AVENTURA EM ALTO MAR 🌊

Cisne Branco: conheça as curiosidades do navio-veleiro que representa o Brasil em eventos nacionais e internacionais

Navio-veleiro da Marinha do Brasil esteve ancorado em São Luís com visitação aberta ao público. Embarcação, construída em esteleiro na Holanda, conta com inúmeras curiosidades ao longo dos seus 23 anos de operação.

Imirante

Atualizada em 06/09/2023 às 19h22

SÃO LUÍS - Com 23 anos de operação e muita história em suas engrenagens, o navio-veleiro Cisne Branco, da Marinha do Brasil, esteve ancorado em São Luís com visitação aberta ao público. 

A embarcação que tem como missão representar o Brasil e a Marinha em eventos náuticos nacionais e internacionais, despertou a curiosidade de centenas de maranhenses que foram até o Porto do Itaqui, ver de perto todo o design arrojado e clássico do veleiro e, se encantar com as aventuras que o navio já vivenciou.

O Imirante.com fez uma visita exclusiva ao navio-veleiro e mostrou de perto, com detalhes, como funciona a embarcação e contou algumas curiosidades sobre o Cisne Branco. 

Cisne Branco e o descobrimento do Brasil 

O Cisne Negro possui mais de 2 mil metros quadrados de área vélica e tem mais de 25 velas que são responsáveis por colocar o navio em alto mar. Ele foi construído em 1999, no estaleiro Damen, na Holanda, o navio foi incorporado à Marinha em 2000, como parte dos eventos de comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil. 

Uma das curiosidades da embarcação é sobre a primeira rota realizada por ele. O roteiro escolhido saiu de Portugal em direção ao Brasil. Ao Imirante.com, o tenente Luiz Teixeira, ajudante da divisão de máquinas do navio, explicou que a ideia era retratar a rota do descobrimento, feita há mais de 500 anos pelos portugueses. 

“Uma das coisas mais curiosas sobre esse veleiro foi sua primeira viagem feita em 2000. A rota escolhida saiu de Portugal em direção ao Brasil e o intuito, na época, era retratar como os portugueses fizeram a rota do descobrimento. Esse é um dos muitos motivos nos quais o Cisne Branco se torna um veleiro especial”, conta. 

Cisne Branco

Design do século XIX 

Após sair do convés do navio, quem visita o Cisne Branco tem a oportunidade de entrar em áreas comuns do veleiro. O design clássico, com lustres antigos, móveis e objetos refinados, dão todo o charme à embarcação, que conta com 71 tripulantes. 

O projeto do navio-veleiro foi inspirado em desenhos de veleiros velozes que foram construídos no fim do século XIX. O Cisne Branco é da classe Clipper de veleiros, uma das últimas embarcações que foram usadas para fazer as rotas mercantes, na época da colonização. 

Ao Imirante.com, o tenente Luiz Teixeira explica que o vitral central presente em um dos espaços do veleiro não estava no projeto inicial de construção do navio. Com imagens da Baía de Guanabara, a peça foi um presente do estaleiro para a Marinha e a ideia, era aproximar os tripulantes da sua casa, durante o período em que estavam em alto mar. 

“O vitral não estava no projeto inicial e foi um presente do estaleiro para a Marinha do Brasil. Nele há imagens do Rio de Janeiro, da Baía de Guanabara, da nossa base naval, justamente para que todas as vezes que os tripulantes sentissem saudade de casa, eles lembrassem da sua missão e de que voltariam para casa”, conta. 

Os lustres do veleiro que possuem um design arrojado, também chamam atenção por sua beleza e simplicidade e possuem um movimento que se adequa ao balanço do mar. Em outro espaço, há uma imagem de Nossa Senhora da Boa Esperança, santa que é uma das padroeiras e protetoras dos navegantes. 

Em homenagem à Santa, o espaço onde ela está colocada recebeu o apelido de “lobby da Santa”. A imagem é uma réplica da mesma santa que havia dentro da caravela de Pedro Álvares Cabral na época do descobrimento do Brasil.

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Cisne Branco

Moeda no mastro 

Apesar de ser um dos veleiros mais jovens da frota, o Cisne Branco conta com uma série de curiosidades um tanto quanto peculiares. Uma delas é relacionada ao “lobby da moeda”, um espaço dentro do veleiro e que concentra a estrutura do mastro principal da embarcação. 

O mastro tem 46 metros de altura, o equivalente a um prédio de 15 andares. Na época da construção da embarcação, uma moeda foi colocada na base principal do mastro antes de ser soldado. A tradição vem da mitologia grega que fala sobre moedas que eram colocadas nos olhos dos parentes que perderam entes queridos, como forma de “pagar” a viagem do barqueiro que fazia a travessia das almas para o mundo dos mortos. 

O tenente Luiz Teixeira explica que, para manter a tradição, um ofício foi enviado para o estaleiro na Holanda pedindo que a moeda fosse soldada na estrutura. O objetivo era garantir a proteção geral de todos que estivessem na embarcação.

A moeda é de 1936 e chegou a circular na sociedade brasileira. Na época, ela valia cerca de 100 réis. Nela, está gravada a imagem do Marquês de Tamandaré, que é patrono da Marinha. 

 

Marinheiros armados 

Um dos espaços mais importantes do veleiro, possui também uma história curiosa com o seu nome. Trata-se da “Praça d’Armas”, um local que é de uso exclusivo da tripulação onde acontecem as refeições, instruções, reuniões, palestras e encontros diplomáticos. 

O nome, um tanto diferente, vem de outra curiosidade que se confunde com a história dos marinheiros. Na época das grandes navegações, não existiam muitos voluntários a serem tripulantes de navios, principalmente por medo, já que existiam lendas sobre a presença de monstros marinhos em alto mar, o que assustava as pessoas. 

Na época, muitos presidiários eram convocados, a ‘força’ a participarem das expedições. Com medo dos novos voluntários, os marinheiros andavam armados, já que não confiavam tanto em seus novos tripulantes. 

Aventuras em alto mar 

O navio-veleiro Cisne Branco esteve aberto a visitação por dois dias em São Luís. O sucesso foi tanto que as vagas para viver essa experiência náutica esgotaram em poucas horas. 

Com o fim da temporada na capital maranhense, o navio segue por outras cidades do litoral do Nordeste. Um dos pontos que mais chamou a atenção dos tripulantes, foi a adesão do público ludovicense em conhecer de perto essa joia da Marinha do Brasil. 

“A tripulação do navio de maneira geral fica muito satisfeita, para gente é uma honra poder receber o pessoal. A gente só cuida do navio, que na verdade é de toda a população brasileira. Para a gente é uma honra receber os verdadeiros donos da embarcação a bordo, mostrar um pouco da nossa história, como a gente está cuidando de um bem público da melhor forma. As pessoas vêm, fazem perguntas, tiram dúvidas e por vezes até de como ingressar na marinha, então em uma oportunidade dessa a gente tá gerando o sonho de uma criança ou de um futuro marinheiro”, finalizou. 

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