BRASÍLIA - As causas do acidente ocorrido no Centro de Lançamento de Alcântara, no estado do Maranhão, que matou 21 técnicos e trabalhadores do programa espacial brasileiro, serão analisadas em conjunto pelas Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), de Fiscalização e Controle (CFC) e de Educação (CE).
Deverão comparecer à reunião os ministros da Defesa, José Viegas Filho, e da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, além do presidente da Agência Espacial Brasileira, Luiz Bevilacqua, e do presidente da comissão criada para investigar a tragédia, coronel Antônio Carlos Cerri. A reunião, que será realizada em caráter reservado, está marcada, preliminarmente, para a próxima quinta-feira (28), a partir das 10h.
O senador Hélio Costa (PMDB-MG), um dos autores do requerimento sugerindo a reunião, anunciou que vai indagar aos ministros e autoridades ligadas ao programa espacial brasileiro se a explosão poderia ter ocorrido em virtude de “interferências eletrônicas vindas de navios estrangeiros ancorados na baía de São Marcos”, que fica próxima à baseZZ - Será que esses navios poderiam ter interferido, eletronicamente, na performance do lançamento? - indagou Hélio Costa, ao informar que essa hipótese, “que não pode ser descartada”, foi levantada quando ocorreu o primeiro acidente na base de Alcântara, em 1997.
Na época, lembrou o senador, navios de bandeira estrangeira estavam ancorados na baía, e técnicos em eletrônica chegaram a advertir que as embarcações poderiam ser as responsáveis pelo acidente, em virtude de possíveis interferências eletrônicas. O senador quer saber, por isso, se no momento da explosão ocorrida semana passada, algum navio estrangeiro estava ancorado na baía.
- A grosso modo, vê-se que a explosão foi causada pela ignição extemporânea de um dos motores do foguete. Objetivamente, podemos dizer que motores não entram em funcionamento por combustão espontânea, pois precisam se acionados. O que ocorreu então? Esta é a questão que precisa e deve ser respondida - afirmou Hélio Costa, ao observar, tomando por base depoimentos técnicos, “ser até mesmo fácil reproduzir uma interferência eletrônica emitindo sinais de rádio ou comando de computador para um sistema como o utilizado na seqüência de partida dos foguetes da base de Alcântara”.
Hélio Costa disse que não acredita em sabotagem, mas alertou que apenas cinco países - Estados Unidos, França, China, Ucrânia e Japão - detêm a sofisticada tecnologia de lançamento de foguetes. A atividade, notou, representa um comércio de cerca de US$ 32 bilhões anuais, e o Brasil é o único país em condições de, atualmente, disputar uma posição neste setor.
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