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Pergentino Holanda
O colunista aborda em sua página diária os acontecimentos sociais do Maranhão e traz, também, notícias sobre outros estados e países, incluindo informações das áreas econômica e política.
Pergentino Holanda

PH REVISTA: O Brasil lembra os 100 anos de Leonel Brizola

Leia também: encontro do prefeito Raimundinho Carvalho, de Presidente Dutra, com o PH e a morte de Elza Soares.

PH

Atualizada em 02/05/2023 às 23h34

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Capa da edição deste fim de semana do caderno PH Revista, que há 42 anos é leitura semanal obrigatória dos maranhenses

O nacionalismo brasileiro ganhou um dos seus maiores defensores na data de hoje, há exato um século. Leonel de Moura Brizola nasceu em Carazinho (RS), num Brasil agrário, na época em que a política do café com leite favorecia as elites paulista e mineira. Era 22 de janeiro de 1922.

Ainda criança, Brizola viu Getúlio Vargas chegar ao poder pela Revolução de 1930. Vivenciou uma nova era, a da industrialização nacional e da valorização do trabalhador.

Oriundo de família humilde, trabalhou como ascensorista e zelador de prédio para manter os estudos em Porto Alegre.

...os 100 anos de Leonel Brizola

Leonel Brizola conhecia a dura realidade dos brasileiros porque viveu na pele as dificuldades do povo. Sua condição o fez admirar os princípios do Trabalhismo. A vontade de contribuir com a transformação do país o levou ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Daí em diante, não parou de lutar.

Governador do Rio Grande do Sul, duas vezes governador do Rio de Janeiro, prefeito de Porto Alegre e deputado federal e estadual. Também foi o líder da Campanha da Legalidade, viveu em exílio, fundou o PDT e concorreu à Presidência da República. Venerado ou execrado, há muito o que se falar de Leonel Brizola (1922-2004).

Depois do golpe de 1964, foi arrancado do país pelos militares que, de um jeito ou de outro, reconheciam sua força política junto ao povo. Falecido no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 2004, Leonel de Moura Brizola foi declarado Herói da Pátria pela Lei nº 13.229/2015.

Venerado ou execrado, há muito o que se falar de Leonel de Moura Brizola (1922-2004), agora que completa 100 anos do seu nascimento

Uma história exemplar

Tonga, esse arquipélago do sul do Pacífico que tenta se recompor da devastação de um tsunami provocado pela erupção de um vulcão submarino em 15 de janeiro, foi palco de uma história exemplar.

Em 1965, seis estudantes de uma escola tradicional da capital de Tonga resolveram abandonar tudo e ir para a ilha de Fiji num barco roubado. Perderam-se no mar, onde passaram a noite à deriva. Ao acordar, viram que tinham sido levados à pequena, rochosa e desabitada ilha de Ata. Permaneceram lá durante 18 meses, sobrevivendo com água da chuva e pescados, virando-se sozinhos para sobreviver, à espera de socorro.

Todos sobreviveram porque desenvolveram laços de cooperação e amizade que os ajudou a enfrentar as dificuldades e intempéries.

Essa história real contraria a ficção de “Senhor das moscas”, o livro magistral de William Golding. Na ilha imaginária de Golding, os garotos náufragos vivem em batalha permanente, dominados pelo egoísmo, pela inveja, pela competição.

O que prova que, na realidade, as pessoas são melhores do que na ficção.

Efemérides da literatura

A Academia Maranhense de Letras deve voltar as atenções, este ano, para algumas datas importantes ligadas à literatura.

No dia 11 de março comemora-se o bicentenário de nascimento da professora e romancista Maria Firmina dos Reis.

O dia 27 de maio será marcado pelo centenário de nascimento do pintor e poeta Antônio Almeida.

Nos dias 11 e 15 de julho comemora-se, respectivamente, o centenário de nascimento da jornalista, cronista e poeta Lucy Teixeira e do poeta, pesquisador e professor Nascimento Moraes Filho.

