PH: Carnaval de Eulálio no Rio Poty
E mais: Carnavais de antigamente
Carnaval de Eulálio no Rio Poty
Juiz de Direito dos mais competentes e atuantes do Maranhão, Eulálio Figueiredo é compositor nas horas vagas e um apaixonado pelo Carnaval.
Nascido em 12 de fevereiro, ele aproveita esta Segunda-Feira Magra da folia de 2024 para comemorar sua nova idade com um almoço carnavalesco, a partir das 13h, no restaurante “Tarrafa´s” do Rio Poty Hotel.
Vai ser festa para entrar pela tarde e varar a noite com muito samba e animação.
Carnaval é mais do que uma festa
Os brasileiros são quase uma personificação do Carnaval! Mesmo quem não gosta muito da festa tem algum apreço por tudo o que ele representa na nossa cultura.
A brasilidade certamente passa pelo Carnaval, momento de alegria, música, dança, festas, mistura de gente, beleza e criatividade.
Sim, somos reconhecidos no mundo como um povo criativo! Por isso a gente se perguntou: como as organizações podem beber dessa fonte e aprender mais sobre criatividade, característica fundamental para conquistar a inovação tão importante para o universo dos negócios?
Claro que esse é um tema abrangente com muitas possibilidades de reflexão que nos exigiria quilômetros de texto (a antropologia, a sociologia e a psicologia estudam esse fenômeno popular desde sempre) mas mesmo olhando só sob algumas perspectivas é possível extrair importantes e valiosos insights.
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Por ser um festejo popular, é costume no Carnaval fazer fantasias e carros incríveis a partir de poucos recursos. Mesmo nas Escolas de Samba, olhando de perto as fantasias, vamos perceber que são produzidas a partir de materiais baratos, mas que bem trabalhados por uma equipe afiada e bem gerida, se transformam em objetos suntuosos.
E isso, envolvido por todo um storytelling bem construído e incorporado por toda a comunidade dá origem a um grande projeto sempre inovador e de projeção internacional.
Uma Escola de Samba, olhada pela perspectiva de empresa, tem muito a nos ensinar sobre produção, gestão de projetos, cultura e treinamento.
E por que as pessoas se engajam no projeto do Carnaval, mas nem sempre conseguimos esse engajamento nas organizações?
Obviamente o amor pela festa ou pela escola fazem as pessoas se envolverem naquele propósito, mas uma coisa chama a atenção, que é a ambiência.
Certamente a aura que envolve o Carnaval estimula tudo isso: um ambiente alegre, cheio de referências, multicolorido, de relacionamentos leves que estimulam a criatividade.
E a criação é dita como algo divino, não por acaso.
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Essa descrição de ambiente serviria para contar sobre os escritórios “descolados” e famosos do Google, por exemplo, além das transformações nos espaços e rituais de muitas empresas que acolheram a criatividade.
E essa semelhança certamente não é algo aleatório.
Domenico De Masi, sociólogo Italiano e autor do conceito do “Ócio Criativo” ficou mundialmente famoso pela frase: “O único trabalho que não pode ser eliminado na sociedade do conhecimento é o trabalho criativo” porque entendeu que o futuro da humanidade vai exigir de nós três coisas: “trabalhar para gerar riquezas, aprender para gerar o saber e se divertir para criar alegria (equilíbrio emocional)”.
Ou seja: o mercado precisa cada vez mais da criação humana para se desenvolver, gerar novos negócios e incrementos. E o homem precisa criar para ter saúde emocional já que a criatividade é o principal reflexo da capacidade do homem de sonhar e a inovação nada mais é do que o ato de tangibilizar um sonho, trazer para a vida uma boa ideia.
Mas para que isso seja possível é preciso que o ambiente estimule, que as pessoas tenham ferramentas (conhecimento de metodologias, experiência de vida, etc) e recursos (escassez ou abundância). E é justamente isso que o Carnaval propicia. Pode reparar!
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Dentro desse contexto, fica claro que daí decorre o erro de uma série de organizações que, na tentativa de se modernizarem, reformulam os escritórios, mas não cuidam dos outros aspectos da cultura fundamentais para um ambiente de inovação.
É preciso, além do escritório bacana, oferecer recursos (ampliar o repertório, oferecer diversidade verdadeira e acesso à cultura de uma forma ampla: música, arte, Carnaval…) e tempo!
