Agradável jantar com os Ostbye
Mais: O que se verá na campanha
A noite de domingo foi especial para Fides (nascida Moreira, em Imperatriz) e o holandês Erik Ostbye, que estão revendo São Luís e são hóspedes de Rose e Ely Medeiros, que amanhã estarão regressando a esta Capital, após quase dois meses na Europa.
Fides e Erik residiram durante vários anos no Estado de Nova York, nos Estados Unidos, e agora estão se mudando para Marbella, um dos principais destinos de Andaluzia, localizada na Costa do Sol, no Sul da Espanha, no meio do caminho entre as cidades de Málaga e Gibraltar. Da nova residência dos Ostbye tem-se uma das mais belas vistas do Mediterrâneo.
O encontro de ontem, muito agradável e descontraído, de ontem reuniu no restaurante Cabana do Sol da Ponta do Farol, velhos amigos do casal, a exemplo das irmãs Adriana e Danielle Vieira (esta, com o marido José Domingues Neto e o filho Guilherme) e Fernando Santos, que trocou Caxias por São Luís no último fim de semana, e este Repórter PH.
Campanha e Verdade
Começa oficialmente amanhã a campanha mais tensa de todos os tempos. Serão 45 dias para fidelizar os eleitores já conquistados, conquistar os indecisos e virar votos de quem já escolheu seu candidato.
Por mais que muitos concorrentes apostem na desinformação, a palavra mais importante desta campanha será “verdade”.
A mentira pode até funcionar nas bolhas já convertidas, mas será fácil desmascarar, aos olhos do público em geral, o candidato que inventa, distorce, enfeita ou finge ser diferente do que é.
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A verdade necessária numa campanha não é apenas o antônimo de mentira. É verdade também no sentido de sinceridade, convicção, comprometimento e firmeza de princípios.
A mentira, como diziam nossas avós, tem pernas curtas. Pode ser desmontada com dados, seja quando um candidato reivindica a paternidade de uma obra que não é sua, seja quando ataca o adversário usando informações falsas.
O que se verá na campanha
Bandeiras nas ruas, adesivos em carros, cavaletes nos canteiros, carros de som com jingle de campanha nas carreatas, caminhadas e comícios. As cidades ficarão mais coloridas pela propaganda eleitoral a partir amanhã, data de início da campanha.
Dos oito candidatos ao Palácio dos Leões, há quem esteja com o material pronto, só esperando o dia amanhecer para colocar na rua, e os que entraram atrasados e não têm nem o slogan definido.
Lista de inelegíveis
O presidente do Tribunal de Contas do Estado, deverá entregar, ainda hoje, ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA) a lista de políticos que tiveram as contas julgadas irregulares nos últimos oito anos.
O ato ocorre no mesmo dia em que se encerra o prazo para o registro das candidaturas e na véspera do início oficial das campanhas.
Os gestores que estiveram na lista do TCE poderão ser considerados inelegíveis pela Lei da Ficha Limpa.
Caberá à Justiça Eleitoral decidir quais candidaturas serão ou não barradas.
Dívidas com a Receita
Portaria publicada na sextafeira regulamentou a negociação em que a Receita Federal vai dar descontos de até 70% em dívidas para pessoas físicas, microempreendedores individuais (MEIs) e empresas.
Atualmente, existem R$ 1,4 trilhão de débitos administrados pelo Fisco e que poderão ser negociados pelos contribuintes.
Esse montante não considera débitos inscritos na dívida ativa da União.
As transações poderão ser realizadas para quitação em até 120 meses.
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Para pessoas físicas, microempreendedor individual, microempresa, empresa de pequeno porte, Santas Casas de Misericórdia, sociedades cooperativas e instituições de ensino, o desconto é de até 70% e o prazo é até maior, pode chegar a 145 meses.
Para os débitos das contribuições sociais, este prazo fica limitado a 60 meses conforme disposição constitucional.
A portaria também autoriza à Receita conceder descontos nos juros e multas para os créditos classificados como irrecuperáveis ou de difícil recuperação e a uso de créditos de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSLL, na apuração do IRPJ e da CSLL, até o limite de 70% do saldo remanescente após a incidência dos descontos.
Há possibilidade do uso de precatórios ou direito creditório com sentença de valor transitada em julgado para amortização.
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A propósito: a regulação se dá após o Congresso aprovar a Lei nº 14.375. A norma estabelece regras para as modalidades de transação de débitos em contencioso administrativo por adesão, no qual é feita mediante edital, ou por proposta individual pelo devedor ou pela Receita Federal.
O público-alvo da transação individual são contribuintes com contencioso administrativo fiscal superior a R$ 10 milhões; devedores falidos, em recuperação judicial ou extrajudicial, em liquidação judicial ou extrajudicial ou em intervenção extrajudicial; autarquias, fundações e empresas públicas federais; Estados, Distrito Federal e municípios, além das respectivas entidades de direito público da administração indireta.
DE RELANCE
O livro da maldição
Foi ainda no século passada, no final dos anos 1990, que fui apresentado ao livro “Os Versos Satânicos”, de Salman Rushdie. É que me intrigava a razão de aquela obra ter rendido ao autor um decreto de morte. Rushdie foi esfaqueado na última sexta-feira durante uma palestra no Chautauqua Institution, no estado de Nova York, nos Estados Unidos.
