RIO DE JANEIRO — Em um cenário de instabilidade que já dura 13 anos, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) conhecerá neste domingo (25) seu novo presidente. O médico roraimense Samir Xaud, de 41 anos, será eleito com apoio declarado de 25 das 27 federações estaduais. Apesar da ampla aliança, a eleição acontece sob forte abstenção dos clubes: 21 das principais agremiações decidiram não comparecer ao pleito.
Xaud será o 11º nome a ocupar o comando da CBF desde a renúncia de Ricardo Teixeira em 2012. De lá para cá, a entidade viveu uma sucessão de crises jurídicas, denúncias de corrupção e trocas constantes de presidentes interinos, eleitos ou indicados judicialmente. A média é de um novo dirigente a cada 14 meses.
O grande desafio de Samir será justamente este: conseguir concluir seu mandato até 2029, algo raro nos últimos tempos. Desde a era Teixeira — que durou 23 anos e terminou com acusações de corrupção e o banimento do ex-cartola pela FIFA — apenas José Maria Marin, que nunca foi eleito, conseguiu terminar o mandato.
Linha do tempo: crise permanente
A instabilidade começou em março de 2012, quando Ricardo Teixeira deixou o cargo alegando problemas de saúde, em meio a investigações sobre propinas e corrupção no futebol. José Maria Marin assumiu como sucessor direto e entregou a presidência a Marco Polo Del Nero em 2015.
Del Nero, por sua vez, foi afastado pela FIFA em meio a investigações de corrupção. Em seu lugar, uma sequência de interinos assumiu o comando, entre eles Marcus Vicente e Coronel Nunes. Este último chegou a ser presidente interino em três ocasiões.
Em 2019, Rogério Caboclo foi eleito, mas deixou o cargo em 2021 após denúncias de assédio moral e sexual. O então presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, e Reinaldo Carneiro Bastos, da Federação Paulista, chegaram a ser nomeados interventores, mas não chegaram a assumir de fato.
Na sequência, Ednaldo Rodrigues assumiu interinamente, venceu a eleição em 2022 como candidato único, mas foi destituído duas vezes pela Justiça do Rio de Janeiro. O presidente do STJD, José Perdiz, chegou a ser nomeado interventor. Mesmo com retorno garantido pelo STF, Ednaldo voltou a cair em 2025, acusado de fraudes e irregularidades em acordos assinados dentro da entidade. Ele optou por não recorrer novamente ao Supremo.
Novo presidente, velhos desafios
Samir Xaud, ex-presidente da Federação de Futebol de Roraima, assume respaldado por grande parte das federações, mas sem o apoio formal da elite do futebol brasileiro. Os principais clubes não participaram da votação, sinalizando um racha grave entre a entidade máxima do futebol nacional e quem movimenta os principais campeonatos do país.
A missão do novo presidente será resgatar a credibilidade da CBF, pacificar as relações internas e garantir a estabilidade institucional até o fim de seu mandato em 2029. Em tempos recentes, isso tem se mostrado uma missão quase impossível.
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