Troca de Ideia

Alê Muniz fala de projetos para 2025

Na conversa com o jornalista Pedro Sobrinho, o músico paulistano, residente no Maranhão, comentou sobre a parceria com o produtor e músico paraibano, Chico Corrêa, além da possibilidade de disco autoral e parcerias com Celso Borges e Gérson da Conceição

Pedro Sobrinho / Jornalista

Atualizada em 18/12/2024 às 23h02

Alê Muniz participou do quadro TROCA DE IDEIA, no PLUGADO NA MIRANTE FM, no último dia 11 de dezembro. Na conversa com o jornalista PEDRO SOBRINHO, o músico paulistano, residente no Maranhão, fez uma avaliação da sua trajetória artística e destacou os seus projetos musicais, a parceria com o produtor e músico paraibbano Chico Corrêa tendo João do Vale como protagonista.

- O Chico Correa é um cara super-talentoso, com um trabalho reconhecido como produtor musical dentro e fora do Brasil. Além da versatilidade tem conhecimento técnico e o dom musical. A gente se dá bem por conta da inquietude da criação, de reinventar sons. Eu acho que o projeto já é vitorioso pela ideia de regravar João do Vale, necessário e urgente - comenta.

Alê Muniz fazendo um balanço de 2024 e projetos para o ano que vem. Foto: Divulgação

Alê também falou sobre um disco de canções autorais e parcerias com Celso Borges, Zeca Baleiro e Gérson da Conceição.

- Esse é mais um projeto que estava engavetados com um novo ano que chegando anseio de produzir coisas novas...comecei a fuçar e encontrei músicas que já tinha vontade de gravar, mas ainda não foi feito isso. Gravar canções em parceria com Celso Borges, um grande parceiro que se foi, é uma forma de fortalecer ainda mais a memória deste meu parceiro que nos deixou saudade e tristeza no coração da gente. Foi um irmão que se foi. Celso era um parceiro em que fazíamos música de testa, cara-cara. Assim também foi com Gerson da Conceição - conta.

Aproveitando a potência das redes sociais, Alê criou um quadro "DAS MÚSICAS QUE VOCÊ DEIXOU DE GRAVAR", em que apresenta canções feitas por ele e que deixou de gravar.

- Não sou de instagram, de postar coisas, sou desatento. Comecei a enxergar como uma ferramenta para utilizar de maneira funcional. Comecei a perceber que tinha muita música de minha autoria que deixei de gravar e deu vontade de cantar essas coisas que ouço nas vozes de outras pessoas. E quem sabe escolher algumas dessas canções e colocar em um disco - admite.

QUEM É ALE MUNIZ

Inquieto e dono de uma alquimia sonora cheia de personalidade, o cantor e compositor ALE MUNIZ, nascido em São Paulo, de alma maranhense, pertence a uma família musical em o pai (saxofonista) e mãe (cantora). Como ouvinte e espectador acompanhou o pai em gravações de programas de TV, estúdio, ensaios e apresentações.

Começou à tocar violão aos nove anos de idade e bateria aos 13 anos. O primeiro show como baterista de uma banda de rock aos 16 anos. Nesta mesma época já se apresentava em bares na noite de SP e Rio, cantando acompanhado de seu violão. Assim que  se muda para São Luís, no Maranhão, aos 18 anos, desperta a veia de compositor e a ideia de uma carreira profissional. Aos 21 anos grava seu primeiro trabalho autoral em vinil "Alê". A partir daí, se inicia uma nova fase. Adotando o nome Alê Muniz, o compositor pega a estrada e faz o primeiro show acompanhado de banda.

Em 1996 participa do Festival Canta Nordeste, foi vencedor na etapa Maranhão e permaneceu até a final em Salvador. Com a grande repercussão da música " Iê Mama" no festival, foi convidado por Wilson Souto, dono da gravadora Atração para gravar o seu primeiro CD.

O trabalho foi gravado em São Paulo com produção de "Mitar Subotic", arranjos de sopro do trombonista Bocato e supervisão de " Edson Natale". O Album teve algumas faixas gravadas em Miami, nos Estados Unidos, mixado com participação da Miami Sound Machine.
“Além da faixa título " Iê Mamá", o grande destaque foi para música "Maguinha do Sá Viana", que rompeu fronteiras ao ser incluída nas coletâneas "World Reggae" e " Festa Brasil " da gravadora californiana Putumayo”, destaca Ale Muniz.
O álbum "Iê Mama", abriu portas para novas conexões. O artista circulou pelas principais rádios do Brasil dando entrevistas para divulgar o CD, participou de programas na MTV, Jornal da Globo, e rendeu  matérias em jornais e revistas brasileiras. O álbum está disponível nas principais plataformas digitais.

Com um trabalho mais consistente e o apoio da gravadora, Ale volta para São Paulo, para conquistar novos espaços e viabilizar uma agenda de shows. Com sua banda base formada pelos músicos da banda de reggae maranhense," Mano Bantu", liderada pelo baixista Gerson da Conceição e perceiro musical, Alê Muniz circulou por várias casas de SP e cidades do interior, principalmente no litoral Paulista.

