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Pergentino Holanda
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Pergentino Holanda

PH Revista: Primeira mulher a compor o TCE em 77 anos

E mais: Para o jantar em família

PH

Atualizada em 23/12/2023 às 09h42
É destaque de Capa do PH Revista deste fim de semana, a primeira mulher a compor o TCE em 77 anos de história da Corte de Contas, a atual procuradora-geral do Ministério Público de Contas, Flávia Gonzalez Leite

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Memória afetiva

Nas últimas semanas, duas palavras tomaram conta dos conteúdos produzidos por esta coluna: memória afetiva. Não tem jeito, as festas de fim de ano são carregadas de boas lembranças, de momentos com quem amamos, de partilha em volta da mesa.

Sabores e aromas clássicos desta época tomam conta das nossas casas. Ao escrever este texto, consigo sentir o cheirinho da farofa temperada que a minha mãe preparava em todo Natal e do peru que minha avó assava dias antes.

Desejamos um Feliz Natal a todos vocês. Que a noite do dia 24 também seja com pitadas de esperança, amor, saúde e muita paz.

Porta-Copos

O Natal chegou e as perguntas que mais respondo são: qual espumante servir, se o espumante da promoção é bom, qual rótulo dar de presente para o gestor.

Parece simples, mas sempre precisamos de mais algumas informações, como quanto se quer investir, como será o consumo e, claro, qual o gosto pessoal.

A partir dessas respostas, conseguimos ser mais assertivos nas dicas. Pensando nisso, preparamos um miniguia para as compras de final de ano, com base nos tipos de eventos. Apostamos em produtos nacionais, já que somos unanimidade quando o assunto é qualidade.

Para o jantar em família

Em torno da mesa, na ceia ou até nos pré-jantares, espumante é sempre a pedida. Além de ser um curinga para harmonização, também proporciona o brinde tão desejado nesta época de final de ano.

Aqui a sugestão são espumantes champenoise, com a segunda fermentação dentro da garrafa, que apresentam mais estrutura na boca, perfeitos para acompanhar os pratos na mesa.

Para presentear, espumantes com denominação de origem são ótimas opções por manterem a qualidade de um determinado terroir.

Além de frescos e saborosos, são elaborados a partir do método tradicional (champenoise), com tempo mínimo de 12 meses de autólise (contato com as leveduras).

Para o happy hour com os amigos

Encontro com os melhores, com quem esteve junto durante o ano todo, na boa e na ruim. Um momento de confraternização com quem escolhemos dividir a vida. Aqui, sai a quantidade e entram os motivos e os sentimentos.

Relembrar, reviver e se emocionar com a retrospectiva do ano enquanto cada taça vem coroar as lembranças.

Cabe um rótulo especial, que conta um pouco sobre a amizade de vocês. Seja charmat ou champenoise.

Para a confraternização

Aqui é para lembrar e dar risada dos bons momentos vividos juntos ao longo do ano.

O espumante entra para brindar as recordações e mostrar o quanto valeu a pena estar ao lado daquelas pessoas.

Geralmente, nessas festas, cada um leva uma garrafa, as taças realmente entram para celebrar, são coadjuvantes.

Então, a sugestão são rótulos charmat, elaborados em autoclaves, cítricos, frescos e que convidam para seguir brindando.

Em clima de fim de ano, com as luzes do Natal, Glória e Itaquê Mendes Câmara ao lado de Rose e Eli Medeiros, que passam o Natal com os filhos e netos em São Luís e na quarta-feira vão passar o Réveillon com o pai dele, em João Pessoa

Ranço ancestral

Tenho um ranço ancestral com aquela música de Natal que diz “seja rico ou seja pobre o velhinho sempre vem”. É a maior mentira cantada em todos os tempos. O velhinho, o Papai Noel, é uma invenção cruel para as crianças pobres, muitas das quais escrevem cartinhas que nem sempre terão respostas. E o que era para ser uma fantasia inspiradora torna-se um poço de frustrações.

Venho de uma família do interior do Estado que sempre tratou o Natal como um feriado religioso e não como uma noite de comilança, bebida farta e troca de presentes.

