COLUNA

Sexo com Nexo
Sexo com Nexo por Mônica Moura, sexologia clínica e Educação sexual.
Sexo com Nexo

Eu ainda estou aqui.

(Só que em outro cômodo da casa)

Dra Mônica Moura/ Sexologia clínica e Educação sexual

Dra Mônica Moura/ Sexologia clínica e Educação sexual. (Divulgação)

A angústia que alguns carregam ao perceber que não são prioridade na vida do outro está em toda parte, e em todas as relações. Não apenas nas relações humanas, viu? O cachorro da minha irmã, por exemplo,  fica deprimido quando ela viaja, rs.

Quando pensei nesse tema pra semana, lembrei de diversas situações engraçadas que já vivi em namoro, casamento, família, maternidade, amizades e até no trabalho. Nunca vivi algo parecido com cachorro porque sou amante felina, e os meus gatos têm independência e segurança pra seguir a vida comigo ou sem mim.

Lembro que na época da faculdade tive um namorado que disputava a minha atenção com coisas despropositadas. Se eu tocava o violão, ele dizia que eu amava mais o violão do que ele, acredita? Hoje eu acho graça da situação, mas já passei muita raiva por causa de fragmentos assim. 

Já no casamento eu percebi que negar interesse sexual sempre foi um imbróglio. Como se o fato de ser sexóloga impusesse a mim a obrigatoriedade de encontrar uma solução para esse "problema". Amar alguém não pode ser sinônimo de estar sempre desejante ou ser sempre desejável. O amor pede outras prioridades também. 

Para além dos amores românticos, já me vi no desafio de me fazer presente na vida dos familiares. Visitar um e não visitar o outro é "escolher quem se ama mais". Não sei como soa aí pra vocês, mas na minha família…

Ainda sobre o que é amar, a polêmica maternidade. Recentemente conversei com o meu ex-marido e decidimos que o ideal seria que o nosso filho fosse morar com ele. "Mas o lugar do filho é ao lado da mãe", muitos dizem. Amo muito a minha "criança" de 17 anos, mas preciso estudar pro doutorado, e estou cansada dessa luta com o humor dele. Julgamentos inbox. Amar também é deixar partir para viver novas experiências.

Postar uma foto com os amigos da escola provoca "desconforto" em alguns amigos da universidade, e já vi tretas até nas preferências de um grupo a outro (no whatsapp). Essa disputa por saber quais amigos são mais amados é surreal. 

No trabalho, várias pessoas, com várias funções e várias motivações para o vínculo, certo? Já ouvi a minha secretária dizer que eu não reconhecia o seu trabalho como reconhecia o trabalho da tia do café. Acredita???

A angústia por não se sentir o centro da vida do outro parece estar em toda parte.

Em todas as relações.

Mas se a gente olhar com carinho para cada situação e buscar entender (sem julgar), vai perceber que na maioria das vezes o amor continua lá. Dentro de casa, intacto. Só que momentaneamente em outro cômodo. 

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