Tempo é fundamental e quem está mergulhado na rotina corporativa não tem espaço mental e afetivo para sonhar, e nem liberdade para criar. E isso não significa falta de gestores, mas direcionamentos claros, autonomia e um projeto claro com expectativas alinhadas.
Além disso, o Carnaval é uma perfeita expressão da economia criativa e já contém em si conceitos importantes da contemporaneidade: o valor econômico da originalidade, dos processos colaborativos e da prevalência de aspectos intangíveis na geração de valor, fortemente ancorada na cultura e na diversidade, o trinômio tecnologia, mão-de-obra capacitada e geração de direitos de propriedade intelectual pela valorização da autenticidade e do intensively cultural único.
É… o Carnaval é mesmo muito mais do que só uma festa.
Carnavais de antigamente
A moda, agora, é o Carnaval retrô. Aquele mesmo, das antigas, com um toque moderninho. É a nostalgia vestida de Colombina, abrindo os braços e falando bem alto: – Vem! Vem pular comigo! Eu voltei! Eu voltei!
Também pudera. Quem viveu (e até quem só ouviu falar) dos Carnavais de outrora entende os motivos por trás do desejo de (re)viver o passado – aqueles blocos cheios de purpurina, o samba cadenciado arrastando as chinelas nos paralelepípedos, os tradicionais bailes nas agremiações sociais.
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Confesso que joguei muito confete e serpentina nos salões do antigo Lítero, na Praça João Lisboa. Ou do Casino, na Beira-Mar. Ou no Jaguarema, no Anil.
Foi lá, naqueles ambientes de tantas histórias, que aprendi todas as marchinhas que você e eu sabemos de cor – sim, porque todo mundo conhece aquelas canções de versos fáceis e espirituosos. Algumas acabaram “canceladas” por destilar preconceitos, é verdade, mas outras seguem firmes, fortes e atuais.
Tenho para mim que, enquanto houver quem cante, não vão morrer. Jamais.
A identificação com as festas de Momo é tanta, que muitos brasileiros têm certeza de que o Carnaval nasceu aqui. Onde mais haveria de ser? Quando descobrem que não é bem assim, ficam surpresos.
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A celebração ancestral ganhou o mundo na carona da fé católica, desde a Roma antiga. É a festança que antecede o período de resguardo – a Quaresma, a 40 dias da Páscoa, quando os devotos se abstêm de comer carne.
A palavra Carnaval vem do latim “carnelevarium”, algo como “eliminar a carne”. É, portanto, o excesso antes da penitência. O exagero.
Por aqui, a tradição carnavalesca chegou a bordo das caravelas portuguesas, desembarcou e se instalou de vez. Você pode até detestar a muvuca, mas há de admitir: o furdunço tornou-se tão popular entre nós que o ano só começa, mesmo, depois da Quarta-Feira de Cinzas (melhor nome, impossível).
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Neste Carnaval, aquele menino de serpentinas e de confetes nas mãos vai renascer nos velhos novos bloquinhos de rua, que irão ocupar São Luís e cidades do Interior, com ares de antigamente. Colombina, dando gargalhada, vai cair na gandaia e gritar, cheia de animação:
– Daqui não saio, daqui ninguém me tira!
Arlequim e Pierrô
Já que o clima é dos ‘carnavais de antigamente’, selecionei para esta edição uma obra clássica do pintor francês André Derain (1880-1954): Arlequim e Pierrô. A tela de 1924, do acervo do Musée de l?Orangerie, em Paris, retrata os dois personagens nascidos no teatro italiano conhecido como Commedia dell?Arte. Eles também inspiraram – e ainda inspiram – as fantasias mais tradicionais das festas de Momo, junto de Colombina. No pincel de Derain, ganham ar melancólico. Seria o fim da festa?
DE RELANCE
Carnaval sem trabalho infantil
Neste Carnaval, em meio a tanta folia, é essencial não perder de vista uma realidade preocupante: a persistente presença do trabalho infantil.
Ano após ano, essa festividade, que deveria ser marcada por alegria e diversão, também expõe uma sombra que paira sobre a infância de muitas crianças.
Os últimos dados do IBGE, referentes a 2022, são um alerta contundente. Quase 2 milhões de crianças e adolescentes, entre cinco e 17 anos, estavam inseridos no cenário do trabalho infantil no Brasil. Entre eles, um preocupante recorte de 756 mil enfrentava as piores formas de trabalho infantil (TIP).
