Opinião

Planos de uma vida

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15

Um estudo realizado pela Orbit Data Science, uma startup que analisa qualitativamente debates e tendências das redes sociais, revelou os planos de uma vida após a vacinação contra a Covid-19. Foram quase 2 mil comentários relacionados ao pós-vacina entre fevereiro de 2020 e junho deste ano.

É bem verdade que a pandemia mudou os planos de muita gente, muitos sonhos foram desconstruídos. No início da pandemia, o maior desejo é “reencontrar pessoas” (13,63% do total), mas, com o início da vacinação, a principal categoria passa a ser “frequentar lugares” (15,34%). De acordo com a Orbit Data Science, entendendo o contexto fica claro porque as pessoas falavam tanto em reencontrar familiares e porque eles deixaram de falar. O jogo pela vida continua jogado.

A chegada da variante delta do coronavírus prenuncia mais combate à pandemia, mesmo nas nações mais vacinadas. A luta da ciência exige novas estratégias na guerra biológica contra o vírus. O cenário é mais incerto com a constatação, por meio de pesquisa britânica, de que a proteção dos imunizantes contra a Covid cai após seis meses. A queda é parcial e, segundo cientistas, as vacinas mantêm nível alto de proteção. Porém, adiciona um desafio a ser encarado.

Com a queda da imunidade ao vírus ao longo do tempo, houve a necessidade de uma terceira dose das vacinas em idosos, o que já ocorre desde a semana passada em São Luís. Além disso, a variante delta tem provocado o ressurgimento de surtos em alguns países, nos quais se imaginava que a vacinação resolveria por completo o problema da pandemia e a vida voltaria ao normal. Não é bem assim.

Mas é importante ressaltar os resultados positivos da vacinação no país, conforme revelam os números. A média móvel de mortes por Covid-19 caiu para 683, chegando ao terceiro dia consecutivo abaixo de 700. Desde o dia 22 de junho a taxa não apresenta alta e, no domingo, completou sete dias em queda. Na comparação com catorze dias atrás, a redução foi de 19,06%.

O índice de casos segue o mesmo padrão e não registra alta há mais de dois meses. No domingo, 29, ficou em 24.417,7, o menor desde 12 de novembro de 2020. Estes números são resultados do avanço na campanha de vacinação – o país conta com mais de 60% da população vacinada com a primeira dose e mais de 28% com as duas.

Embora o assunto vacinação continue despontando no noticiário nacional, as discussões e movimentos políticos devem predominar na primeira semana de setembro - que começa amanhã. Nesta terça-feira, 31, está prevista a entrega de um manifesto de banqueiros e fortes empresários do país no qual pedem a estabilidade institucional entre os Poderes e os rumos da economia brasileira.

Por sua vez, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil ameaçam deixar a Febraban – entidade que representa os grandes bancos do país – caso ela oficialize a adesão ao manifesto. Os bancos públicos argumentam que não podem permanecer em uma entidade que age como partido político e se opõe ao seu acionista, o governo.

Apesar de a iniciativa tentar apaziguar os ânimos e fortalecer instituições, as divergências envolvendo bancos públicos e privados dentro da Febraban deixam um saldo considerado ruim. A leitura é que Caixa e BB fizeram uma opção arriscada, pois a tendência é que a decisão de deixar a entidade reforce a ideia de intervenção do governo nos bancos federais. Nas palavras de um banqueiro, o governo e o Ministério da Economia saem menores do incidente por interferirem na governança das estatais e por quererem manipular a conduta de uma associação privada. É uma briga feia.


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