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Maranhense se destaca na base do Palmeiras e segue caminho de joias como Endrick e Estevão

Wesley, 16 anos, da cidade de Riachão, já atuou até no profissional do Verdão e foi personagem de reportagem.

Eduardo Lindoso / Imirante Esporte

Atualizada em 04/05/2024 às 18h22
Wesley em ação pela equipe sub-17 do Palmeiras (Fabio Menotti/Palmeiras)

SÃO LUÍS - Apesar de as equipes maranhenses não se destacarem por utilizar seus atletas da base, o Maranhão costuma ser um estado que revela vários talentos para o futebol brasileiro e mundial. Com bastante frequência, o Imirante Esporte traz essas histórias desses futuros craques. Desta vez, o destaque fica por conta de Wesley, atleta de 16 anos, que é natural da cidade de Riachão (920 km de São Luís). O atacante maranhense que atua no Palmeiras foi personagem de uma série de reportagens do jornal O Globo, no especial “A base vem forte”. Ele já atou no profissional do Verdão e segue caminho de craques como Endrick, que já foi vendido para o Real Madrid. 

Atuando em uma base que é umas dos principais celeiros de craques do país, o Palmeiras, que recentemente revelou joias como Endrick, já vendido para o Real Madrid, Luis Guilherme e Estevão. Apesar de ser sub-17, Wesley já atuou pelo sub-20 e até no profissional do Verdão. O jogador, inclusive, já vem recebendo sondagens de clubes do exterior, o que é bastante comum nesta fase de transição desses jovens. 

A história de Wesley 

A reportagem do jornal O Globo conta a história de Wesley, que quase foi interrompida por cauda da pandemia de Covid-19. No ano de 2019, com 11 anos, o atleta foi fazer testes na cidade de São Paulo, mas precisou voltar ao Maranhão por cauda da paralisação do esporte pelas medidas de saúde pública. Neste período, ele estava com um padrinho  Éder Duarte, que o abrigou em sua casa depois de receber indicações de pessoas ligadas ao ex-jogador Anaílson, atleta maranhense com passagem pelo Atlético-GO e São Caetano. 

“Ele tinha um conhecido lá, era jogador amador, e me falava do Wesley desde que ele tinha 9 anos: “Esse menino é diferente”. Ele era muito pequeno, mas eu fui ver. De pouco em pouco ele voltava a falar. Eu tinha um projeto social com uma escolinha, e a gente dava oportunidade para jovens de 13,14 anos, não tinha o que fazer com um menino de 9 anos” contou Éder, à reportagem, lembrando o que mudou a partir de então.

"Em 2018 perdi meu pai, fiquei sem chão, abalado o ano todo. No fim do ano, o cara voltou a falar no Wesley. Ai fui chamar o Anaílson, para trazer uns meninos para intercâmbio. Nesse tempo o Anaílson acabou vendo ele jogar, e confirmou: “Realmente o menino é bom”. Eu falei: “Traz o Wesley”.

O atleta também falou um pouco sobre essa história. “Primeira vez que fui para São Paulo foi em 2019, de ônibus, sozinho. São dois dias e meio, quase três. Pessoal falava com o motorista para eu não me perder. Os próprios passageiros cuidavam de mim. Meus pais ficaram lá cuidando dos meus irmãos” recordou Wesley, o segundo mais novo dos cinco filhos de Antonio, marceneiro, e Arenilza, dona de casa, que tem complicações cardíacas. O menino deixou a família para trás e encarou o desafio na cidade grande.

Dificuldade na escola e superação 

Na reportagem, Éder conta também as dificuldades de Wesley na escola e também com perda de peso, tudo isso na época da pandemia. 

“Ele precisava continuar o acompanhamento nutricional. Mas parou aula, futebol, tudo. Mandei ele de volta para casa. Quando a pandemia esticou, aula online era difícil, não tinha sinal de celular. O jeito foi trazer ele de volta. Mesmo com tudo parado em 2020”, contou. 

Porém, na sequência o garoto se desenvolveu, e, na equipe da escolinha de Éder, já observado por grande clubes do país, marcou um golaço. “Na primeira partida, não tinha nem 10 minutos e foi marcada uma falta na intermediária. Ele bateu estilo Zico. Tinha um observador, veio até mim, e pediu para trazer na mesma hora. “Calma, o torneio acabou de começar”, falei. Ele ganhou prêmio de melhor jogador do torneio. Tinha 11 anos”, orgulha-se Éder.

O técnico do Palmeiras sub-20, Lucas Andrad, também falou na reportagem e citou as características do maranhense. “É um atleta franzino, mas competitivo, aguerrido, corajoso. Precoce. Principal destaque é o drible, tem muito recurso”. 

 

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