Chefes do tráfico de PE mortos em operação na Bahia

Agência Nordeste

Atualizada em 27/03/2022 às 15h14

RECIFE - Uma investida da Polícia Federal (PF) no município baiano de Pilão Arcado, a 765 quilômetros de Salvador, resultou, ontem, na morte de dois dos principais integrantes do clã Araquan, controlador do tráfico de maconha no Interior de Pernambuco. Clayton e Walter Araquan, acompanhados de seu bando, foram surpreendidos por uma equipe de 30 policiais, ao tentarem assaltar uma agência do Banco do Brasil, às 12h de ontem.

Os federais, das unidades de Salgueiro, Salvador, Aracaju, Brasília e Juazeiro, realizavam uma operação em busca de roças de maconha na região quando se depararam com os bandidos, que estavam fortemente armados. A abordagem foi seguida de uma troca de tiros, que resultou ainda na morte do agente Klaus Henrique Teixeira de Andrade e de Pedro Coelho, um pedreiro que estava dentro da agência no momento da investida, contratado para fazer uma reforma no local.

Três agentes federais saíram feridos: Henrique Terêncio da Cunha Silveira, 29 anos; Orlando Tolentino Ramos, 32; e um terceiro identificado apenas como Aziz. Eles foram encaminhados a hospitais de Juazeiro e de Petrolina e já estão fora de perigo. Segundo informações da Polícia Federal de Juazeiro, o restante da quadrilha se espalhou em direção ao Piauí, à cidade de Remanso e à caatinga. A operação de captura foi reforçada por três helicópteros com agentes de Brasília. Até o encerramento desta edição, a polícia não havia encontrado os criminosos.

Clayton e o primo Walter vinham sendo procurados pela polícia desde maio de 2001, quando fugiram da Cadeia Pública de Salgueiro (a 518 quilômetros do Recife). Além do envolvimento em tráfico de drogas e de armas, os Araquan são conhecidos por uma antiga rixa com a família Benvindo, que já envolveu várias gerações e ocasionou dezenas de mortes em ambas as famílias, no chamado Polígono da Maconha, no Sertão de Pernambuco.

A rixa entre as famílias rivais - Araquan e Benvindo - manchou de sangue a história do Sertão pernambucano e não deve ser esquecida pelas próximas gerações. O saldo de mortes já passa de 60. Em novembro de 2000, no entanto, houve o primeiro ensaio de uma tentativa de paz entre os clãs. O acordo foi assinado, oficialmente, no Fórum de Salgueiro, a 523 quilômetros do Recife, sendo acompanhado por cinco deputados estaduais que integravam a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pistolagem e do Narcotráfico.

No acordo, ficou definido que, num período de seis meses, as famílias não poderiam pisar nas cidades dos rivais. No Sertão, o pacto foi visto com restrições entre os moradores e autoridades judiciais, que temeram por um descumprimento entre os clãs. Mas, surpreendentemente, a trégua está reinando até hoje: desde o período da assinatura, não houve assassinatos entre os Araquan e os Benvindo.

* Colaborou Carolina Miranda, da Folha de Pernambuco

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