SÃO PAULO - Promotores da Infância e da Juventude descobriram ontem, na Febem de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, mais de 30 pedaços de paus e ferros que, segundo eles, seriam utilizados para torturar adolescentes internos na unidade. O material estava escondido em sacos plásticos e de estopa, embaixo de uma prateleira, no almoxarifado da unidade. O local tem acesso restrito a funcionários.
- É um arsenal -, afirmou o promotora Sueli Riviera.
As caracterÃsticas do material levam os promotores a acreditar que eles eram usados para espancar os internos. Alguns pedaços de madeira tinham pregos nas pontas. Outros tinham também empunhaduras. No meio do material, os promotores encontraram um cassetete de borracha do tipo usado pela polÃcia.
Além do cuidado com que o material estava embalado, o local onde foi guardado chamou a atenção dos promotores.
- É um local de acesso restrito, onde guardam produtos de limpeza, álcool e objetos cortantes -, disse Sueli.
Segundo ela, os funcionários e a direção da unidade afirmaram não saber como nem por que o material estava no almoxarifado.
O fato será investigado pela polÃcia e incluÃdo na ação contra a unidade de Franco da Rocha, que abriga 350 infratores reincidentes graves, como assassinos, assaltantes de bancos e membros de grupos criminosos. A unidade só continua a funcionar por força de liminar pedida à Justiça pelo estado.
Os promotores foram ontem a Franco da Rocha por causa de denúncia feita na segunda-feira por um grupo de mães. Segundo elas, seus filhos estavam sendo torturados.
Para o advogado Ariel de Casto Alves, membro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil , o encontro do material comprova as torturas.
- A Febem tem que apurar se a direção da unidade tinha conhecimento do fato e punir rapidamente os responsáveis -, disse.
Em nota, a Febem informou que já abriu sindicância para apurar a origem do material. A instituição afirmou que não compactua com a prática de violência nas unidades e que tem investigado todas as denúncias feitas pelo Ministério Público. Segundo a Febem, desde o ano passado, 1.300 funcionários foram demitidos por inadequação funcional.
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