SÃO LUÍS – A temporada junina já passou, mas, na Ilha do Amor, as representações folclóricas podem ser vistas e apreciadas durante boa parte do ano. Uma dessas representações mais autênticas da cultura maranhense é o Bumba meu boi, e um grupo que vem se destacando, encantando, e arrastando dezenas de pessoas por onde passa, é o boi Brilho da Ilha, sotaque de orquestra.
Leia também: Fundador do Boi Brilho da Ilha é recebido pelo Papa Francisco
O grupo surgiu há 26 anos, no bairro Ipase, em São Luís. Ele nasceu a partir de uma promessa feita por José Serra Sampaio, que é pai dos irmãos Cláudia Sampaio e Cláudio Sampaio, atuais representantes do boi.
O Brilho da Ilha conta com 120 componentes. O grupo já se apresentou em 22 países – entre eles Portugal, Espanha, Alemanha, França, Holanda, Bélgica, Eslováquia, Eslovênia, Croácia, Áustria, México, Dubai, China e Itália – o boi já recebeu três premiações internacionais dos maiores festivais folclóricos da Europa e América Latina. Além disso, o Brilho da Ilha recebeu, também, o “Oscar” de grupo folclórico mais original do mundo, que foi conquistado na cidade italiana de Gorizia. Em 2005, o boi foi recebido pelo então papa Bento XVI.
Turnê pela Itália / visita ao Papa Francisco
Atualmente, o boi Brilho da Ilha está em turnê, de um mês, pela Itália, visitando as principais cidades do país como Roma, Napoli e Veneza, levando a cultura maranhense para ser conhecida e apreciada por lá.
Nessa quarta-feira (1º), o boi Brilho da Ilha foi convidado para estar presente em uma audiência, junto com o Papa Francisco, na cidade do Vaticano. Durante a visita, o papa recebeu de presente o boizinho, que representa a cultura do maranhão.
Em entrevista exclusiva para o Imirante.com, diretamente da Itália, Cláudio Sampaio, representante do boi Brilho da Ilha, conta como foi a experiência de ter estado, junto com o grupo, com o Papa Francisco, no Vaticano.
“O papa ficou encantado! Além disso, ele me deu uma bênção. Eu não contive as lágrimas e ele (papa) enxugou meu rosto. Confesso que foi uma honra muito grande”, conta Cláudio Sampaio.
Continua após a publicidade..
O representante do boi fala também das dificuldades em realizar essa turnê, pois, segundo ele, não houve nenhum tipo de ajuda por parte do atual governo do Maranhão. “Nós tivemos que ser franciscanos para ir nessa viagem. Nós não tivemos apoio do governo estadual, de jeito nenhum. Pedimos ao governador, a Secretaria de Cultura. Tudo foi negado. Agora eles estão vendo o resultado do que realmente é a cultura do Maranhão, que é levar até o Vaticano e ser recebido pela maior autoridade da igreja católica, ser recebido com honras”, afirma.
Cláudio Sampaio fala também da importância da valorização da cultura popular e folclórica maranhense. Para ele, a cultura do Maranhão é perfeitamente viável não só no âmbito cultural, como na área do turismo, que, segundo Cláudio, não está devidamente explorada, e com políticas públicas específicas. “Nosso interesse enquanto grupo é divulgar e enaltecer a nossa cultura. São Luís está cheia de turistas, ela tem um grande potencial”, declara o responsável pelo boi.
O boi Brilho da Ilha tem um objetivo de se tornar independente do poder público, ter a sua sede própria definitiva, além de viajar por mais países. “Convite é o que não nos falta. Queremos levar São Luís para as páginas mais lindas do folclore mundial e a inserir a nossa capital nos roteiros internacional dos grandes eventos”, lembra Cláudio Sampaio.
Alegria em fazer parte do Brilho
Um dos personagens principais do Bumba meu boi é a mãe Catirina, que como conta a lenda, grávida de pai Francisco, tem o desejo de comer a língua do boi. No Brilho da Ilha, que dá vida a essa personagem é Cláudia Sampaio. Há mais de sete anos ela assumiu o personagem. “Eu saí da diretoria do boi para dançar. Porque a dança me envolve, me deixa leva, principalmente interpretando uma personagem como a Catirina”, conta a brincante.
Para Cláudia Sampaio, representar um papel tão importante da nossa cultura é muito gratificante. “Ser a mãe Catirina, dentro do boi Brilho da Ilha, é algo que me deixa muito emocionada. Pois eu posso transmitir durante nossas apresentações o amor que eu tenho pela brincadeira”, revela.
Dono de uma voz singular, sendo integrante do grupo desde o início, o músico Mauro Cesaris fala do amor que tem em fazer parte do boi. “São 26 anos no Brilho da Ilha. O Bumba meu boi mexe muito comigo, isso me motivou a me aproximar. Me sinto feliz, uma emoção a mais quando ouço minhas composições dando premiação ao grupo, em festivais internacionais por onde já passamos. Amo nossa cultura”, garante.
Preparação
A preparação para a temporada junina, que é o momento em que o Brilho da Ilha mais faz apresentações, começa uma semana após o Carnaval. E para aquelas pessoas que têm o sonho em sair em um grupo de Bumba meu boi, Cláudio Sampaio Conta o que é necessário para fazer parte do grupo. “Primeiramente ter compromisso. Gostar do folclore. Ser pontual”, diz o representante do Brilho da Ilha.
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.
+Namira