Ana Areias cria rede de afetos para lançar o seu primeiro livro de poesia "O Avesso da Saudade"
O trabalho da poetisa, cantora e compositora seria lançado no último dia 24 de abril, em Recife, depois viria para São Luís, sua segunda casa. Por conta da pandemia, o lançamento presencial foi cancelado.
A multimidia Ana Areias está de livro pronto. Trata-se de "O Avesso da Saudade", que seria lançado na última sexta-feira (24/4), em Recife, capital pernambucana. Por conta da pandemia, o lançamento foi cancelado, mas Ana Areias se mobilizou para divulgar o seu primeiro trabalho literário na internet. Em entrevista ao Plugado, na Mirante FM, ela comenta sobre a gestação do livro e do baque que sofreu com o adiamento. Você pode adquiri-lo pelo instagram da artista: Ana Areias @anaareias
- Este é um livro que foi gestado com muito carinho, muito cuidado. Realmente foi um baque, a princípio, porque tinha programado toda uma agenda de divulgação. O lançamento seria aqui em Recife, no dia 24 de abril, e estava com a passagem comprada para São Luís, que seria a segunda casa para lançar o livro. Em seguida iria lançá-lo no Rio de Janeiro e em São Paulo. Diante de tudo que aconteceu a gente teve que cancelar todos os lançamentos. A princípio a gente fica chateada por se criar tantas expectativas, mas depois você percebe que não tinha cabimento ficar angustiada diante de tudo o que está acontecendo. A gente pensa, respira. Enfim, pensa que têm coisas mais importantes pra gente priorizar. Aí, a solução é o lançamento virtual que comecei no sábado pelas redes sociais. Já começaram chegar os pedidos. Aqui em Recife eu mesmo estou fazendo a entrega, tudo certinho, com máscara, álcool em gel, deixando os livros nas portarias. Os outros pedidos estou fazendo pelos correios. A gente está resolvendo esses pedidos, vendo endereços, tudo certinho, pelas redes mesmo. É o que a gente pode fazer neste momento - assegura.
A pernambucana Ana Areias, cuja a ligação com São Luís é muito forte, comentou também sobre a conexão com a música e literatura. Para ela, as duas coisas estão próximas e fluem naturalmente.
- Esta relação entre música e literatura não consigo separar. A minha formação é com a Literatura, de apesar ter começado a cantar super cedo. A literatura veio quando fiz curso de de crítica literária na Universidade Federal de Pernambuco. Depois que comecei a lançar as minhas músicas autorais, eu percebia que as letras das músicas sempre vinham de um escrito literário, de poesia, prosa, mesmo às vezes, em verso. Daí surgiam as músicas. A coisa é uma só pra mim. Acho que os meus textos, os textos desse livro "Avessa da Saudade" são musicais. Alguns desses poemas se tornaram música. Realmente é uma coisa que não consigo separar. No meu processo criativo, música e literatura, são duas coisas que estão próximas. Quando estou escrevendo sempre estou pensando em um ritmo. Então, é uma coisa que flui naturalmente - afirma.
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O Mundo e nós mesmos
E quando tratei do assunto da hora, ou seja, o recolhimento forçado, Ana diz que, embora o momento seja de susto, medo, diz estar administrando tudo numa boa, refletindo, repensando o mundo e as relações.
- É super complicado, mas as pessoas têm que repensar o mundo, repensar as relações e todo mundo tendo que ficar em casa, pelos menos as pessoas que podem, devem ficar em casa. A gente entende que é o necessário, é o que a gente pode fazer agora. Eu acho que sempre vai encarar um momento de medo, susto, angústia, melancolia, porque a gente não esperava. Então tem a ideia da coisa forçada, da coisa imposta. Mas, ao mesmo tempo é um momento de reflexão, renascimento, de uma enfermidade que vai além do vírus, que a gente está tendo de enfrentar. É uma enfermidade que está no mundo, está nas pessoas. Acho que a gente realmente tem a oportunidade de repensar, tentar construir algo diferente. Acho que o mundo que a gente conhecia não volta mais, e talvez seja uma coisa boa, que ele não volte. A gente vai ter a chance de reconstruir muitas coisas, desde relações, como a gente vê o meio ambiente, como a gente vê as relações políticas, sociais, artísticas, tudo isso - reflete.
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