COLUNA
Pergentino Holanda
O colunista aborda em sua página diária os acontecimentos sociais do Maranhão e traz, também, notícias sobre outros estados e países, incluindo informações das áreas econômica e política.
Pergentino Holanda

Indumentária maranhense no Fairmont Rio

E mais: Pedido cada vez mais raro

PH

Atualizada em 12/06/2023 às 08h17
Socialite Narcisa Tamborindeguy ao lado de Bete Floris

O São João do Maranhão tem mesmo repercutido de maneira positiva ao redor do Brasil. Afinal, é uma festa diferenciada com elementos marcantes e rica indumentária. Um exemplo são os belos chapéus de vaqueiros usados pelos brincantes de bumba meu boi, que ganham a atenção até de gente famosa. Neste registro, a socialite Narcisa Tamborindeguy, ao lado de Bete Floris, usa um lindo exemplar em sua festa junina realizada no Hotel Fairmont Rio Copacabana

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Pedido cada vez mais raro

É namoro ou amizade? Rolo, caso, ensaio de amor, romance ou pura clandestinidade? “Qual é a sua, meu rapaz?!”, indaga a nobre gazela. E o homem do tempo nem chove nem molha. Só no mormaço, só na leseira das nuvens esparsas.

No tempo do amor líquido, para lembrar o título do ótimo livro de Zygmunt Bauman sobre a fragilidade dos encontros amorosos, é difícil saber quando é namoro ou apenas um lero-lero, vida noves fora zero.

Cada vez mais raro o pedido formal de enlace, aquele velho clássico, o cara nervoso, se tremendo como vara verde: “Você me aceita em namoro?”, ou “Você quer namorar comugo?”. O tempo passava e vinha mais um pedido clássico e igualmente tenso. 

O pedido de noivado. Mais adiante, a hora fatal, mais uma tremelica do jovem mancebo: “Você me aceita em casamento?”. E pedir a mão, aos pais, meu Deus, não havia nervosismo maior! Para muitos, melhor seria tomar um conhaque na esquina para encorajar-se.

Pedido cada vez mais raro 2

São raros, raríssimos hoje, esses nobres pedidos. Em alguns setores mais modernos e urbanos, digamos assim, talvez nem exista mais. A maioria dos homens, além de não pedir em namoro, além de não pegar no tranco, ainda corre em desespero diante de uma sugestão ou proposta de casamento feita pela moça.

O capítulo bom da história é que agora as mulheres também partem para o ataque e, diante de uns temerosos ou acanhados sujeitos, escancaram suas vontades, suas paixões, e fazem suas apostas, seus pedidos, põem na mesa os seus desejos e as cartas de intenções.

Pedido cada vez mais raro 3

Voltando ao mundo dos homens, lembro que era bem bacana esse suspense masculino do “você quer namorar comigo?”. Havia sempre o medo do fora. Um sim, mesmo o mais previsível, era uma festa.

No tempo do “ficar”, quase nada fica, nem o amor daquela rima antiga. Alguns sinais, porém, continuam valendo e dizem muito. O ato das mãozinhas dadas no cinema, por exemplo, ainda é o maior dos indícios. 

Tanto quanto um buquê de flores, mais do que uma carta ou um email de intenções, mais do que uma cantada nervosa, mais do que o restaurante japonês, mais do que um amasso no carro, mais do que um beijo com jeito, daqueles que tiram o gloss e a força dos membros inferiores.

“Vamos pegar uma tela, amor?”, como se dizia não muito antigamente. Eis a senha. Mais até do que um jantar à luz de velas, que pode guardar apenas um desejo de sexo dos dons Juans que jogam o jogo jogado e marketeiro.

Pedido cada vez mais raro 4

O cinema, além da maior diversão, como diziam os cartazes, é a maior bandeira. Nada mais simbólico e romântico.

Os dedos dos dois se encontrando no fundo do saco das últimas pipocas... Não carecem uma só palavra, ainda não têm assuntos de sobra. Salve o silêncio no cinema, que evita revelações e precoces besteiras.

Ah, os silêncios iniciais, que acabam voltando depois, mas voltando sem graça, surdo e mudo, eterno retorno de Jedi. Nada mais os unia do que o silêncio, escreveu mais ou menos assim, com mais talento, claro, Murilo Mendes, poeta dos melhores e mais líricos.

Marco Duailibe, secretário municipal de Cultura de São Luís, e Henrique Almeida, secretário adjunto, soltando a voz durante a apresentação do Boi de Axixá no Arraial da Cidade, na Praça Maria Aragão. A toada era Bela Mocidade

De relance

Arraial da Cidade

Depois de uma estreia triunfal na sexta-feira (9), o Arraial da Cidade, montado pela Prefeitura de São Luís na Praça Maria Aragão (Beira-Mar), contagiou o público que marcou presença no sábado (10) e ontem, terceira noite de festança junina, com o esperado show do cantor Tierry.

Do Cacau ao Açaí

O cultivo de cacau e açaí deve começar este ano, com cerca de 1 mil hectares de cultivo no Estado do Pará. Ao todo, 30 mil hectares devem ser plantados com as frutas nativas da Amazônia pela empresa, que projeta chegar em 2030 como detentora da maior produção individual de cacau do mundo.

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Do Cacau ao Açaí 2

A companhia investe em tecnologia de ponta e planejamento minucioso para alcançar esse objetivo, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico e a preservação ambiental das regiões onde atua.

