Saúde no esporte!

Sedentarismo e saúde óssea: falta de exercícios fragiliza ossos

Sedentarismo compromete a saúde óssea, acelera a perda de densidade e aumenta o risco de fraturas e osteoporose, inclusive em jovens.

Gustavo Coelho/Imirante Esporte

Sedentarismo compromete a saúde óssea e acelera a perda de densidade (Foto: Reprodução)

SÃO LUÍS -  O avanço do sedentarismo e saúde óssea tornou-se uma combinação preocupante no Brasil. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que cerca de metade dos adultos não atinge o mínimo de atividade física recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O impacto dessa inatividade vai além do ganho de peso e das doenças cardiovasculares: ela compromete diretamente os ossos, acelerando a perda de densidade e aumentando o risco de fraturas e osteoporose, inclusive em pessoas jovens.

Segundo a OMS, o ideal é manter de 150 a 300 minutos semanais de atividade moderada ou de 75 a 150 minutos de atividade vigorosa. Abaixo desse patamar, os prejuízos ao organismo são significativos — especialmente para a estrutura óssea.

Como o sedentarismo afeta os ossos

Ao contrário do que muitos imaginam, os ossos são estruturas vivas e dinâmicas, que passam por um processo contínuo de renovação. Esse equilíbrio entre formação e reabsorção pode ser rompido por fatores hormonais, metabólicos e, principalmente, comportamentais — como o sedentarismo e saúde óssea em declínio.

A endocrinologista Marise Lazaretti explica que esse processo é controlado por células chamadas osteócitos.

“Essas células captam o estímulo mecânico do movimento e enviam mensagens para que as células que remodelam o osso trabalhem corretamente. Quanto maior a carga, mais forte o osso fica. No sedentarismo, ocorre o efeito contrário, com intensa reabsorção óssea”, afirma.

Além disso, segundo a médica, duas substâncias regulam esse equilíbrio:

  • Rankl: estimula a reabsorção do osso
  • Osteoprotegerina: freia essa reabsorção

 

Quando falta estímulo mecânico, os osteócitos passam a produzir esclerostina, uma substância que inibe fortemente a formação óssea, agravando a perda de massa.

Sedentarismo agrava osteopenia e osteoporose

O quadro de sedentarismo e saúde óssea frágil se agrava quando associado a outros fatores de risco, como:

  • Dieta pobre em cálcio e proteínas
  • Baixa exposição solar (deficiência de vitamina D)
  • Uso prolongado de corticoides
  • Excesso de hormônios da tireoide

 

A médica Marise Castro alerta que a imobilidade pode gerar consequências graves ainda na juventude:

“A falta de atividade física impede que o jovem atinja o pico de massa óssea, que ocorre entre os 20 e 30 anos. Esse é o capital ósseo para o resto da vida.”

Impactos nas articulações e risco de fraturas

O cirurgião ortopedista César Janovsky ressalta que o sedentarismo e saúde óssea também afetam diretamente as articulações.

De acordo com o especialista:

  • Os ossos passam a reabsorver mais cálcio do que produzem
  • As articulações perdem mobilidade
  • A cartilagem fica mais fina
  • O líquido sinovial circula menos, favorecendo rigidez e dor

 

Entre as lesões mais frequentes em pessoas sedentárias, estão:

  • Fraturas de punho
  • Fraturas de quadril
  • Fraturas de vértebras
  • Dores articulares crônicas
  • Tendinites

 

A perda de força, equilíbrio e coordenação também aumenta significativamente o risco de quedas.

Exercícios são a principal proteção para os ossos

A boa notícia é que o estímulo mecânico pode ser recuperado mesmo após longos períodos de inatividade. Segundo o médico do esporte e ortopedista Lindbergh Barbosa de Souza Mendes, os exercícios mais eficazes para o fortalecimento ósseo são os que envolvem impacto e carga.

Atividades mais indicadas:

  • Musculação
  • Corrida
  • Saltos
  • Esportes com mudanças rápidas de direção

 

Para quem pretende abandonar o sedentarismo, o alerta é claro:

“Antes de iniciar qualquer treino, é essencial uma avaliação médica. A regularidade é mais importante que a intensidade. Quando o exercício é prazeroso e bem conduzido, os benefícios aparecem rapidamente”, enfatiza Lindbergh.

Movimento é fundamental para a saúde óssea ao longo da vida

O combate ao sedentarismo e saúde óssea frágil deve ser encarado como prioridade em todas as faixas etárias. A prática regular de atividade física não apenas fortalece os ossos, como também melhora a qualidade de vida, reduz o risco de fraturas, preserva as articulações e promove envelhecimento mais saudável.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.