Por fim, em novembro, no dia 20, dá-se o centenário de nascimento do jornalista, poeta e pesquisador Clóvis Ramos.

Petrobras e refinarias

Não se veem sinais de retomada do projeto da refinaria do Maranhão, iniciadas em Bacabeira, mas a Petrobras voltou a investir na manutenção e ampliação das existentes.

O plano de negócios da empresa prevê investimentos de US$ 6,1 bilhões no refino. O objetivo é ampliar a capacidade de produção, com destaque para os derivados menos poluentes, como diesel S-10.

Se as condições econômicas do país forem mais favoráveis no próximo governo, a retomada dos projetos de refinarias no País será possível, diz um especialista amigo deste Caderno. Tendo à frente a Petrobras ou um fundo de investimentos estrangeiro.

Para os mais otimistas, como esse amigo, o projeto Bacabeira não morreu.

No Cabana do Sol, o encontro do prefeito Raimundinho Carvalho, de Presidente Dutra, com o Repórter PH

Noitada inusitada no restô Cabana do Sol

O restaurante Cabana do Sol, da Ponta do Farol, viveu uma noite inusitada na quinta-feira. Parecia uma confraternização de figuras ilustres de minha cidade natal, Presidente Dutra.

Sem nada combinado, apareceram por lá para jantar, o prefeito Raimundinho Carvalho (o Raimundinho da Audiolar) com a esposa e os filhos.

Na mesa ao lado, o ex-presidente da Câmara Municipal daquela cidade, Biné Soares, acompanhado do vereador André Jardins e esposa Elly Araújo, mais o jornalista Thiago Lima, o Top DJ Sergio Balata e sua linda namorada Giovana.

Weverton e Lula?

Aliados do senador Weverton Rocha vivem momentos tão inseguros que andam se agarrando até em suposições.

Supõem, por exemplo, que o ex-presidente Lula, em entrevista recente, teria descartado apoio ao candidato de Flávio Dino, o vice Carlos Brandão, ao governo do Maranhão nas eleições de outubro deste ano.

Em nenhum momento Lula disse isso na entrevista. Apenas alertou que, no PSDB, seria difícil Brandão receber o apoio do PT.

Brandão no PSB

Mas a verdade é que todos sabem das investidas de Brandão para assinar a ficha de filiação no PSB.

Weverton Rocha reconhece que Lula é um cabo eleitoral de peso e o seu apoio pode, sim, desequilibrar uma eleição ao governo do estado.

Uma vez Brandão filiado ao PSB, o mais natural é que o partido feche aliança com o partido de Lula e convide um petista para compor a chapa majoritária ao Palácio dos Leões.

O papel de Braide

Neste início de ano eleitoral, o mundo político maranhense dana-se a perguntar: qual será o posicionamento do prefeito de São Luís, Eduardo Braide, na disputa de outubro ao governo estadual.

Braide, muito discreto em suas ações e gestos, não emite qualquer sinal de fumaça.

Pessoas ligadas ao prefeito asseguram que ele seguirá com o seu projeto de gestão da capital maranhense, manterá a neutralidade e não se envolverá no pleito estadual.

Dúvida de Brandão

Como já dito aqui neste Caderno na edição do último final de semana, o vice-governador Carlos Brandão estuda fazer uma mudança significativa em pastas importantes do governo a partir de abril.

Flávio Dino já emitiu opinião sobre nomes que considera importante o sucessor manter, mas não tem a certeza se será ouvido.

A dúvida de Brandão agora é se mantém ou muda nomes em órgãos importantes ligados ao governo, como a poderosa Emap, que administra o Porto do Itaqui; a sempre polêmica Caema; e a Gasmar.

Muito mais casos

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Na avaliação de alguns cientistas, essa onda de infecção de Covid pela variante Ômicron no Brasil é mais severa do que se imagina.

