Louvação a São Luís

Rita Benneditto lança nesta sexta-feira, samba autoral e inédito

"Benneditto" evoca a batida da cadência do samba maranhense com direção musical de Luís Felipe de Lima. A música foi gravada pela cantora maranhense em outubro do ano passado.

Pedro Sobrinho/Jornalista

Atualizada em 27/03/2022 às 10h56
Rita Benneditto flertando com o samba. Foto: Thais Gallart (Rita Benneditto)

A cantora Rita Benneditto inicia o ano com um presente para seus fãs. Ela lança seu novo single, “Benneditto Seja”, neste mês de janeiro. A faixa tem direção musical do maestro e violonista Luís Filipe de Lima e chega nesta sexta-feira (24/1). nas plataformas digitais – poucos dias antes da estreia nacional do seu novo show, “Samba de Benneditto”, em São Paulo.

No novo projeto, a cantora mostra seu olhar sobre o samba e os muitos estilos com que ele é executado em diferentes regiões do país. Rita Benneditto nasceu Rita de Cássia Ribeiro e, a partir do seu disco de estreia, em 1997, ficou nacionalmente conhecida como Rita Ribeiro. Em 2012, adotou o nome artístico que usa até hoje. Engana-se, contudo, quem pensa que começava ali sua ligação com o (sobre)nome Benneditto.

Rita nasceu na cidade de São Benedito do Rio Preto, próxima à região dos Lençóis Maranhenses. Ela é devota de São Benedito, o santo católico também conhecido como o Mouro ou o Negro. A artista tem respeito também pela figura de Pai Benedito, entidadecultuada pela Umbanda, uma das religiões brasileiras de matriz africana. Mas a principal motivação da mudança esteve na vontade de homenagear seu pai, Fausto Benedito Ribeiro.

Desde que houve a mudança, a artista acalentava o desejo de compor algo relacionado à questão. Rita não queria abordar o tema de forma didática, com explicações e justificativas cheias de pormenores. “Trago no meu nome essa dualidade do feminino/masculino e queria fazer algo sem precisar falar do tema explicitamente”, explica a cantora que viu na literatura de cordel uma de suas inspirações.

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Nada como o repente para contar de forma lúdica essa história. E já que ela envolvia São Benedito, por que não evocar outra santa, não uma qualquer, mas uma homônima da cantora? E Santa Rita entrou na história. No samba, melhor dizendo.

E a compositora foi dando vazão a um samba que trata do casamento de Santa Rita com São Benedito. E surgiram, assim, versos como “Desse enlace encantado/Nova históriacomeçou/Rita soma Benedito/E alcança o esplendor/Rita Benneditto seja/Pois Ribeiro se encantou”.

E o resultado é um samba de sonoridade maranhense. O arranjo evoca fortemente o bumba meu boi daquele estado, mais exatamente ao sotaque de Pindaré, característico da Baixada Maranhense, assim como os Blocos tradicionais do carnaval de lá. E a compositora usa da dialética de forças como “urbana/brejeira, homem/mulher, sol/ribeira” para falar da outra Rita (a do passado) e da de agora. “Quis falar da mudança de forma positiva porque, de fato, não foi algo que teve um peso para mim”. É na leveza de suas palavras que Rita guarda sua força. Força esta arrebatadora, como seu canto.

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