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Pergentino Holanda
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Pergentino Holanda

PH: O Natal não existia antes do Natal

E mais: Rumo a Buenos Aires

PH

Atualizada em 26/12/2023 às 10h19
Modelo, atriz e cantora, a maranhense Surama de Castro passa as festas de fim de ano em São Luís. Como sempre faz quando nos visita, quinta-feira foi ao almoço da confraria, no Rio Poty Hotel, acompanhada do sobrinho Alberto Soares e Fonseca

O Natal não existia antes do Natal

Hoje se faz a festa muitos dias antes da data: presentes, jantares, abraços, votos. Quando eu era criança (uns 200 anos atrás) o Natal era na noite de 24 e o dia seguinte inteiro. Presente, só no dia 25, de manhã. A grande ceia, com o peru caipira e festivo, salada de frutas, champagne, cerveja, uísque e vinho, reunia família e parentada ao redor da enorme mesa, à meia-noite, na virada da véspera para o dia. Hoje, as pessoas, parece, se desvencilham dos compromissos natalinos, antecipando tudo.

O bom é que sobra tempo para o melhor da festa: os filmes de Natal. São todos maravilhosos. Por mais babaca e infeliz que seja o filme, se tiver luzinhas, presente embrulhado, Papai Noel e essas baboseiras, é tiro certo. O motivo é simples: não há nada mais artificial do que o Natal. Votos de paz e harmonia num mundo em guerra. Então o filme de Natal rema contra a corrente, destaca o conflito que emerge nesse momento. Por ser conflito em confronto com a festa oficial, todo filme de Natal é um deslumbre. Desde a obra-prima de Capra, A felicidade não se compra (It´s a wonderful life), até Anjo de Vidro, de Chazz Palmintieri.

Narrativa de americanos e europeus

Devido ao excesso de grana e poder, os americanos e europeus dispõem de recursos técnicos e humanos para fazer o que querem como bem entendem.

Foi assim que eles transformaram os filmes de Natal num gênero, que aborda o conflito em tempos que deveriam ser de harmonia. Não lhes falta o principal: escritores, roteiristas, que decifrem o enigma que é colocar algo na tela e que funcione como cinema, seja do tipo que for.

Se você pega uma obra como Germinal, de Emile Zola, e dali tira um filme soberbo com Gérard Depardieu, todo mundo é capaz de enxergar uma representação das grandes greves das minas no século 19.

Mas existe a visão de Zola, sua arte, sua narrativa. Nós, o que temos? Escritores magníficos, mas nos falta essa visão grandiosa da nação e do seu povo. Tudo aqui tem que ser desconstruído. Brasileiro não presta, dizemos o tempo todo para todo mundo.

O livro sobre Garrincha

Ruy Castro, por exemplo, escreveu livros maravilhosos como Chega de saudade, sobre a bossa nova, e a biografia de Nelson Rodrigues. Mas cometeu um livro como a biografia de Garrincha, onde a maior parte das páginas estão voltadas para a tragédia do alcoolismo. Ou seja, Garrincha bebia e morreu por isso, ponto.

O resto fica em segundo plano, principalmente a grandeza do personagem. O filme A Estrela Solitária é mais do que isso: é crime hediondo. Nele, Garrincha trepa, ponto.

A sombra de Garrincha

Garrincha, que na visão de Joaquim Pedro era a Alegria do povo, é no livro de Ruy o fígado podre e, no filme, que é baseado no livro, o pau grande. É de lascar. O negócio é chafurdar na sombra, esquecendo que Garrincha significa o esplendor de uma época, junto com Pelé.

Assim como Pelé não é ET (por isso o filme sobre ele se chama Pelé ETerno), Garrincha não era uma estrela solitária (entendi, é a estrela do meu Botafogo, ok, mas fica sendo a metáfora da solidão do personagem). Fazia parte de um grande time, jogava ao lado de grandes craques. Era a expressão de um conjunto, de uma sociedade, de uma nação vitoriosa, não um bebum que se suicidou à toa no álcool.

Os americanos tratam seus personagens que caíram em desgraça com extrema generosidade, pois isso faz parte da sobrevivência de uma nação. Não se pode enterrar o país todos os dias como fazemos. Até o Bobby Darin, que era um cantor de segunda, ganhou magnífica cinebiografia. Por que Mané tem que aparecer trôpego se esfregando em tristes carnes em todas as cenas e dando sorrisos marotos de grande comedor?

Para mim, essas baixarias estão na cabeça de quem escreve ou filma. Não se trata de esconder o conflito, mas tratar o conflito como algo humano, e não um caso sem solução. A desgraça pode ser redimida, o conflito pode ser tratado com menos brutalidade. Isso não se faz. No fundo, é o velho ódio contra o Brasil Soberano: é imperioso destruir o Brasil e tudo o que ele significou.

