Crime em São Luís

'Estou desnorteada', diz esposa de corretor assassinado na Petland

Autor dos disparos se apresentou à Polícia na tarde desta quarta-feira (11)

Rádio Mirante AM

Atualizada em 11/05/2022 às 16h04
Loja Petland, na Cohama (Redes sociais)

SÃO LUÍS - Em entrevista realizada na tarde desta quarta-feira (11) ao programa Abrindo o Verbo, da Rádio Mirante AM, Zoraide Campos, esposa do corretor Dino Márcio, assassinado na última segunda-feira (9) na loja Petland, voltada a artigos para animais de estimação, disse estar desnorteada com o homicídio do marido e que está sendo amparada por amigos da família.

Ao lado de Dino e uma amiga, Zoraide tinha um projeto de amparo à animais em situação de rua. Todos os dias, ela, o marido e a amiga compravam rações para gatos abandonados e domésticos.

"Nós compramos dois tipos de rações. Como ele é corretor de imóveis, estava aguardando receber um dinheiro na conta para comprar rações. Fui na rua colocar a ração para os bichinhos e fui fazer minhas tarefas. Ele recebeu o pagamento e ele foi se vestir. Ele saiu de casa por volta de 16h30 para às 17h, até estava em ligação com a minha mãe. Ele iria até a Petland comprar a ração e de lá iria para o Mateus. Ele me deu um selinho e saiu. Ainda avisei pra ele que faltava óleo de cozinha, coisa de casal. Ele saiu, foi até o Pet comprar a ração e lá ele pediu ração de carne pra gato castrado, e a atendente deu a ração de gato pra gato normal adulto. Ele percebeu o erro, me ligou e me disse que ia voltar pra trocar a ração. Ele foi ao Mateus, fez as compras, me ligou para confirmar compras de leite, queijo e me pediu listas para fazer um frango e um bolo. Eu estava esperando ele, tinha acabado de receber meu pai do hospital, quando recebi uma ligação do telefone do Dino, mas quem falou foi um rapaz avisando que ele foi baleado. Eu tinha entendido que ele foi esfaqueado, me desesperei, mas ele explicou que ele foi baleado e que ele estava sendo encaminhado para uma UPA. Ele disse que a situação do meu marido não era boa e eu me desesperei. Liguei para um amigo dele de infância que era agente penitenciário, liguei para amigos dele, fomos até a UPA e quando cheguei já recebi a noticia que ele não resistiu, que ele chegou a UPA sem vida", disse, emocionada.

Zoraide afirmou que o caso foi tratado de forma insensível pela empresa, que funcionou normalmente durante o velório de seu marido.

"A loja não prestou socorro, inclusive ontem me disseram que a loja abriu no velório dele. É um absurdo. Como acontece uma tragédia dessa em uma empresa, com repercussão em toda a cidade e abrem a loja em um momento de dor? É uma falta de sensibilidade", comentou.

Autor se apresentou à polícia

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O autor dos disparos foi identificado como Edson Guedes, de 39 anos. Além de vigilante, ele também é auxiliar penitenciário temporário e se apresentou à Polícia na tarde desta quarta-feira (11) acompanhado de um advogado. Edson está sendo ouvido pelos delegados Armando Pacheco e George Marques e já existe um mandado de prisão temporária, que deve ser cumprido ainda hoje. Ouça os detalhes com a repórter Alessandra Rodrigues.

Relembre o caso

Dino Márcio foi assassinado na noite da última segunda-feira (9), quando tentava fazer a troca de um produto em um loja de petshop instalada na Avenida Daniel de La Touche, no bairro Cohama, na capital. Segundo informações da polícia, Dino se envolveu em uma discussão com um vigilante do estabelecimento e acabou sendo alvejado com quatro disparos de arma de fogo.

O suspeito segue foragido e até esta tarde, não foi identificado pela Polícia. Na noite da última terça-feira (10), familiares e amigos da família realizaram um protesto em frente à loja onde o crime ocorreu, cobrando justiça.

Ouça a entrevista completa.

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