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Só para refrescar a memória: em 1989, o aiatolá Ruhollah Khomeini, líder extremista do Irã, que havia assumido o poder no país após a revolução de 1979, decretou uma “fatwa” contra Rushdie.
“Fatwa”, no mundo islâmico, é um pronunciamento emitido por um líder islâmico e especialista em legislação religiosa, em outras palavras um decreto religioso.
No Brasil, “Os Versos Satânicos” foi publicado pela primeira vez em 1998.
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Na sentença, Khomeini pedia a todos os muçulmanos devotos que executassem o autor do livro, os editores e aqueles que conhecem seu conteúdo, de modo que ninguém insulte as santidades islâmicas.
Além disso, ofereceu recompensa a quem o matasse: US$ 3 milhões.
Pelo seu decreto, prestem atenção, não só o autor e os editores estariam no alvo de extremistas. Mas todos os que conheciam seu conteúdo – ou seja, eu, um jornalista tupiniquim interessado em ler a obra.
É claro que aquilo me apavorava. Ao mesmo, tempo, aquele “perigo” me atraía para a leitura. O que provocou a fúria no Islã foi o segundo capítulo.
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Mas antes, vamos ao tema da obra: “Dois homens caem do céu para a terra, depois que terroristas explodem o avião em que viajavam. Ambos são indianos e atores. Ambos chegam incólumes ao solo da Inglaterra e se metamorfoseiam - um em diabo, outro em anjo. Muitas coisas opõem e associam os acidentados: um é apolíneo, o outro dionisíaco; um é apocalíptico, o outro integrado; um é apegado a sua origem, o outro está decidido a conquistar a nova nacionalidade”, diz na síntese a editora Companhia das Letras, no resumo, da obra.
Trata-se de um livro de ficção, que transita entre o real e o fantástico. Mais: um romance sobre o desenraizamento do imigrante – aliás, um tema ainda muito atual na Europa do século 21. Mas é um romance, e assim deve ser lido.
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Mas e o capítulo 2? Nele, um dos personagens, que lembra Maomé, o fundador do Islã, prega a crença em outras divindades além de Alá, antes de reconhecer seu erro.
Na “fatwa”, Khomeini acusou Rushdie de ridicularizar o Alcorão e Maomé. “Os Versos Satânicos” foi banido em mais de 20 países.
Rushdie viveu por 13 anos na clandestinidade, mudando de residência diversas vezes e vivendo sob proteção policial.
Depois de quase uma década, o Irã, sob o comando do moderado Mohammad Khatami, se comprometeu publicamente a não agir contra o escritor. E o país também informou que não incentivaria mais o cumprimento do decreto religioso.
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Somente em 2019 foi que avistei Salman Rushdie, em Paris (Rushdie é 11 meses mais velho do que eu – ele nasceu em 19 de junho de 1947 e eu em 19 de maio de 1948). Na eterna Paris não pude me aproximar do polêmico escritor, apesar do fácil acesso naquele momento, tendo em vista que eu estava acompanhado do brasilianista Gilles Lapouge, de quem tive o prazer de ser seu cicerone em São Luís. Mesmo assim, ficamos de longe.
Durante a visita à França, Rushdie explicou à imprensa: “Passaram-se 30 anos. Agora tudo vai bem. Tinha 41 anos, agora 71. Vivemos em um mundo onde os assuntos que preocupam mudam muito rapidamente. Agora existem razões para ter medo, outras pessoas para matar”.
Aprendi com Gilles Lapouge e Napoleão Sabóia (este, há dois anos partiu para a eternidade e deixou uma saudade que nunca acaba) a não brincar, ironizar ou comparar credos. Por isso, respeito. Mas não o extremismo, de qualquer fé que seja.
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Rushdie conseguiu com seu livro lançar luzes, 13 anos antes dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington, sobre o uso político da religião – que pode ser católico, evangélico, muçulmano ou judeu, entre outras fés. Enquanto torço por sua recuperação, fico com suas palavras:
– De todas as ironias, a mais triste é ter trabalhado por cinco anos para dar voz à cultura da imigração e ver como meu livro é queimado, na maioria das vezes sem ter sido lido, pelas mesmas pessoas das quais ele fala.
Para escrever na pedra:
“O que um escritor pode fazer na solidão do seu quarto é algo que nenhum poder consegue destruir facilmente”, De Salman Rushdie.
TRIVIAL VARIADO
A campanha eleitoral em todos os níveis costuma ter um quê de Organizações Tabajara, do falecido programa humorístico Casseta & Planeta: pelas promessas dos candidatos, os eleitores correm o risco de acreditar que "seus problemas acabaram".
Hoje na história: em 1769, nasceu o estadista, líder militar e imperador francês Napoleão Bonaparte. Em 1909, morreu, no Rio de Janeiro, o escritor e jornalista Euclides da Cunha, autor do clássico Os Sertões.
Cida e José Aparecido Valadão levaram filhos e noras para celebrar o Dia dos Pais no restaurante Mamma, onde pontificavam Silvana e João Abreu, Ana Lucia Albuquerque Amaro Santana Leite, Mariléa e Gerson de Oliveira Costa Filho.
Saiba Mais
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