Gratidão sempre

Quero agradecer a todos que me enviaram, por e-mail ou pelo Instagram, as mensagens de Boas Festas. O Natal é uma data importante. Ainda existem árvores bem decoradas, sapatinhos embaixo delas e presentes. E há a expectativa da ceia, da confraternização, das emoções. Mas passa rápido. Hoje já é dia 26, depois Ano Novo e pronto, estamos em 2024.

Foram assim os sucessivos anos em que nos metemos a viver nesta terra. Convocados pelo Mistério, estamos aqui, juntos, no mesmo lugar, querendo escapar dos pepinos, tentando ser maiores do que os conflitos, procurando de qualquer maneira habitar o espírito seco de tanta indiferença. Mas agora não é hora de escrever nada. Este ano escrevi demais. Chega a dar um fartão. Por que tanta palavra, meu Deus? Porque essa é a vocação, este é o tempo e sua urgência e esta é a oportunidade de dizermos alguma coisa.

Pois vamos continuar dizendo. Enquanto isso for possível e houver esperança. Feliz Natal, e que nossa amizade, fortalecida pela escrita e a leitura, continue firme.

Edital e tecnologia

O Banco da Amazônia anunciou a abertura das inscrições para o edital de Seleção Pública de Pesquisa Científica e Tecnológica 2024.

Com o objetivo de direcionar investimentos para projetos que irão gerar novos conhecimentos, tecnologias e inovação, que contribuam para a melhoria da qualidade de vida da população na Amazônia, a instituição irá disponibilizar R$ 800 mil para impulsionar os projetos selecionados, dando prioridade a propostas que estejam alinhadas com a sua atuação na Amazônia Legal.

Na última visita que fez a São Luís, dona Stela Medeiros com o Reporter PH

Dona Stela Medeiros

Minha cidade natal, Presidente Dutra, sofreu uma grande perda na noite de Natal, com o falecimento, em Brasília, de Dona Stela Medeiros, 102 anos.

Ela era cearense mas veio residir em Presidente Dutra no início dos anos 50 do século passado, com o marido João Medeiros e os filhos.

Vizinhos dos meus pais, de quem eram grandes amigos, eles foram pioneiros no setor de hotelaria da cidade, com a Pensão de Dona Stela, que oferecia os mais deliciosos quitutes da culinária cearense.

Muito amiga de nossa família, ela visitou São Luís quando completou 100 anos e tivemos a alegria de recepcioná-la com um almoço a que estiveram presentes algumas de suas filhas.

Dona Stela Medeiros com as filhas e o jovem amigo da família, vereador André Jardins

DE RELANCE

Um menino esquecido no Natal

A companhia aérea norte-americana, Spirit Airlines, enviou por engano uma criança de 6 anos para um aeroporto diferente de seu destino original, onde o menino iria passar o Natal, nos Estados Unidos. A criança deveria chegar ao Aeroporto de Fort Myers, na Flórida (EUA), na última quinta-feira (21), segundo relatou a avó do menino. Ele embarcou sozinho na Filadélfia (EUA) para encontrar a família antes do recesso de final do ano.

Porém, a avó tomou um grande susto ao ser informada de que apenas a bagagem do menino chegou ao destino. A criança foi enviada para o Aeroporto Internacional de Orlando, que fica há mais de 380 km de distância do Aeroporto de Fort Myers.

A avó teve que fazer uma viagem de quatro horas de carro para buscar o menino. Ela disse que o percurso foi uma das experiências mais “aterrorizantes” da sua vida.

Um menino esquecido no Natal...2

Em nota ao NY Post, a Spirit Airlines reconheceu o descuido e ofereceu reembolsar os custos da viagem.

“A criança sempre esteve sob os cuidados e supervisão de um membro da equipe da Spirit, e assim que descobrimos o erro, tomamos medidas imediatas para nos comunicar com a família e reconectá-los.”, disse a companhia aérea.

A Spirit Airlines permite que menores não acompanhados, com idades entre 5 e 14 anos, viajem domesticamente nos Estados Unidos em voos diretos.

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Uma investigação interna está sendo conduzida pela empresa para apurar o erro.

“Esqueceram de mim”

O caso remete ao enredo da franquia “Esqueceram de mim”, estrelada por Macaulay Culkin, que é até hoje um dos maiores clássicos dentre os filmes de Natal.

Nas duas histórias uma criança acaba sozinha e longe do seu destino original, criando grande preocupação para os familiares.

Em “Esqueceram de Mim 2" (1992), o garoto Kevin McCallister acidentalmente embarca no avião errado e vai parar em Nova York, enquanto sua família está em Miami.

