As escolas de samba Mangueira, Unidos de Vila Isabel e Unidos de Viradouro foram os destaques do segundo dia do Grupo Especial do Carnaval do Rio, em uma noite marcada por muitos enredos que destacavam questões raciais e de negritude.
Mocidade, Portela e Paraíso de Tuiuti também desfilaram ao longo da noite de segunda-feira (12) e da manhã desta terça-feira (13).
Apesar de alguns sustos com alegorias, nenhuma escola estourou no tempo de desfiles. E assim como aconteceu na primeira noite, o tempo se manteve firme e sem chuva.
Depois de bater na trave do rebaixamento e ficar no 11º lugar em 2023, a Mocidade de Padre Miguel apostou no enredo "Pede caju que dou... pé de caju que dá!". O desfile focou no pseudofruto brasileiro e o costurou com diferentes pontos culturais do país.
A comissão de frente fez uma brincadeira com a banana abrindo caminho para o caju — e se destacou ao “teletransportar” uma dançarina da avenida para o meio das arquibancadas. A escola também contou com uma ala formada totalmente por homens gays, que faziam uma coreografia com leques.
A bateria empolgou com longos paredões, que permitiam que público e membros da escola se concentrassem no samba.
Um problema para tirar o abre-alas da área de dispersão gerou um atraso geral na escola, que teve de se apressar para finalizar seu desfile. No fim, completou a apresentação no último minuto do tempo limite.
A Portela falou sobre a importância do afeto e da ancestralidade feminina em uma história inspirada no romance “Um defeito de cor”, que se baseia na carta de Kehinde (Luiza Mahin), mãe do líder abolicionista e poeta Luiz Gama. Ana Maria Gonçalves, autora da obra, veio como destaque de um dos carros.
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A Vila Isabel, que ficou com o terceiro lugar em 2023, reeditou o enredo "Gbalá - Viagem ao templo da criação". Mais de trinta anos depois, a escola fez uma releitura da obra, trazendo a mensagem sobre o mal que o ser humano pode fazer à terra, e ainda destacou que salvação está nas crianças.
A Mangueira apostou em uma homenagem a Alcione, que completa 50 anos de carreira, no enredo "A negra voz do amanhã" para tentar seu 21º título na elite carioca. O desfile levou diversas estrelas à Sapucaí. Logo na alegoria pede passagem, Maria Bethânia foi a primeira delas.
O quarto carro ainda levou diversos amigos da homenageada, como Taís Araújo, Regina Casé e atrizes que interpretaram Alcione no musical do teatro. A última alegoria foi estrelada pela cantora com uma coroa na cabeça.
Oitava colocada no carnaval de 2023, a Paraíso do Tuiuti levou para a avenida a história do "almirante negro" João Cândido Felisberto, líder da Revolta da Chibata.
Atual vice-campeã do carnaval do Rio, a Viradouro levou um enredo baseado nas crenças voduns de povos africanos e na força das mulheres que formavam a poderosa irmandade de guerreiras.
A comissão de frente chamou a atenção com uma enorme serpente, que surgia entre o balé e deslizava pelo chão da Sapucaí. O terceiro carro da agremiação, representando a proteção mística e lealdade, foi todo feito com ferro-velho do barracão.
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