Parada do Orgulho LGBT

O Maranhão marcou presença com uma das maiores delegações dos últimos tempos da 27ª Parada do Orgulho LGBT na ensolarada manhã do último domingo, em São Paulo. Algumas pessoas estavam enroladas na bandeira do arco-íris, outras estavam fantasiadas, e as tradicionais drag queens apostaram em visuais chamativos para a festa. Na programação dos trios elétricos, que desceram a Rua da Consolação em direção ao centro da cidade, apresentam-se artistas como a maranhense Pabllo Vittar, Daniela Mercury e Mc Soffia.

Parada do Orgulho LGBT 2

O foco da parada deste ano foi a luta pela inclusão das políticas públicas para a comunidade LGBTQIA+. O manifesto desta edição destacou que a maioria dos planos, programas, projetos, serviços e benefícios públicos são direcionados de forma dissimulada para famílias e indivíduos cisgêneros e heterossexuais. Segundo o manifesto, essas distorções ficam evidentes quando a comunidade LGBTQIA+ busca fazer parte desses programas.

A dupla sertaneja Fernando & Franco com a cantora Ivete Sangalo nos bastidores do São João da Thay. Os irmãos deram um show na apresentação para o numeroso público que lotou o estacionamento do São Luís Shopping no último dia 7 de junho

Sociologia de luto

Esta semana teve um sabor amargo para aqueles que cultuam o gigante francês da Sociologia, Alain Touraine. Dedicando a sua vida ao estudo dos movimentos sociais, de operários franceses a mineiros chilenos, passando pela Paris no Maio de 1968, Touraine era seguido e respeitado mundialmente. Nome fundamental da Sociologia, influente intelectual francês, seguido e respeitado mundialmente, Alain Touraine morreu em Paris, na manhã da última quinta-feira, aos 97 anos.

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Foi graças ao brasilianista Giles Lapouge e ao jornalista brasileiro Napoleão Sabóia, que morou 40 anos em Paris, que estive algumas vezes com esse grande intelectual do nosso tempo. Os três são, agora, apenas um retrato na parede. Pesquisador na área da Sociologia do Trabalho e aplicando a maior parte do seu labor e saber ao estudo dos movimentos sociais, Touraine afirmava, olhando para o seu longo percurso, ter tido como “primeira grande tarefa” a elaboração de uma “sociologia do sujeito”, como dito a este Repórter PH quando de um desses encontros descontraídos no Café de La Paix, em Paris.

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Nascido em 1925 em Hermanville-sur-Mer, começou por realizar trabalho de campo, nos anos 1950, junto dos operários franceses da Renault e foi observador atento do Maio de 1968 e um dos primeiros a refletirem sobre os seus impactos e significado (era então professor na Universidade de Paris X –  Nanterre, um dos focos da rebelião). Alain Touraine passou pelo Chile, junto de mineiros e operários da siderurgia, testemunhando o golpe militar de extrema-direita de Augusto Pinochet.

Sociologia de luto 4

Em tempos mais recentes, dedicou o seu trabalho e reflexão ao lugar e papel das mulheres na dinâmica dos movimentos sociais, que via como determinante, ou às “metamorfoses do capitalismo ‘especulativo’”, assinala o Le Monde. “Aquilo que me interessa, aquilo que quis mostrar à luz, em todo o lado, é o conflito”, dizia em 2017, ou seja, era através do estudo das tensões entre indivíduos, entre grupos sociais, que nos oferecia a sua leitura do mundo.

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Diretor durante longos anos da Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais, na França, foi distinguido com doutoramento honoris causa em diversas instituições, como a Universidade de Genebra, na Suíça, a Universidade de Santiago, no Chile, a Universidade de Bolonha, na Itália, a Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica, ou a Universidade de Córdoba, na Argentina. Distinguido em 2010 com o Prêmio Princesa das Astúrias, na categoria Comunicação e Humanidades, juntamente com o filósofo polaco Zygmaunt Bauman, recebeu do Estado francês, quatro anos depois, a medalha da Legião de Honra.

Para escrever na pedra:

“A admiração é própria da natureza do filósofo; e a filosofia deriva apenas da estupefação”. De Platão.

Trivial variado

O Festival Zambumbada, arraial fora de época de São Luís, encerrou sábado, na sede do Grupo Grita, no Anjo da Guarda, sua primeira etapa de atividades em 2023, que leva a alma do bumba meu boi a crianças e jovens de escolas públicas com oficinas gratuitas de danças e percussão. 

No assunto: em uma semana, a caravana ocupou escolas da área Itaqui Bacanga e Cidade Operária. Nesta edição, pela primeira vez o projeto ocupou um centro cultural, o Grita, que atua há décadas naquele território e realiza a Via Sacra mais tradicional da cidade.

Em tempo: a etapa festiva do festival ocupará a Praça das Mercês nos dias 7 e 8 de julho com uma sequência de shows e apresentações folclóricas, reunindo o melhor do bumba meu boi, danças populares e artistas da música a convidados especiais: a multiartista amazônica Gaby Amarantos e Olodum. 

Proteção contra influenza: até a última sexta-feira, 43,3 milhões de doses de vacinas contra a gripe foram aplicadas no Brasil, informou o Ministério da Saúde.

Proteção contra influenza: até a última sexta-feira, segundo o Ministério da Saúde, 43,3 milhões de doses de vacinas contra a gripe Influenza foram aplicadas no Brasil.

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