agoxum disse ainda que a situação foi contornada sem a participação do Corpo de Bombeiros. Os próprios moradores da rua espremeram-se na saleta para tentar apagar as chamas e apagaram, sem maiores prejuízos para o imóvel.

SAÍDA ESTREITA - Dentro do local, podia-se ver marcas das chamas no teto e nas paredes laterais. Nenhuma das bandeirolas “sobreviveu” ao fogo que se espalhou pelo teto e atingiu muitos dos que participavam da festa. Somente no Hospital Geral do Estado, 25 pessoas deram entrada por volta das 23h43, com queimaduras de 1Âș, 2Âș e 3Âș graus, em vĂĄrias partes do corpo.

Ontem Ă  tarde, muitos ainda nĂŁo tinham recebido alta, mas o axogum garantiu que “nĂŁo houve mortes”. Segundo ocorrĂȘncia registrada no posto policial da unidade de saĂșde, houve um grande pĂąnico no local. Uma mulher, que nĂŁo quis se identificar, disse que foi uma “loucura”, que havia pessoas se jogando pela varanda da casa e gritando.

Diego Lino Guerreiro, 16 anos, que estava com a mão esquerda enfaixada, disse que foi atingido quando se aproximou da porta que då acesso ao espaço e foi surpreendido pelas chamas e quentura que saíam do local. O acesso ao salão onde ocorreu o acidente é bastante estreito, através de uma escadinha que mal cabe uma pessoa, o que indica que muitos tiveram dificuldades de fugir quando o fogo se alastrou.

De acordo com a ocorrĂȘncia policial do HGE, havia muitas pessoas no andar tĂ©rreo da casa que saĂ­ram ilesas do ocorrido. Entre os que deram entrada na unidade de saĂșde, havia duas crianças de 10 anos, uma de quatro anos, alĂ©m de Antoniel AlaĂ­de Bispo, 72 anos, e Clotilde dos Santos Silva, 67. AtĂ© o final da tarde de ontem, nenhum Ăłbito foi registrado.

De acordo com o axogum Alberto, foram policiais militares que ajudaram a socorrer e encaminhar as vĂ­timas para o HGE, mas o estranho Ă© que o fato nĂŁo chegou a ser registrado na 7ÂȘ Delegacia (Rio Vermelho), responsĂĄvel pela ĂĄrea e nĂŁo houve nenhum tipo de perĂ­cia tĂ©cnica no local.

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