RIO DE JANEIRO - Neymar quebrou o silêncio. Após se irritar com os críticos nos empates sem gols com África do Sul e Iraque e passar a evitar a imprensa, o astro da Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro foi menos individualista na goleada por 4 a 0 sobre a Dinamarca, e estava novamente eloquente ao deixar a Fonte Nova.
Ainda havia amargura, no entanto, no tom de voz de Neymar. “Chateado, eu fico, sim. Principalmente quando as críticas não são construtivas, e sim maldosas. Ficamos realmente chateados, mas sei que faz parte. Peço que nos apoiem. Se for para criticar, que seja de uma forma construtiva”, orientou o atacante do Barcelona.
Antes mesmo de começar mal a participação nas Olimpíadas, Neymar já havia definido como “maldosa” uma pergunta que ouviu de um jornalista, sobre o seu comprometimento com a Seleção Brasileira. As críticas, contudo, não partiram somente da imprensa. No Mané Garrincha, os torcedores vaiaram bastante a seleção e até fizeram coro por Marta, estrela do time nacional feminino, apenas para provocar o capitão da equipe masculina.
“A Marta é uma grande futebolista, a melhor do mundo. Tenho orgulho de ela ser brasileira e de nos representar aqui e lá fora. Espero que as meninas consigam o tão sonhado ouro olímpico. Estou na torcida”, disse Neymar, tentando conter o desabafo. “Ouvi muitas graças quanto a isso, mas fico feliz de ser comparado com a Marta, a melhor do mundo”, garantiu, sorrindo.
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O atacante gastou espontaneamente a voz para falar de outra atleta olímpica – a judoca Rafaela Silva, dona daquela que é até então a única medalha de ouro brasileira conquistada no Rio de Janeiro. A carioca crescida na favela da Cidade de Deus lidou até com ofensas raciais de torcedores ao ser desclassificada dos Jogos de Londres, quatro antes da redenção.
“Algumas coisas vão além da crítica. Coisas como as que aconteceram com a lutadora de judô, Rafaela Silva, que perdeu, ouviu que era uma vergonha para o Brasil e agora está saindo como heroína. Os atletas vivem no mundo de ir do céu ao inferno, então devem manter a calma e recorrer aos familiares, pois são eles que nos confortam nos momentos tristes”, discursou Neymar.
Para evitar novas críticas, construtivas ou maldosas, o capitão da Seleção Brasileira conta com outras atuações como a desta quarta-feira. Em Salvador, Neymar não marcou gols, mas se portou bem como capitão e colaborou com as principais jogadas ofensivas da equipe que passou fácil pela Dinamarca.
“Hoje, sim, mostramos o nosso futebol. Todo o mundo está feliz com a partida que fizemos, que é mais importante do que os gols. Melhoramos a nossa atitude, a paciência para ficar com a bola. Já vínhamos conversando sobre isso”, analisou Neymar, projetando o duelo de quartas de final contra a Colômbia, às 22 horas (de Brasília) de sábado, em Itaquera. “Não sei se será diferente, mas a mentalidade continuará a mesma. Vamos nos entregar em campo pelo resultado. As pessoas também devem entender o nosso lado. Não estamos aqui para brincar. É difícil, mas peço que tenham paciência”, repetiu.
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