Da mesma forma, Casper foi enviada para o Aeroporto Internacional de Orlando por engano, causando apreensão na família que tenta desesperadamente resgatá-lo.

As aventuras de uma “criança abandonada” na véspera de Natal se tornou um dos maiores clássicos do cinema e, até hoje, vive no imaginário da cultura Ocidental.

Porém, viver essa experiência na “pele” não se parece nada com um filme de comédia, conforme relatado pela avó da criança norte-americana.

Rumo a Buenos Aires

Rosimar e José Carlos Salgueiro reuniram toda a família em sua residência para a Noite de Natal e na manhã de hoje embarcam com filhos, noras e netos para Buenos Aires, onde passam o Réveillon e ficam até a primeira semana de janeiro.

Na volta, fazem escala em São Paulo para comemorar a nova idade de Alessandra, no dia 7.

Rosimar e José Carlos Salgueiro embarcam hoje para Buenos Aires levando toda a família

Brasileiros e etnias

Divulgados no fim de semana, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam o Pará como o Estado com o maior percentual de brasileiros que se declaram pardos (69,9%).

Já a maior proporção de autodeclarados brancos está no Rio Grande do Sul (78,4%) e o maior percentual de pretos foi registrado na Bahia (22,4%).

Amarelos têm maior proporção em São Paulo (1,2%). Já Roraima tem mais indígenas (15,4%).

A população parda é predominante em 3.245 municípios (ou 58,3% do total), seguida pela população branca, em 2.283 (40%).

Mesmo correspondendo a menos de 1% da população total, os indígenas são o grupo predominante em 33 municípios.

Brasileiros e etnias...2

Uiramutã, localizado em Roraima, é o município com maior percentual de indígenas no Brasil. Dos 13.751 moradores, 96,6% se autodeclaram como povo originário.

Em seguida aparecem Santa Isabel do Rio Negro, no Amazonas, com 96,2%, e São Gabriel da Cachoeira, também no Amazonas, com 93,2%.

No Maranhão, a etnia com a maior população são os guajajaras, com 24.428 pessoas, sendo a língua guajajara a língua indígena mais falada no Nordeste e uma das mais faladas no país, com mais de 8 mil falantes.

A população indígena no Maranhão, corresponde a 0,84% da população total, ocupando o estado a 12ª colocação no ranking de proporção indígena nos estados e terceira no Nordeste.

E representa 3,38% da população total de indígenas no país, sendo a oitava maior população indígena do país.

Imbróglio da Servi Porto

Há quase quatro anos, a empresa Servi Porto, que opera na travessia aquaviária por ferryboats na Baia de São Marcos, está sob intervenção estadual. Nesse ínterim, as três embarcações da empresa confiscadas foram sucateadas por falta de manutenção e operam sem licenças, por falta de compromisso com as normas legais. A justificativa do poder público é que a prestação do serviço era de baixa qualidade.

No entanto, até agora não houve licitação no Maranhão para que as empresas que operam esse transporte entre a Ilha de São Luís e o continente passassem a ter concessão do serviço. Há somente uma autorização. Logo, se a empresa estava operando de forma deficiente, o mais cetro é que fosse afastada da operação e não tomada de seus proprietários.

A Servi Porto é uma empresa de capital privado, portanto, fez, durante os anos em que operou, sob a gestão dos proprietários, investimentos na compra das embarcações e para a manutenção dessas. No entanto, após o confisco pelo governo, os proprietários foram afastados, sem direito a nenhuma prestação de contas. 

Para escrever na pedra:

“O nosso direito de consumir felicidade sem produzi-la não é maior do que o de consumir riquezas sem produzi-las.” De George Bernard Shaw.

TRIVIAL VARIADO

Vestibular 60+: a UnB abre nesta terça-feira, 26, as inscrições do vestibular para pessoas com 60 anos ou mais. São ofertadas 136 vagas.

Sono ruim: não dormir o suficiente pode causar ansiedade e até depressão, indica estudo da Universidade Estadual de Montana, nos EUA.

Churrasco brasileiro: picanha brasileira é eleita o melhor prato do mundo em 2023 por ranking internacional, superando a pizza napolitana.

Riscos à saúde: sociedades médicas pedem à Anvisa medidas contra uso indiscriminado de implantes hormonais, os “chip da beleza”.

Rumo a Fortaleza: Vanuza e Benjamin Franklin Alves embarcam hoje para Fortaleza, onde ficam até o começo do Ano Novo.

Mudança de idade: duas figuras muito queridas da sociedade maranhense mudam de idade nesta terça-feira – Sônia Sebba Couto e Ana Karin Andrade.

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