Há, segundo eles, uma subnotificação de casos que mascara severamente a realidade.

Pelo menos o dobro de casos de infecção não pode ser constatado oficialmente devido às dificuldades de acesso aos testes rápidos – o número é reduzido nos postos de saúde públicos e nas farmácias o valor é inviável para a grande maioria dos brasileiros.

DE RELANCE

O negócio do livro

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão responsável pela compra de livros para as escolas públicas, acaba de publicar a minuta do edital do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2024, que vai selecionar e comprar livros para os estudantes dos anos finais do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano.

O PNLD é uma das maiores iniciativas governamentais para a compra de livros do mundo.

No ano passado, comprou 137 milhões de exemplares, distribuídos a 29 milhões de estudantes. Foram investidos R$ 1,1 bilhão.

Uma das novidades é a previsão de compra de livro e manual do professor digital e interativo.

O meteoro de Minas

O diretor do badalado filme “Não olhe para cima”, Adam McKay, achou divertida a história sobre os supostos fragmentos de meteoro que caíram sobre Minas Gerais e foram lavados na pia com detergente.

“Não olhe para cima” é a história de como se comportam determinadas autoridades diante de evidências científicas, no caso, o choque de um meteoro gigante com a Terra. É uma sátira aos governos autoritários e negacionistas.

Sobre o episódio de Minas, McKay escreveu na Internet: “Brasil, eu vou ter que fazer outro filme”...

Instrumentos musicais

O governo estadual entregou kits de instrumentos musicais para 13 grupos culturais do Maranhão. Os instrumentos integram as ações do programa Maranhão Musical, que já forneceu materiais para diversas instituições, entre escolas, bandas musicais e igrejas.

Cada kit musical é composto por seis instrumentos: teclado, contrabaixo, bateria, violão, guitarra e microfone.

Os grupos beneficiários dos kits de instrumentos receberam, ainda, troféus comemorativos produzidos pela Secma em alusão à entrega.

Para escrever na pedra:

“Um país não tem amigos, tem interesses”. De Charles De Gaulle com uma boa dose de ironia.

Despedida de uma lenda

Meus primeiros aplausos para um show da cantora Elza Soares, que morreu na última quinta-feira, aos 91 anos, foi nos anos 1960, no Cine Monte Castelo, em São Luís. E a última foi em Nova York, num show que recebeu elogios dos mais exigentes críticos de música dos Estados Unidos.

O comunicado de sua morte, no dia 20, enaltece a trajetória da cantora: “Ícone da música brasileira, considerada uma das maiores artistas do mundo, a cantora eleita como a Voz do Milênio teve uma vida apoteótica, intensa, que emocionou o mundo com sua voz, sua força e sua determinação”.

A nota também destaca que Elza é “eterna”. “Feita a vontade de Elza Soares, ela cantou até o fim”, finaliza o comunicado.

A morte de Elza Soares, coincidentemente, aconteceu no mesmo dia da de Garrincha, com quem teve relacionamento por 17 anos. O icônico jogador de futebol morreu também no dia 20 de janeiro, 39 anos antes dela: em 1983.

Na década de 1950, em busca de dinheiro para a família, Elza se inscreveu em um dos concursos da Rádio Tupi. Apareceu por lá com roupas humildes. Ary Barroso, apresentador do programa, perguntou de que planeta a garota vinha.

– Do planeta fome – respondeu.

Elza Soares veio do planeta fome e deixou sua marca como uma das mais belas vozes do mundo

Despedida de uma lenda...2

Em nota, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) diz que a artista era conhecida pela interpretação única em cada canção e voz marcante, além de sua história de força, representatividade e superação.

No banco de dados do Ecad, Elza tinha 864 gravações cadastradas.

