LUTO NA DRAMATURGIA

Morre, aos 89 anos, Ilva Niño, ícone da dramaturgia brasileira

A artista estava internada desde o dia 13 de maio quando passou por uma cirurgia cardíaca.

Na Mira

Atualizada em 12/06/2024 às 12h33
Morre Ilva Niño, ícone da dramaturgia brasileira (Foto: reprodução)

BRASIL - E mais uma vez a dramaturgia brasileira sofre uma grande perda! A atriz Ilva Niño, de 89 anos, morreu nesta quarta-feira (12). A artista estava internada no Hospital Quali, no Rio de Janeiro, desde o dia 13 de maio, quando passou por uma cirurgia cardíaca.

Conhecida por sua grande carreira na televisão, ela colecionou mais de 30 novelas e várias participações em séries. A atriz conquistou muitos corações ao interpretar a empregada Mina da novela “Roque Santeiro”.

A Ilva foi casada com Luiz Mendonça e teve um filho, Luiz Carlos Niño, ambos já falecidos.

De acordo com o g1 Rio, a previsão é que o corpo seja cremado nesta quinta-feira (13), mas o local e a hora ainda não tinham sido definidos até a última atualização desta reportagem.

Conheça a história Ilva Niño;

A atriz Ilva Niño nasceu na cidade de Floresta, em Pernambuco, e completaria seus 90 anos no dia 15 de novembro. Começou sua carreira nas artes cênicas quando cursava a Escola Normal e participou de um curso de teatro grego ministrado por Ariano Suassuna. Ela acabou atuando na montagem amadora que o autor fez para "Antígona", de Sófocles.

A partir daí ela se apaixonou pelo teatro e começou a carreira no Movimento de Cultura Popular durante o governo de Miguel Arraes, logo no início da década de 1960.

Por causa do golpe de 1964, ela foi morar com o marido no Rio de Janeiro. Os dois já conheciam a cidade, pois já tinham se apresentado em um festival de teatro com "O Auto da Compadecida", em 1957, peça que deu o prêmio de melhor autor a Ariano Suassuna.

Ilva também atuou nas peças "O Berço do Herói" e em "O Pagador de Promessas", de Dias Gomes.

Com a contratação do escritor pela Globo, a atriz seguiu com ele e começou a realizar vários trabalhos: "Verão Vermelho", de 1969; "Bandeira 2", de 1971, entre eles.  

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A atriz também participou de "A Patota", de 1972; "Gabriela", de 1975; "Sem Lenço, sem Documento", de 1977. Ilva interpretou a mãe das personagens de Betty Faria e Elizangela em "Pecado Capital", de 1975. Ela também atuou em "Feijão Maravilha", de 1979.

O seu maior sucesso veio com "Roque Santeiro", de 1985, quando interpretou Mina, a empregada doméstica e confidente da viúva Porcina.

“Uma pontinha de nada em Roque Santeiro, e a Mina não morreu nunca, até hoje todo mundo grita pela Mina na rua. Foi um grande sucesso, merecidamente um grande sucesso. Dias fez uma parte, depois Aguinaldo Silva pegou a outra parte e continuou o grande sucesso”, disse Ilva Niño ao Memória Globo sobre o sucesso da personagem.

Na década de 1980, Ilva Niño se consolidou como uma das artistas mais conhecidas da televisão. Além de Roque Santeiro, ela fez parte do elenco de "Água Viva",1980; "Partido Alto", de 1984; "O Outro", 1987; "Bebê a Bordo", de 1988, e "Sexo dos Anjos", de 1989.

Ilva Niño também participou da primeira minissérie da Globo, "Lampião e Maria Bonita", de 1982, de Aguinaldo Silva e Doc Comparato. Onde interpretou Odete, a mãe de Maria Bonita.

A atriz seguiu atuando nos anos 1990 e 2000, com "Pedra sobre Pedra", de 1992; "Tropicaliente", de 1994; e "História de Amor", de 1995. Ela também esteve em "Suave Veneno" e "Terra Nostra", ambos de 1999; "Porto dos Milagres", de 2001; "Senhora do Destino", de 2004; "Alma Gêmea", de 2005"; e "Sete Pecados", de 2007.

Em 2009, Ilva participou de a "Cama de Gato". Dois anos depois, em 2011, ela mãe do cangaceiro vivido por Domingos Montagner, em "Cordel Encantado". A artista destacou que era um trabalho diferente da mãe de Maria Bonita.

“Foi encantado mesmo, é outra relação do cangaço, não era aquela relação do Lampião, era mais fantasia, mais cordel mesmo. Você assiste à novela inteira e os cangaceiros não matam uma pessoa, não dão tiro em ninguém, não usam a arma para nada”, disse a atriz.

Niño destacava a importância de ter interpretado muitas empregadas domésticas. “Ela não entra mais em cena apenas para servir a mesa ou mexer panela na cozinha. Ela agora está inclusa na comunidade familiar da casa. Trabalha na sua casa porque você precisa dela e ela precisa do emprego, então existe uma troca, uma necessidade”, afirmou ela em Memória Globo.

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