Preconceito

Relatório revela 74 casos de LGBTfobia ligados ao futebol

Em 2021 foram 42 e, em 2020, ano do início da pandemia de covid, esse número foi de 20 casos

Imirante Esporte /Com informações da CBF

Em 2021 foram 42 e, em 2020, ano do início da pandemia de covid, esse número foi de 20 casos (CBF)

RIO DE JANEIRO - O Anuário do Observatório do Coletivo registrou 74 casos de homofobia em 2022 envolvendo agentes ligados ao futebol brasileiro (dentro e fora de campo).De acordo com o trabalho realizado pelo Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+, houve um aumento de 76% dos casos com relação ao período anterior. Em 2021 foram 42 e, em 2020, ano do início da pandemia de covid, com os campeonatos paralisados, esse número foi de 20 casos.

“São casos que se repetem toda semana, é uma luta complexa e desafiadora. Há clubes que já detectaram isso e trabalham o tema com seus jogadores, funcionários e torcedores. Mas ainda é insuficiente. A LGBTfobia é um mal social que se alastra em todos os ambientes, em especial no futebol. Essa intolerância motivada por ódio e discriminação é profundamente violenta e deixa marcas profundas. Temos uma pesquisa de 2018 que indica que 62,5% dos LGBTQ+ brasileiros já pensaram em suicídio”, disse Onã Rudá, fundador do Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+.

A CBF é parceira do Coletivo desde o ano passado. A luta contra a discriminação no futebol é uma das prioridades da gestão do Presidente Ednaldo Rodrigues, eleito em 2022.

"O trabalho mostra uma triste realidade, que estamos lutando para acabar no futebol. A CBF vai sempre combater os preconceitos e trabalhar para que o futebol seja um lugar de inclusão", afirmou o Presidente da CBF, que é o primeiro negro e nordestino a comandar a entidade.

 

Preconceito 


A CBF , por sinal, é a primeira confederação de futebol no mundo a adotar no Regulamento Geral de Competições a possibilidade de punir esportivamente um clube em caso de discriminação. A novidade foi incluída no RGC de 2023, publicado em fevereiro.

Os episódios de 2022 vão desde xingamentos ocorridos dentro de campo e cânticos nos estádios até comentários ofensivos. Alguns foram parar nos tribunais. Um deles ocorreu em 22 de maio, durante jogo entre Independente e Santos, pela quarta rodada do Campeonato Amapaense, no Estádio Zerão, em Macapá.

Na oportunidade, o presidente de honra do Santos, Luciano Marba, foi alvo de cânticos homofóbicos da torcida adversária, fato que o árbitro não relatou na súmula. Em defesa de seu dirigente, o clube enviou ofício ao Tribunal de Justiça Desportiva do Amapá, que levou o caso a julgamento.

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