MARANHÃO - Um documento feito no ano de 2020 pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), chamado de ‘anteprojeto de recuperação’, já apontava que a estrutura da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que desabou nesse domingo (22), estava com um série de problemas, entre elas fissura, rachaduras e inclinações nos pilares.
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Investigações também apontam que, em maio deste ano, foi aberto um edital de concorrência, também pelo DNIT, para que fosse feita a reforma da ponte, que conectava os Estados do Maranhão e Tocantins.
Segundo o documento, "as condições atuais da OAE [Obra de Arte Especial, neste caso a ponte] merecem atenção, pois verifica-se vibrações excessivas e desgaste visual de suas estruturas e do seu pavimento".
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Além disso, o documento afirma que "tais manifestações patológicas e deficiências funcionais podem ser consideradas típicas para estruturas que datam daquela época de construção, tendo em vista a sua utilização e intervenções ao longo dos anos em serviço, apresentando, conforme pode ser observado nas inspeções realizadas, que indicam a necessidade de reabilitação".
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Dnit diz que abriu licitação, mas nenhuma empresa estava habilitada para as obras na ponte
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que tentou contratar uma "reabilitação" para a ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre o Maranhão e o Tocantins, mas a licitação fracassou.
O Dnit, vinculado ao Ministério dos Transportes, lançou um edital, em maio deste ano, para a contratação de empresa especializada para elaboração dos estudos preliminares, projeto básico e executivo de engenharia e execução das obras de reabilitação da ponte entre os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO).
O edital apontava um desgaste e vibrações na ponte. “As condições atuais da OAE [obras de artes especiais] merecem atenção, pois verifica-se vibrações excessivas e desgaste visual de suas estruturas e do seu pavimento”. OAEs são grandes estruturas rodoviárias, como pontes, viadutos, túneis e passarelas.
Estudos sobre a ponte identificavam os problemas
Antes do início da licitação, em maio deste ano, o DNIT já havia feito estudos sobre a ponte e encontrado uma série de problemas, relatados por meio do anteprojeto de recuperação, reforço e reabilitação da ponte, datado de 2020. Entre eles, estão:
- No documento, o órgão relata que, "durante a extração de testemunhos de concreto da laje, constatou-se diferenças significativas entre as espessuras das camadas de asfalto ao longo da ponte".
- Foram observados, também, danos observados no bloco do P7 (pilar 7), com significativa variação da geometria do bloco, além de "danos observados no bloco do P8, com significativa variação da geometria do bloco".
- O documento também informa haver "meio do vão de 140m, detalhe da protensão externa na parte inferior", ou seja, o início de uma rachadura grande, detectado por uma foto.
- Também relata "fissuras no cobrimento da protensão externa, no meio do vão principal da ponte (140m) e na seção do apoio P6";
- Foi encontrada, ainda, "rachadura observada no topo do pilar ocotogonal, ocorrência nos apoios P14, P15 e P16";
Número de mortes após o desabamento da ponte subiu para quatro
O corpo de mais uma vítima do desabamento da ponte entre o Maranhão e o Tocantins foi encontrado na manhã desta terça-feira (24). Chega a quatro o total de mortes confirmadas, segundo coronel Magnum Coelho, comandante operacional do Corpo de Bombeiros. O quarto corpo encontrado é de uma mulher, identificada como Andreia Maria de Sousa.
Antes, havia sido encontrado o corpo de um homem no rio Tocantins. Trata-se de Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos, motorista de um caminhão de defensivos agrícolas.
Mais cedo, o corpo de uma criança também foi encontrado pelas equipes de buscas. Após o reconhecimento, foi confirmado que o corpo é de Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos. A criança estava no caminhão modelo DAF, que transportava portas de MDF, com origem em Dom Eliseu, no Pará, segundo nota divulgada pela Prefeitura de Estreito.
Ponte desabou durante tráfego de veículos
O desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira deixou vítimas. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), oito veículos caíram no rio, sendo quatro caminhões, dois automóveis e duas motocicletas.
Socorristas acreditam que algumas das vítimas podem não ter conseguido sair dos veículos depois da queda no rio. O abastecimento de água de Estreito, Imperatriz e outros municípios da região, foi suspenso pelo risco de contaminação do rio Tocantins com substâncias tóxicas.
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