
BRASIL - Um dos mais importantes nomes do documentarismo no país, o cineasta paraibano Vladimir Carvalho completaria 90 anos nesta sexta-feira (31). Para marcar a data, o Cine Brasília, na capital federal, apresenta de hoje até 5 fevereiro, na sala batizada com nome do diretor, a mostra Homenagem a Vladimir Carvalho: Caçador de Raízes e Memórias.
A programação gratuita celebra o legado do artista, que morreu em 24 de outubro do ano passado, aos 89 anos, com a exibição de títulos emblemáticos de sua carreira. O ciclo contempla dez filmes realizados entre 1962 e 2016.
Entre eles, Vila Boa de Goyaz (1974), O Engenho de Zé Lins (2007), Vestibular 70 (1970), Rock Brasília – Era de Ouro (2011), A Bolandeira (1968) e O País de São Saruê (1971). Na abertura, nesta sexta, serão exibidos os documentários Os Romeiros da Guia (1962), Quilombo (1975) e Pankararu de Brejo dos Padres (1977), seguido de debate.
Memória
Dono de um acervo com mais de cinco mil itens - jornais, revistas, fotografias, filmes, máquinas, câmeras e até a moviola usada por Glauber Rocha no filme Terra em Transe -, Vladimir acalentava o sonho que o material da Fundação Cine Memória, criada por ele em 1994, fosse reunido no projeto da Cinemateca de Brasília.
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Em 2023, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), começou um diálogo com o cineasta sobre o acervo. “Levantamos as peças, identificamos o perfil de cada uma delas, e esse trabalho levou a produção de um relatório-diagnóstico”, conta o presidente do Iphan, Leandro Grass. E completa: “Neste momento nós estamos averiguando qual o melhor lugar para receber esse acervo de forma segura, de modo que a população possa acessá-lo e interagir com ele, mas que, acima de tudo, seja uma fonte de inspiração, de revelação sobre Brasília, sobre o Brasil, da democracia, dos valores civilizatórios contidos na obra do Vladimir Carvalho”.
Sobre Vladimir Carvalho
Nascido em Itabaiana, na Paraíba, o cineasta começou a carreira escrevendo críticas de filmes em jornais. Depois, foi corroteirista de Aruanda (1960), do diretor Linduarte Noronha, documentário que marcou o início do Cinema Novo. Na sequência ele dirigiu em parceria com João Ramiro Neto o filme Romeiros da Guia (1962). No mesmo ano, na Bahia, foi assistente de produção da primeira fase de Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho.
Seu primeiro longa, O País de São Saruê, rodado entre 1967 e 1971, permaneceu anos proibido pela censura. Mudou-se para Brasília em 1970, onde atuou como professor da Universidade de Brasília (UnB). Foi também o fundador da Associação Brasileira de Documentaristas.
Irmão do também cineasta Walter Carvalho, ele assinou outros filmes importantes como Conterrâneos Velhos de Guerra (1991) e Barra 68 (2000) em mais de 50 anos de carreira.
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