"Uma Delicada Coleção de Ausências"

Aline Bei lança novo livro e completa trilogia 'involuntária'

Com um olhar poético que observa atentamente o cotidiano, especialmente o vazio que envolve personagens femininas, Aline Bei conquistou um espaço cativo no imaginário dos leitores.

Na Mira

Aline Bei lança novo livro e completa trilogia 'involuntária'.
Aline Bei lança novo livro e completa trilogia 'involuntária'. (Isadora Arruda / Divulgação)

BRASIL - A "trilogia involuntária" concebida pela escritora Aline Bei alcançou sua plenitude com a chegada de "Uma Delicada Coleção de Ausências", lançado pela Companhia das Letras na última terça-feira (10). Esta nova obra se une a "O Peso do Pássaro Morto" e "Pequena Coreografia do Adeus", formando um mosaico literário que explora a complexa tapeçaria da experiência feminina.

Após quatro anos de intensa imersão criativa, onde a autora se dedicou a cursos de Escritas Performáticas na PUC-Rio, o novo romance emerge como um pressentimento que já se insinuava nas páginas da obra anterior. Aline, aos 37 anos, revela que sua escrita é um processo solene, onde cada livro nasce em seu próprio tempo. 

No centro da narrativa, três mulheres (neta, avó e bisavó) compartilham um espaço que se revela tanto íntimo quanto opressivo. A presença da ausência da mãe ressoa como um eco de memórias e sentimentos. A casa, menor e mais fechada, torna-se um labirinto emocional, onde a tensão e a claustrofobia se entrelaçam, atravessando a experiência das personagens e dos leitores. 

Diferente de suas obras anteriores, que se desdobravam na primeira pessoa, esta nova narrativa traz uma ampliação de vozes, embora a percepção possa sugerir uma proximidade íntima. A autora reflete sobre a recepção do texto em clubes de leitura, onde a interpretação das personagens trouxe à tona nuances inesperadas, desafiando até mesmo suas próprias concepções. Um personagem escrito, nunca é o mesmo personagem quando lido por outro alguém. 

Aline se surpreendeu ao perceber que uma das personagens foi vista como não confiável, uma revelação que abre novas portas interpretativas. Este diálogo com os leitores, facilitado pelos encontros do projeto Leia Mulheres, enriquece sua compreensão da obra, lembrando que, na dança da criação, cada fragmento é uma peça vital do todo, mesmo que, por vezes, a autora não consiga ver a imagem completa. 

Com um olhar poético que observa atentamente o cotidiano, especialmente o vazio que envolve personagens femininas, Aline Bei conquistou um espaço cativo no imaginário dos leitores.

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