"Tô Dizendo!": Projeto Menina Cidadã incentiva a participação cidadã de jovens em São Luís
Nesta edição, a radialista Alessandra Rodrigues e a jornalista Raelle Fróes entrevistam a chefe do escritório do Unicef em São Luís, Ofélia Silva, e as integrantes do Projeto Menina Cidadã Adrielle Sousa e Verônica Ayres.
Esta edição do Tô Dizendo! aborda uma iniciativa do Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef) Brasil, e conduzido pela Fundação Justiça e Paz se Abraçarão, que busca incentivar a participação cidadã de jovens líderes, mobilizando e engajando meninas adolescentes e jovens com faixa etária entre 12 a 21 anos.
Nesta edição, a radialista Alessandra Rodrigues e a jornalista Raelle Fróes entrevistam a chefe do escritório do Unicef em São Luís, Ofélia Silva, e as integrantes do Projeto Menina Cidadã Adrielle Sousa e Verônica Ayres.
Ouça o podcast:
Sobre o projeto
O Projeto Menina Cidadã busca meninas em grupos comunitários e escolas de cinco áreas na macrorregião da Cidade Operária e seu entorno que são o Itaqui-Bacanga, Vila Luizão, Cidade Operária, Coroadinho e Área Rural.
Por meio da iniciativa, que fortalece as habilidades das jovens como líderes de suas comunidades, são realizadas oficinas, atuação com o sistema de garantia de direitos, produção de encontros comunitários, atividades de escuta acolhedora e exercícios de comunicação não violenta, entre outros.
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Segundo o Unicef, o projeto representa a esperança que nasce nas periferias da cidade, que é ver meninas que tenham autonomia, que conheçam e lutem pelos seus direitos e mais do que isso acreditem que elas mesmas são capazes de construir uma nova realidade.
No fim de 2021, as meninas integrantes do projeto escreveram uma carta-demanda com reivindicações. O documento do coletivo lista uma série de propostas de ações e políticas públicas, identificadas pelas meninas do coletivo na macrorregião da Cidade Operária, em São Luís, para garantir melhorias para a população da localidade. A carta-demanda foi entregue para diversas autoridades competentes.
"Os nossos caminhos, que deveriam ser de direitos garantidos, de vida plena e abundante a todas nós, aos nossos familiares e à nossa comunidade, na verdade são caminhos repletos de difi culdades e injustiças que perpassam por uma construção de sociedade com a presença marcante do patriarcado, com a prática do machismo, do sexismo, da misoginia, de diversas violências e principalmente de desigualdades de raça, classe e gênero. É importante atentarmos para o fato de não estarmos em pé de igualdade com os homens nesta sociedade, muito por infl uência de uma construção social de gênero que nos inferioriza e marginaliza nossas escolhas; quando crianças, a forma como os meninos e as meninas são tratados é diferente", diz um trecho da carta.
Na carta as meninas destacam a violência de gênero, apontando que é um problema que afeta as meninas e mulheres de todo o mundo. Elas afirmam que a violência de gênero é reproduzida nas relações sociais e de poder legitimadas por uma tradição cultural, econômica e política, que tem como base o sistema patriarcal, no qual o homem se estabelece como dono dos corpos femininos, tratando-os como objetos, e não como pessoas.
“Existe a necessidade do Estado propor Políticas Públicas que incorporem as dimensões de gênero e raça para superar as subordinações das meninas e mulheres, tendo como norte o oferecimento de ações efetivas que garantam a todas nós condições de equidade diante dos fatores historicamente construídos, que nos posicionam em desigualdade de acesso a direitos, bens e serviços. A proposição dessas Políticas deve advir do intuito de solucionar essas problemáticas que se complementam e estão interligadas, a fi m de transformar a realidade de violências contra as mulheres”, destaca outro trecho da carta.
Veja a carta-demanda na íntegra.
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