O Carnaval, como uma expressão cultural rica e diversificada, deve ser moldado por valores que repudiam a exploração infantil – e, por isso, a urgência em combater o problema demanda uma ação coletiva.
É essencial que a sociedade, as autoridades e os organizadores de eventos estejam unidos para implementar medidas preventivas e educativas.
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Ao optarmos por não adquirir produtos de crianças, ao recusarmos serviços oferecidos por elas e ao denunciarmos casos por meio de canais como o Disque 100 ou Ministério Público do Trabalho, estamos solidificando uma postura de repúdio a essa prática.
O trabalho infantil não apenas priva as crianças de vivenciar plenamente a infância, mas também as submete a sérias violações de direitos, incluindo exploração sexual e violência física ou psicológica.
Essas experiências podem deixar cicatrizes profundas, afetando não apenas o desenvolvimento físico, mas também impondo impactos psicológicos e sociais de longa duração.
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É bom lembrar que a proibição do trabalho infantil no Brasil é respaldada pela Constituição Federal, que estabelece que nenhum adolescente com menos de 16 anos deve trabalhar, exceto como aprendiz a partir dos 14 anos.
A Fundação Abrinq, comprometida com a causa, mantém o site Não ao Trabalho Infantil, para mobilizar a sociedade sobre a temática.
Enquanto celebramos o Carnaval, não podemos esquecer que a proteção das crianças é uma responsabilidade compartilhada.
Costura
Entusiasmado com o novo plano de reindustrialização apresentado pelo governo federal, senadores se movimentam e já começaram a costurar junto ao presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a criação de um movimento para debater a posição da Amazônia diante da nova estratégia que prevê o investimento de R$ 300 bilhões até 2026.
A ideia dos senadores é reunir forças políticas das regiões Norte e Nordeste do país para que ambas sejam beneficiadas com um projeto industrial desconcentrado e digitalizado que priorize a bioeconomia, uma das seis missões definidas para o plano.
Ajustes
Aloizio Mercadante já adiantou que, como presidente do BNDES, compartilha das mesmas preocupações e por isso acolheu a ideia, que tem a convicção de que a promoção da bioeconomia na Amazônia depende do desenvolvimento das cadeias produtivas.
Dentro dessa perspectiva da nova indústria brasileira, tanto a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) como o Banco da Amazônia precisarão ajustar suas políticas para garantir o futuro sustentável da economia na região.
Decisão carnavalesca
Soa carnavalesca a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, determinando que a Procuradoria-Geral da República investigue a ONG Transparência Internacional por apropriar-se de recursos públicos no Brasil.
A decisão ocorreu seis dias após a Transparência Internacional criticar a decisão de Toffoli suspendendo as provas e multas bilionárias aplicadas às empresas Odebrecht e J&F nos acordos de leniência da Operação Lava-Jato.
Para escrever na pedra:
TRIVIAL VARIADO
Sonolência e confusão mental - Pacientes com cirrose podem ter sintomas compatíveis com demência. Estudo mostra que 50% desenvolvem encefalopatia hepática.
Crime contra a criança - Número de denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil on-line é o maior em 18 anos. Houve 71.867 registros em 2023.
Dengue avança - O Brasil pode chegar a 4,2 milhões de casos da doença em 2024, estima a secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Cenário positivo - O setor de serviços cresceu 2,3% em 2023 em relação ao ano anterior. Foi o terceiro ano de crescimento consecutivo.
Dia 11 na história: em 1969, nasceu a atriz norte-americana Jennifer Aniston. E em 2019, morreu o jornalista e radialista argentino naturalizado brasileiro Ricardo Boechat. Um grande e talentoso amigo.
– O que o vidro disse para o espelho? – Nossa! Você reflete muito sobre todas as coisas!
Caixa de fósforo vira pandeiro, as palmadinhas marcam o ritmo e dá vontade de se levantar. Muitas pessoas, que nunca foram dessas cadências, de repente se põem a mexer os quadris, desajeitadas, feito gringas com vontade de chegar lá.
Da infância vem a memória de Benito de Paula, cantando triste e bonito, “ensaiei meu samba o ano inteiro, comprei surdo e tamborim, gastei tudo em fantasia, era só o que eu queria, e ela jurou desfilar pra mim”.
Eram os retalhos de cetim de algum Carnaval que não terminou bem.
Saiba Mais
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