Mondrian na arte, no sexo e na vida
Confira a coluna desta semana da sexóloga e educadora sexual Monica Moura.
A imaginação dela era tão vívida quanto uma pintura de Mondrian. Sabe aquelas linhas retas perpendiculares e cores primárias bem definidas? Além disso, até. Como ele, ela também não tinha medo de pensar de forma ousada e destemida, mas a sua coragem só ia até a página dois, e você vai entender já já.
Sonhava em explorar todas as suas fantasias, tinha desejos sexuais profundos, mas havia uma pequena pedra no sapato: o medo do julgamento. Ninguém percebia, mas a verdade é que ela temia que, se revelasse suas fantasias a alguém que a conhecesse bem, pudesse ser mal interpretada ou até mesmo ridicularizada. E por isso ela ainda não tinha se permitido iniciar a vida sexual. Só por isso!
Um dia, enquanto caminhava pela cidade, viu um cartaz colorido que anunciava um espetáculo de circo itinerante. Em letras brilhantes, dizia: "Descubra o desconhecido". Intrigada, ela decidiu conferir o espetáculo.
Dentro da tenda do circo, ela se viu em um mundo de maravilhas e mistérios. Entre os acrobatas voadores e os palhaços engraçados, um homem misterioso chamou sua atenção. Ele tinha um olhar cativante e um sorriso cheio de promessas.
De repente, sentiu uma onda de coragem invadir seu coração e, sem pensar duas vezes, se aproximou do homem. Ela decidiu que aquele seria o momento perfeito para realizar seu desejo mais íntimo: viver a primeira relação sexual (sim, com um perfeito desconhecido).
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Sem rodeios, se aproximou e contou ao ouvido as suas fantasias mais loucas. Bem Mondrian: obras com formas geométricas simples, linhas retas, quadrados e retângulos. Para sua surpresa, o homem ouviu atentamente, sem julgamentos ou risadas. Tá, ele deu algumas risadas sim. Mas não riu dela. Riu com ela. Ele até compartilhou algumas de suas próprias fantasias, criando cumplicidade entre eles. Enquanto o mundo pintava paisagens, eles pintavam o abstrato.
Cada momento foi repleto de risadas e alegria, e ela se sentiu livre como nunca antes. Não transaram. Mas naquele instante ela percebeu que, às vezes, é preciso se abrir para o desconhecido até encontrar a verdadeira liberdade e satisfação.
Ao final da noite, enquanto se despediam com um sorriso nos lábios, ela agradeceu ao homem por ter ajudado. Ele talvez nem tenha compreendido, apenas piscou para ela e desapareceu na multidão, a deixando com um coração cheio de gratidão e uma mente repleta de memórias inesquecíveis.
Quando a gente se permite ser verdadeiramente quem é, o mundo se abre em infinitas possibilidades de prazer e diversão. Isso vale para a arte, vale para o sexo e vale também para a vida.
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