Ele já responde por outro feminicídio

Polícia prende suspeito de assassinar a indígena Joanilde Guajajara no interior do Maranhão

A vítima foi morta a golpes de faca, na noite de quarta-feira (21), dentro de casa, no bairro Industrial, em Amarante do Maranhão.

Imirante.com, com informações da TV Mirante e g1 MA

Atualizada em 23/08/2024 às 18h29
Foto: Divulgação

AMARANTE DO MARANHÃO - A polícia prendeu, no fim da manhã desta sexta-feira (23), Wendel Silva Machado, suspeito de assassinar a própria mulher, a indígena Joanilde Rodrigues Paulino Guajajara, de 33 anos. A vítima foi assassinada a golpes de faca, na noite de quarta (21), na cidade de Amarante do Maranhão, interior do Estado.

Wendel Silva foi preso no povoado Piripiri, entre as cidades de Amarante e Grajaú. No momento da prisão, o suspeito reagiu a abordagem policial e acabou sendo baleado no calcanhar. Ele foi levado para um hospital, para tratar o ferimento e, em seguida, será levado para o Plantão Central em Imperatriz, onde será ouvido.

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De acordo com o delegado Alex Coelho, da Delegacia Regional de Imperatriz, o suspeito foi capturado enquanto tentava fugir da região.

“Ele estava em fuga, ainda, ele estava se escondendo. Inclusive, nessa madrugada, ele realizou o roubo de uma moto, para continuar a fuga dele. E a equipe da Delegacia de Amarante, juntamente com a Polícia Militar, conseguiram localizá-lo e prendê-lo”, informou o Alex Coelho.

O delegado Alex Coelho ainda informou que desde o dia do crime, a polícia estava em busca do suspeito, considerado de "extrema periculosidade", pois já é suspeito de praticar outro feminicídio.

“Em 2021 ele cometeu esse homicídio, foi preso em flagrante. A investigação foi conduzida pela Delegacia de Homicídios de Imperatriz e, um tempo depois, ele estava respondendo em liberdade. E, infelizmente, aconteceu também esse fato em Amarante, e as equipes empregaram esforços para localizá-lo e prendê-lo o mais rápido possível, porque é um indivíduo de extrema periculosidade”, destacou o delegado.

Com a prisão de Wendel Machado, a Delegacia de Amarante do Maranhão, que investiga o caso, tem 10 dias para concluir a investigação e enviar o inquérito policial ao poder judiciário e ao Ministério Público.

Joanilde Rodrigues Paulino Guajajara, de 33 anos. Foto: Redes Sociais

Ministra Sônia Guajajara lamenta feminicídio

Na tarde desta quinta-feira (22) a ministra dos Povos Indígenas, a maranhense Sônia Guajajara, se manifestou sobre o feminicídio da indígena Joanilde Rodrigues Paulino Guajajara, de 33 anos, que foi morta a golpes de faca. O crime aconteceu na noite dessa quarta (21), na residência da vítima, no bairro Industrial, na cidade de Amarante do Maranhão.

Por meio das redes sociais, a ministra destacou ter recebido com “profunda tristeza e revolta” a notícia da morte da técnica de enfermagem Joanilde Guajajara, que era do Território Indígena Arariboia, e foi morta pelo próprio marido, identificado como Wendel Machado, que fugiu após o crime.

Leia, na íntegra, a manifestação da ministra sobre o caso

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Mais uma vítima de feminicídio! Recebi com profunda tristeza e revolta a notícia sobre o assassinato brutal de Joanilda Guajajara do meu Território Indígena Arariboia pelo seu marido em Amarante (MA).

Quando falamos que mulheres não estão seguras sequer em sua própria casa, é sobre isso. Joanilda foi morta em sua residência, lugar que deveria ser um espaço seguro para ela e para todas as mulheres.

Joenilda, jovem mulher indígena, mãe, técnica de enfermagem é mais uma vítima do feminicídio em nosso país. Não podemos aceitar que situações como essa continuem acontecendo, que mulheres percam suas vidas dia após dia em uma cultura machista que viola nossos corpos e nos violenta diariamente.

Meus sinceros sentimentos a toda a família, que além de parentes, são meus amigos e toda a solidariedade aos amigos e amigas de Joenilda. Desejo muita força nesse momento tão difícil e que a justiça seja feita.

Suspeito já responde por outros crimes

De acordo com a polícia, Wendel Silva Machado responde processo em Amarante do Maranhão por lesão corporal contra Joanilde e a filha dela, enteada dele. O crime foi praticado em 2014. O homem também foi condenado em Amarante do Maranhão por porte ilegal de arma de uso permitido em 2023.

A polícia informou que Wendel Silva responde, ainda, pelo assassinato de Carla Tayra Sousa de Oliveira, de 19 anos. O crime aconteceu em 2021, na cidade de Imperatriz, município localizado a 636 km de São Luís. Nessa época, Wendel já estava morando com Joanilde Guajajara.

Wendel Silva Machado e Carla Tayra Sousa de Oliveira. Foto: Reprodução/TV Mirante

Após a morte de Carla Tayra, Wendel ficou preso por menos de seis meses, mas ganhou liberdade condicional, sem ter sido julgado pelo crime de feminicídio.

De acordo com a polícia, o corpo de Carla Tayra foi encontrado na Avenida Pedro Neiva de Santana, com diversas perfurações de faca. Horas depois o suspeito do crime foi localizado bebendo em um bar no bairro Bacuri. A caminhonete que tinha sido vista por testemunhas foi apreendida pela polícia. A perícia afirmou ter encontrado sangue humano no veículo.

Wendel e Carla se conheceram pela internet e, em um mês, passaram a morar juntos. Nesta mesma época ele também mantinha relacionamento com Joanilde, que teria terminado por conta da traição.

Segundo a família da jovem, o relacionamento durou pouco mais de sete meses, mas era bastante conturbado. Vários episódios de violência ocorreram neste período. Segundo a mãe da vítima, Carla tinha voltado para casa, mas aceitou sair com Wendel para conversar no dia do crime.

 

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