SÃO LUÍS - Leandro Bogéa Lima Vidal, de 26 anos, é a pessoa por trás da drag queen e DJ, Britnega. Natural do município de Pedreiras, no interior do Maranhão, a artista conta ao Na Mira como surgiu o nome de sua personagem.
“Em 2011 a gente brincava no quintal da minha casa, lá em Pedreiras, eu e os meus amigos. Cada um fingia ser uma diva pop e a gente dava um nome caricato em cima disso. Um amigo chamado Ícaro falou que como eu sou fã da Britney, eu poderia me chamar Britnega, desde então passei a ser chamada assim”, conta.
Britnega diz que passou a se aprimorar como drag queen após iniciar sua carreira como DJ. "Quando passei a me montar, não tinha intenção, eu não conhecia muito bem o universo drag, caí de paraquedas. Estava precisando muito de um emprego e meio que uni o útil ao agradável, pois eu sempre gostei dos palcos, sempre gostei de dançar, sempre gostei de música, entendia um pouco de som e sempre gostei de me vestir meio ousado", explica.
A artista esclarece que gosta muito de transitar entre pop e música nacional durante suas apresentações, mas que sempre tenta se encaixar na proposta da festa. "Toco forró, sertanejo, reggae, mas meu ritmo favorito, claro, é o pop", diz Britnega.
Cancelada
A DJ Britnega costuma ser chamada ironicamente de "Cancelada" pelos fãs e amigos. O nome dado à artista ironicamente não é por acaso. "Um dia, em um karaokê que eu estava à frente, um menino quis furar a fila e eu barrei. Ele chegou para mim e disse que ia me cancelar no Twitter", disse a artista que não deixou escapar a oportunidade de fazer uma piada.
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"Eu gosto de brincar com quem fala mal de mim, eu acho interessante tentar reveter a situação e não me abalo mais com isso", conclui.
Desafios
Britnega está há três anos trabalhando como drag queen e DJ. Ela acentua os principais desafios de trabalhar no meio artístico, um deles está na falta de respeito com a carreira da personagem e a pessoa que está atrás dela.
"Alguns produtores não respeitam os artistas e nós somos obrigados a ouvir coisas sem necessidade de serem ditas. Além dos cachês que não são grandes quanto as pessoas pensam, entre outros desafios", destaca.
O artista ainda comenta que trabalhar com arte durante a pandemia da Covid-19 tem sido muito desafiador. "Há um conflito interno entre o bom senso e a necessidade de sustento. Todos os dias me questiono sobre o motivo de estar me expondo tanto, mas também lembrando que esse é o meu modo de sobrevivência.", esclarece. "Entre as tentativas de cancelamento por parte de muitos, tento focar em mostrar o meu trabalho e ir atrás do meu ganha pão. Mas se tem uma coisa que não tem sido é fácil", finaliza Britnega.
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