COLUNA
Sexo com Nexo
Sexo com Nexo por Mônica Moura, sexologia clínica e Educação sexual.
Sexo com Nexo

Sobre o nosso precioso tempo

(A base de todas as manifestações amorosas)

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual (Divulgação)

O tempo é a nossa moeda mais valiosa do mundo.

Na minha opinião, poderíamos até usar o "eu te dedico o meu tempo" substituindo o "eu te amo".

A luta pela juventude parece uma guerra travada contra o tempo. Ninguém suporta vê-lo correr. Ninguém suporta não tê-lo de volta. Você já deve ter ouvido de alguém no fim do relacionamento um grito desesperado de "joguei meu tempo no lixo" ou "meu tempo foi desperdiçado". E eu respeito muito essa dor, apesar de achar que todas as experiências são válidas e necessárias.

Venho com esse tema hoje, ainda embalada pela frustração daquele paciente que não aceita as falhas na ereção como um processo natural e inevitável da idade, mas também por outras observações que envolvem esse precioso e escasso recurso. Quero falar de amor.

Por que queremos tanto encontrar alguém pra chamar de nosso?

E por que, quando encontramos, inevitavelmente pensamos "quero passar o resto da vida com ele"?

Não parece meio louco isso? O desejo de ter quem amamos por perto O TEMPO TODO, especialmente na fase da paixão, é mais do que comum. É quase uma regra. Consumimos e dedicamos o tempo de vida um do outro. Pensamentos intrusivos, fotos revisitadas, mensagens de texto, conversas, encontros, cinemas, passeios, jantares, sexo, pós-sexo, gargalhadas… juntos ou separados, estamos consumindo e dedicando o nosso tempo o tempo inteiro.

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E não existe prova de amor maior que essa: dedicar o nosso tempo a quem amamos.

Poderíamos estar em qualquer outro lugar, fazendo qualquer outra coisa, com qualquer outra pessoa… mas escolhemos aquele serumaninho único, cujo tempo parece voar quando estamos longe. Aquele serumaninho que faz duas horas sem contato parecer um mês inteiro - e quando perto, congelamos o momento.

Lembrei então do livro do Gary Chapman e fiquei divagando sobre as outras formas de manifestar o amor. Atos de serviço demandam tempo. Presentear também. Usar palavras de afirmação exige observação prévia (o que também demanda tempo). Para oferecer toque físico, é fundamental estar próximo, certo? Pra isso você vai precisar de tempo. Minha conclusão? Toda manifestação de amor exige qualidade de tempo. Não vale receber ajuda, presentes ou elogios sempre à distância. Não pra quem ama. E apesar de uma rapidinha  ter o seu valor, quem ama também precisa de conexão (o que exige tempo antes e depois do sexo).

E por fim, entendi a dor que uma percepção de ausência do outro traz. Falo sobre percepção. Às vezes doamos tudo o que temos, mas ainda assim parece pouco ou insuficiente para o outro. 

Se frequentemente falta tempo, logo parece também faltar amor. A distância só aumenta. A dor também.

Aqui mora uma grande necessidade terapêutica. Peça ajuda!

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