À luz do lampião de querosene, não fazia sentido esperar a meia-noite. Então dormíamos cedo e comemorávamos o Natal no almoço do dia 25, com uma comida um pouco melhor, mas sem faltar o peru ou o capão e, claro, raros presentes.

Ranço ancestral...2

Isso não fez de mim um insensível em relação ao Papai Noel. Mais tarde, com a chegada da TV, criamos o Natal em família e adotamos a prática de trocar presentes, mas eles sempre souberam de onde vinham.

E como deixava tudo para a última hora, era uma correria que tornava dezembro um mês infernal. Depois evoluímos para o amigo secreto, e hoje nossos presentes são simbólicos.

Da minha família e dos meus amigos só quero o afeto, mas isso não quer dizer que tenha algum preconceito contra as tradições, a troca de presentes, a mesa com tantos pratos que ao fim da ceia seguem intocados. Cada um sabe da sua vida e temos de respeitar as opções.

Neste Natal, desejo a você, caro leitor, as três coisas que me são mais caras neste momento: saúde, amor e paz. Sem elas, todos os desejos perdem o sentido.

É hora de deixar para trás as picuinhas que dividem as famílias e afastam os amigos. Sejamos tolerantes, respeitemos as diferenças e juntemos forças para lutar por um planeta melhor. 

Entusiasmo

Com a liberação da segunda parcela do 13º salário, o varejo brasileiro faz grande sua aposta nas vendas deste fim de ano.

Grupos do varejo fecharam as encomendas à indústria com a expectativa de vender 15% a 20% mais que em 2022. Em algumas redes, as projeções devem ultrapassar 30%.

Entre as razões que levaram o comércio varejista a reforçar seus estoques estão renda e emprego preservados, crédito facilitado e inadimplência baixa.

Além desses motivos, o varejo também conta com um outro aliado fundamental, o preço baixo.

Tiro no pé

“Bandido bom é bandido morto”. Muita gente repete essa bobagem acreditando que é uma solução. Ao contrário. É uma causa. Uma das principais.

Se hoje nossos presídios são controlados pelas facções criminosas, é porque, em um determinado momento, as cadeias foram transformadas em depósitos de pessoas que não merecem estar vivas.

Em vez de tentar recuperar, apenas punir. Punir deveria ser parte da tentativa de ressocialização. Há, sim, os irrecuperáveis. A eles e a todos, o máximo rigor da lei.

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O outro extremo, que considera o bandido uma pobre vítima do sistema, é a versão esquerdoide do mesmo equívoco.

Tiro no pé...2

No Brasil, punir se transformou em um exercício torpe de vingança. A partir daí, criou-se um vácuo no sistema carcerário. E vácuos são rapidamente ocupados. Assim nasceu o Estado Islâmico, por exemplo.

Hoje, quem recebe e cuida dos jovens nas prisões são as facções e as igrejas. A conversão a uma delas é praticamente o único caminho de sobrevivência.

Enquanto o Estado não retomar suas funções, diretamente ou fiscalizando a atuação de terceiros, só haverá mudanças para pior.

A reconquista do espaço vai ser dolorida e difícil, mas terá de ser feita. Fora disso, estaremos apenas dando paracetamol para um paciente com câncer.

Fogos sem barulho

A festa de Réveillon na orla de várias capitais do país neste ano tem um detalhe que conquistou a minha simpatia: os fogos serão silenciosos.

É o que manda a lei, mas nem todo mundo respeita.

O barulho dos fogos fere os ouvidos dos autistas e dos animais de estimação, além de prejudicar pacientes internados em hospitais que não têm um isolamento acústico perfeito.  

DE RELANCE

Feriado a partir de 2024

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é oficialmente feriado em todo o país. Na última quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o projeto de lei com essa determinação. O texto havia sido aprovado pelo Congresso Nacional no fim de novembro.

A data era feriado apenas em seis Estados (Mato Grosso, Rio de Janeiro, Alagoas, Amazonas, Amapá e São Paulo) e em mais de 1,2 mil cidades por meio de leis municipais e estaduais, mas a partir de 2024 deverá ser observada em todo o território nacional.

