Turismo

Setor de turismo percebe queda na movimentação de visitantes no período junino

Vice-presidente da Abav, Ana Carolina Medeiros, relaciona baixa com destaque negativo do Estado no primeiro semestre.

Maurício Araya / Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h53

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SÃO LUÍS – Com a Copa do Mundo no Brasil, o setor de turismo busca se beneficiar do período e do legado que o evento vai deixar no país. No mesmo sentido, o Maranhão busca, neste "segundo tempo", para aproveitar a temporada junina como principal diferencial no atrativo de visitantes de outros países – veja a programação dos principais arraiais de São Luís.

A capital maranhense até se preparou: como parte da operação "Boas-Vindas", turistas que desembarcaram no Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado são recepcionados por personagens tradicionais do bumba meu boi e tambor de crioula. De acordo com a Secretaria Municipal de Turismo (Setur), a expectativa é de receber, aproximadamente, 100 mil visitantes no período. Já o setor hoteleiro não tem muito que comemorar: somente nesta segunda quinzena de junho, a taxa de ocupação em hotéis e pousadas de São Luís atingiu a meta para o São João, de 70%. A baixa na movimentação de turistas, também, é percebida em bares e restaurantes.

Festejos juninos são um dos atrativos turísticos do Estado. Foto: Flora Dolores / O Estado.

A vice-presidente de Capacitação e Certificação da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav), Ana Carolina Dias Medeiros de Souza, em entrevista ao Imirante.com, atribui essa queda como resultado do destaque negativo que o Estado teve no início de 2014 e ao longo de todo o primeiro semestre, com ataques violentos a ônibus e crise no sistema penitenciário. "O Maranhão não teve um benefício muito grande em relação à Copa do Mundo. A gente perdeu o time (tempo, em inglês), principalmente o foco que tivemos na mídia com relação ao início do ano, em que nós tivemos problemas muito graves. Então, realmente, não conseguimos buscar um benefício mesmo não sendo sede, mas sendo muito próximo de sede", disse – ouça na íntegra.

O fluxo de maranhenses que aproveitaram o período de férias escolares para acompanhar os jogos da Copa do Mundo nas cidades-sedes, por sua vez, registrou aumento, o que foi facilitado pela locomoção.

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"Legado da Copa"

Ana Carolina Medeiros explica que, com a realização do evento esportivo de maior audiência do mundo – segundo o que garante a Federação Internacional de Futebol (Fifa, na sigla em francês) – no Brasil, o setor de turismo quer manter a boa visibilidade conquistada pelo país após a Copa do Mundo. "O setor, ele tenta buscar, principalmente, pós-Copa, essa visibilidade que o Brasil está tendo agora. É o maior evento do mundo, principalmente na questão da divulgação do destino, porque existem todos os milhares de repórteres esportivos que estão em algum lugar do Brasil, falando de algum lugar. Essa visibilidade será aproveitada pós-Copa, porque, de quem está aqui, há a curiosidade de retornar com seus familiares", afirma.

Essa vontade de voltar ao país é demonstrada pelo destaque positivo que a receptividade dos brasileiros ganha na imprensa internacional. "O que a gente tem visto, principalmente na mídia estrangeira, é a felicidade de como está sendo recepcionado pelo brasileiro. O brasileiro é muito acolhedor. Em alguns Estados mais, em outros menos, mas, de uma forma geral, é muito acolhedor, e isso tem sido muito simpático aos turistas", completa.

Nada de caos

Uma das grandes preocupações dos brasileiros era com o caos previsto para ocorrer na infraestrutura da aviação civil do Brasil, com atrasos e problemas nos aeroportos. Até o momento, os pessimistas erraram a previsão, e, com a tendência de diminuição do fluxo de turistas – com a eliminação de algumas seleções –, caos, mesmo, é o que está longe de acontecer. A vice-presidente da Abav critica uma frase que ficou conhecida nos últimos meses, e garante que ela criou prejuízos para o setor. "Especulou-se muito, principalmente com aquela frase: 'imagina na Copa', que virou um bordãozinho muito engraçado no Brasil, mas ele prejudicou. Sempre era de uma forma muito negativa, não de uma forma positiva. O que a gente está vendo é que, realmente, o 'imagina na Copa' prejudicou", assegura.

Questionada pela reportagem do Imirante.com sobre em que o Maranhão deve se aperfeiçoar para atrair mais turistas, Ana Carolina Medeiros foi enfática em sua resposta. "Divulgação. Muita divulgação. O Maranhão, ainda, é muito tímido na divulgação da sua beleza, de mostrar, para outros Estados, falando de turismo nacional, e se mostrar para os outros países, falando de turismo internacional. O que falta, ainda, é muita divulgação, e constante", conclui.

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