Constipada e sem sexo

Magui não sabia se ria ou se chorava – talvez as duas coisas ao mesmo tempo. Depois de um fim de semana de romance, voltou pra casa como uma bomba-relógio prestes a explodir. Quatro dias sem fazer cocô, minha amiga, e o resultado era uma dor de barriga daquelas de fazer você seguir a luz.

Lá estava ela, sentada no carro do Jorge, tentando segurar o esfíncter com a força de um guerreiro em batalha, enquanto ele falava sobre os países que queria visitar antes dos 50. Magui, na sua luta pessoal, pensava: "Eu só quero visitar o meu banheiro e sobreviver a essa crise existencial!" Pra distrair a mente do caos intestinal, ela abriu o Instagram e começou a deslizar o dedo na tela, fingindo interesse em qualquer coisa que não fosse o risco de um desastre no estofado do carro dele.

Chegando ao prédio, ela mal ouviu Jorge se despedir, porque sua cabeça já estava no elevador. Ao fechar das portas, Magui liberou todos os gases presos que quase a fizeram flutuar! Era uma sinfonia de puns, uma ópera gasosa, com a acústica perfeita do elevador dando um show de reverberação.

Ao abrir a porta do apartamento, ela correu para o banheiro como uma atleta de elite, com a bolsa no ombro e o celular ainda na mão. Não havia tempo a perder – a missão era clara! Sentou no trono de porcelana, soltou a bolsa e colocou o celular na pia. Aí começou o espetáculo.

O que aconteceu foi uma mistura de terror com alívio profundo de uma experiência espiritual. O esforço para expulsar as fezes duras era acompanhado de gemidos de filme dramático. Quando finalmente as pedras foram expelidas, veio o alívio orgásmico das fezes macias. Magui quase viu anjos cantando, mas, antes que pudesse se recuperar, as fezes amolecidas começaram a sair com uma pressa e um som característico.

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Eis que surge a irmã de Magui. De fora do banheiro, ela pergunta como foi o fim de semana. Magui, no meio da sinfonia intestinal, diz que não fez sexo e nem cocô. E seguiu naquela conversa casual bem vinda, depois de liberar tudo o que segurou por quatro dias.

Enquanto narrava a viagem e sua luta contra a constipação, a irmã, rindo do lado de fora, gritava: “Fecha essa porta, pelo amor de Deus! Esse cheiro tá insuportável!” Sentando no sofá, a irmã notou algo estranho e gritou: “Magui, sua louca! Você está fazendo uma LIVE no Instagram!!! Tem 45 pessoas vendo o teto do banheiro e ouvindo tua sinfonia de fogos anais!”

Magui congelou. O coração disparou, mas não havia mais nada a ser feito. Era tarde demais. Em segundos, ela agarrou o celular, cancelou a live e se jogou de volta no trono, desta vez entre lágrimas de riso e desespero. Naquele dia, além de conseguir finalmente se aliviar, Magui se tornou a protagonista de uma das lives mais memoráveis da internet.

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