Trata-se de uma homenagem que remete à data estimada da morte do líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores do Brasil durante o período colonial, de resistência contra a escravização negra no país.

A escritora Ana Luiza Almeida Ferro decidiu inova este ano: fez uma foto com sua mãe Eunice ao lado da árvore de Natal para enviar aos amigos com votos de Boas Festas

O sentido

Não vejo mais sentido enterraram o país vivo e ele se debate dentro de mim como se eu fosse o mar do seu naufrágio.

Nada cicatriza. Os dias se esvaem, frios. O sonho tornou-se proibido. Existir cobra pedágio. O troco é esse vazio

Perdemos alguém íntimo. As estações competem nas catástrofes. O mundo não vira o disco e nos imobiliza.

Haverá esperança como num tempo havia? Qual mecanismo a trará de volta? Inútil o silêncio e o grito. Precisamos de algo mais alto.

O que ignoramos, talvez quando tínhamos tudo, a resistência de granito que passava desapercebida. O amor vestido de soldado.

Depois de um certo tempo

Fica estranho depois de um certo tempo. O mundo construído já não existe mais. As pessoas são outras, inclusive você é algo além da solidão, é como num filme em que nada faz sentido para o sobrevivente e ele percorre as ruas se fazendo perguntas, mas ninguém responde e fica por isso mesmo.

Não há Deus que te acuda, ele faz parte da trama. A fé é a moeda que depositas na mão de Caronte, o barqueiro invisível que já levou tantos. O pior é que o pesadelo jamais se soluciona. Somos criaturas de um universo em pânico na mão das providências espirituais e quânticas. É algo longe da aposentadoria ou dos balanços.

Tens a poesia e ela já não dá mais conta. O que fazer de dia quando a espera prepara a noite? Como reconhecer a sina, e quem dirá a senha?

Teu corpo reclama e cansas de procurar ajuda. Estás sem apoio, como todos, enquanto o sol desce como pomba ferida no furo do horizonte.

Habitas agora o deserto guardado por um anjo.

Nenhuma fantasia

Nenhuma fantasia substitui o que és, de fato, esse perfil fruto do toque do cinzel em pedra bruta, essa formação de escura geografia, perdida no tempo imaturo, esse dia visto pela vez primeira.

Nenhuma fantasia substitui essa poesia de gestos e carnificina, linhagem de anzóis em correnteza, jugo em pânico da beleza.

Por mais chapéus que ponhas e mantos e brocados e cabelos desfeitos ou arrumados e pinturas, nunca terás nada além do que tu mesmo, criatura de um deus teimoso, vergonha da família, carregador de piano em concertos mudos.

E verás as fotos do que eras, mas cavocando mais, no sacrifício despontará tua dor eterna de permanecer vivo.

Mensagem

De Clarice Lispector, para este fim de ano: “Há impossibilidade de ser além do que se é, no entanto eu me ultrapasso mesmo sem o delírio, sou mais do que eu, quase normalmente. Tenho um corpo e tudo que eu fizer é continuação de meu começo... A única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais...”

Para escrever na pedra:

“O caminho que pouca gente escolhe geralmente é o certo. O que fica cheio de ervas e que parece mais difícil em geral é o melhor”. Sabedoria da Cabala.

TRIVIAL VARIADO

Pela primeira vez, houve inversão de posições entre os grupos étnico-raciais no país, segundo o IBGE, que leva em conta como os entrevistados se autodeclaram.

Comparando o Censo de 2022 com o de 2010, a parcela da população preta também aumentou, enquanto a branca apresentou redução.

A Petisqueira da Mamãe, no Renascença, entrou de recesso ontem e só reabre no dia 12 de janeiro de 2024. Jália e Anderson Theodomiro vão passar a temporada de recesso visitando a família dele em Minas Gerais.

Depois de dar um susto nos amigos, nocauteados mais uma vez pela Covid-19, Thatiana e César Bandeira já estão negativados e voltaram a circular nos salões elegantes de São Luís.

Cida e José Aparecido Valadão reuniram os filhos Gustavo e Gabriela e outros familiares e amigos e foram jantar, sexta-feira, na Cabana do Sol da Ponta do Farol.

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