Segundo o Ecad, os herdeiros de Elza Soares continuarão a receber os direitos autorais pela execução pública de suas músicas. Esse pagamento é assegurado por 70 anos após a morte do autor (ou do último autor, em caso de parcerias), conforme determina a lei do direito autoral (9.610/98).

DEPOIMENTO EMOCIONANTE DE ELZA SOARES

Um dia descobri que cantava. O meu filho mais velho João Carlos estava morrendo e eu já tinha perdido 2 filhos e não queria perder mais um.

Eu não tinha dinheiro pra cuidar do meu filho e ouvi no rádio que o programa do Ary Barroso de calouros Nota 5, estava com o prêmio acumulado. Não sei como, mas eu sabia que ia buscar esse prêmio!

Fiz a inscrição e me avisaram que eu precisava ir bonita. Mas eu não tinha roupa nem sapatos, não tinha nada! Então, eu peguei uma roupa da minha mãe, que pesava 60kg e vesti, só que eu pesava 32kg, já viu né? Ajustei com alfinetes. Tudo bem que agora é moda ne? Hoje até a Madonna usa, mas essa moda aí fui eu que comecei viu? Alfinetes na roupa é muito meu, é coisa de Elza! No pé coloquei uma sandália que a gente chamava de “mamãe tô na merda”, e fui!

Quando me chamaram, levantei e entrei no palco do auditório. O auditório tava lotado, todo mundo começou a rir alto debochando de mim
Seu Ary me chamou e perguntou:

_ O que você veio fazer aqui?
_ Eu vim Cantar!
_ Me diz uma coisa, de que planeta você veio?
_ Do mesmo planeta seu Seu Ary.
_ E qual é o meu planeta?
_ PLANETA FOME!

Ali, todo mundo que estava rindo viu que a coisa era séria e sentaram bem quietinhos.
Cantei a música Lama. O Gongo não soou e eu ganhei, levei o prêmio e meu filho está vivo até hoje, graças a Deus!
De lá pra cá, sempre levo comigo um Alfinete.

Naquela época eu achava que se tivesse alimentos pros meus filhos, não teria mais fome. O tempo passou e eu continuei com fome, fome de cultura, de dignidade, de educação, de igualdade e muito mais, percebo que a fome só muda de cara, mas não tem fim. Há sempre um vazio que a gente não consegue preencher e talvez seja essa mesma a razão da nossa existência.'

TRIVIAL VARIADO

É lindo ver o esforço dos profissionais da saúde na linha de frente da vacinação infantil contra a covid-19. São homens e mulheres que decidiram transformar os postos em ambientes acolhedores e alegres. Em tempos tão estranhos quanto o que vivemos, a medida é mais do que bem-vinda.

No assunto: por iniciativa de enfermeiros, técnicos, gestores públicos e estudantes voluntários, há unidades básicas decoradas com balões, flores, desenhos e cartazes. Até mimos estão sendo entregues para quem supera o medo da agulha. E é impossível não sorrir ao ver as equipes fantasiadas de heróis e heroínas e enfeitadas com adereços coloridos.

Em tempo: pode parecer algo simples, mas é um cuidado necessário diante da enxurrada de fake news que os pais recebem diariamente e do medo que meninos e meninas sentem das injeções. As crianças adoram, os pais ficam menos tensos e os profissionais de saúde se emocionam.

O que até aqui era uma percepção generalizada entre médicos de todo o Brasil ganhou comprovação em São Luís: quem não se vacina tem mais chance de precisar de um leito clínico ou de UTI.

Tem mais: em São Luís, o risco de uma pessoa não vacinada contra a covid-19 precisar de um leito de UTI é quase 20 vezes maior do que a de uma com esquema vacinal completo. Em relação a leitos clínicos, a diferença é quase a mesma coisa.

A possibilidade de o Telegram ser vetado nas campanhas eleitorais este ano por não ter representação no Brasil para receber e cumprir ordens judiciais entrou na agenda do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, vai levar o tema para debate junto aos demais ministros na volta do recesso.

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