NOVAS EXPERIÊNCIAS E  SONORIDADES

Com o declínio das gravadoras, e o término do contrato, e toda a transformação da indústria fonográfica, ele parte para uma nova proposta.No início dos anos 2000 nasce em São Paulo  o Criolina.
A estreia foi no já extinto "Urbanos", na rua Cardeal Arco Verde em SP. Além do Criolina, naquea noite se apresentaram o Coletivo Instituto e a cantora Céu.

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Logo em seguida veio o primeiro disco " Criolina", gravado e produzido em São Luís por Alê Muniz e mixado em SP por Evaldo Luna no estúdio do conterrâneo Zeca Baleiro, que participa numa das faixas. As músicas "Veneno", "Quebra Pote" e " Baladeira tiveram a maior atenção do público.

Mas foi com o álbum seguinte "Cine Tropical", que o Criolina ganhou mais à atenção de todos. O trabalho rendeu capa da Ilustrada da Folha de São Paulo, destaque também no Estadão com matéria de Lauro Lisboa e etc....
Foi com " Cine Tropical" que o Criolina ganhou o Prêmio da Música Brasileira como melhor álbum de Música Popular do ano.
Neste álbum destaques para " Eu vi Maré Encher",  "O Santo", " São Luís Havana " e " A Revanche". Cine Tropical foi todo gravado por Alê Muniz em seu home Studio em São Luís e mixado por Evaldo Luna em SP. Veio " Latino Americano" pela Sony Music, e em seguida "Radiola em Transe", gravado em  São Paulo, no estúdio Parede e Meia, com direção musical de Rovilson Pascoal e mixado por Ricardo Prado, em Piracaia, pequena cidade, região metropolitana de São Paulo que virou um refúgio para vários artistas da música.

CIRCULAÇÃO NACIONAL E GRINGO

À cada álbum lançado, o público e a demanda por shows foi crescendo.  Alê Muniz circulou por várias cidades do Brasil com o Criolina, 04 viradas culturais, só na capital paulista além de várias casas, SESC POMPÉIA, SESC VILA MARIANA, SESC PINHEIROS, SESC SANTANA, SESC IPIRANGA, SESC CONSOLAÇÃO, SESC AV. PAULISTA, SESC BELENZINHO, SESC 24 de MAIO. RUMOS ITAÚ, CENTRO CULTURAL SP, NATURA, CENTRO CULTURAL RIO VERDE, FEIRA DA POMPEIA, SESC S.JOSÉ DOS CAMPOS, SESC CAMPINAS, SESC ARARAQUARA, SESC S. RIO PRETO, SESC BAURU, SESC RIBEIRÃO PRETO, Virada Cultural em JUNDIAÍ, PIRACICABA, BAURU, ITANHAÉM, MONGAGUÁ.

Ao todo, foram 47 cidades do estado de São Paulo. Na capital paulista teve no Bourbon Street, Mundo Pensante, Tom Jazz, além do Opinião em Porto Alegre, Caxias do Sul, Concha Acústica do teatro Castro Alves em Salvador, Réveillon de São Luís, Ceara Music, Fundição Progresso (RJ), Festival Rec Beat (PE), Festival Se Rssgum (PA), Brasil Summer Fest- em Nova York, Nublu – NY, Hollywood Beach - Miami , Casa da Música, em Portugal, em Santiago no Chile, em Madri, na Esnpanha e Amsterdã, na Holanda.

Na biografia musical intensa e extensa de Alê Muniz tem abertura de shows de celebridades da música brasileira e gringa, entre os quais, Gal Costa, Alceu Valença, The Wailers, Luís Melodia e Gilberto Gil.

BOTA PRA MOER E A BANDEIRA DA REVOLUÇÃO: IGUALITÊ, FRATERNITÊ E LIBERTÊ

Surgido em 2018, o “Bota Pra Moer”é um bloco carnavalesco, idealizado pelo grupo Criolina, para animar a folia momesca em São Luís, faz referência a uma das figuras mais emblemáticas da história de São Luís, e reinventa o Carnaval de São Luís com a diversidade da música brasileira tendo como Porto Seguro à sonoridade genuínamente maranhense.

Bota Pra Moer era uma mistura de “gênio e de louco”, gênio para uns, louco para outros. O fato é que este personagem existiu em São Luís entre as décadas de 1940 a 1960

Alê Muniz, como um dos idealizadores da brincadeira, convidou para compor o line-up nomes como os de Elza Soares, Otto, Duda Beat e Zeca Baleiro, além de Moraes Moreira, com quem fez uma turnê pelo circuito Banco do Nordeste nas cidades de Fortaleza, Juazeiro do Norte, Crato e Cajazeiras, no Ceará.

FESTIVAL BR-135 EXPLORA PLURALIDADE MUSICAL E SE DESTACA NO CIRCUITO INDEPENDENTE NO BRASIL

O Festival BR135 foi criado em 2012 pela dupla musical Criolina, leia-se Alê Muniz. A iniciativa se fundou com a finalidade de oferecer um palco de qualidade para a cena maranhense, e de construir pontes com o mercado da música brasileira, promovendo a troca de experiência entre artistas locais e de outros cantos do país.

Rico em diversidade, o festival se destacou por se tornar o primeiro grande espaço de muitos artistas maranhenses, e também por ser o primeiro show de músicos famosos em solo ludovicense, tais como BaianaSystem, Xênia França, Liniker, Pinduca, Lia de Itamaracá, Rachel Reis, Nação Zumbi, Rubel, entre tantos outros.

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