Em Brasília

Mostra de filmes celebra os 90 anos do cineasta paraibano Vladimir Carvalho

Diretor, que morreu em 2024, terá dez obras exibidas no Cine Brasília.

Ministério da Cultura

Nascido em Itabaiana, na Paraíba, o cineasta começou a carreira escrevendo críticas de filmes em jornais.
Nascido em Itabaiana, na Paraíba, o cineasta começou a carreira escrevendo críticas de filmes em jornais. (Wilson Dias / Agência Brasil)

BRASIL - Um dos mais importantes nomes do documentarismo no país, o cineasta paraibano Vladimir Carvalho completaria 90 anos nesta sexta-feira (31). Para marcar a data, o Cine Brasília, na capital federal, apresenta de hoje até 5 fevereiro, na sala batizada com nome do diretor, a mostra Homenagem a Vladimir Carvalho: Caçador de Raízes e Memórias.

A programação gratuita celebra o legado do artista, que morreu em 24 de outubro do ano passado, aos 89 anos, com a exibição de títulos emblemáticos de sua carreira. O ciclo contempla dez filmes realizados entre 1962 e 2016.

Entre eles, Vila Boa de Goyaz (1974), O Engenho de Zé Lins (2007), Vestibular 70 (1970), Rock Brasília – Era de Ouro (2011), A Bolandeira (1968) e O País de São Saruê (1971). Na abertura, nesta sexta, serão exibidos os documentários Os Romeiros da Guia (1962), Quilombo (1975) e Pankararu de Brejo dos Padres (1977), seguido de debate.

Memória

Dono de um acervo com mais de cinco mil itens - jornais, revistas, fotografias, filmes, máquinas, câmeras e até a moviola usada por Glauber Rocha no filme Terra em Transe -, Vladimir acalentava o sonho que o material da Fundação Cine Memória, criada por ele em 1994, fosse reunido no projeto da Cinemateca de Brasília.

Continua após a publicidade..

Em 2023, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), começou um diálogo com o cineasta sobre o acervo. “Levantamos as peças, identificamos o perfil de cada uma delas, e esse trabalho levou a produção de um relatório-diagnóstico”, conta o presidente do Iphan, Leandro Grass. E completa: “Neste momento nós estamos averiguando qual o melhor lugar para receber esse acervo de forma segura, de modo que a população possa acessá-lo e interagir com ele, mas que, acima de tudo, seja uma fonte de inspiração, de revelação sobre Brasília, sobre o Brasil, da democracia, dos valores civilizatórios contidos na obra do Vladimir Carvalho”.

Sobre Vladimir Carvalho

Nascido em Itabaiana, na Paraíba, o cineasta começou a carreira escrevendo críticas de filmes em jornais. Depois, foi corroteirista de Aruanda (1960), do diretor Linduarte Noronha, documentário que marcou o início do Cinema Novo. Na sequência ele dirigiu em parceria com João Ramiro Neto o filme Romeiros da Guia (1962). No mesmo ano, na Bahia, foi assistente de produção da primeira fase de Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho.

Seu primeiro longa, O País de São Saruê, rodado entre 1967 e 1971, permaneceu anos proibido pela censura. Mudou-se para Brasília em 1970, onde atuou como professor da Universidade de Brasília (UnB). Foi também o fundador da Associação Brasileira de Documentaristas.

Irmão do também cineasta Walter Carvalho, ele assinou outros filmes importantes como Conterrâneos Velhos de Guerra (1991) e Barra 68 (2000) em mais de 50 anos de carreira.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.