SÃO LUÍS – Parar? Sim, parar. Para muitos, pode até ser uma informação surpreendente. Para a lateral do Sampaio Corrêa Basquete e da Seleção Brasileira Iziane Castro, a hora de dar adeus ao basquete está bem próxima. Referência internacional da modalidade, a ideia de dar o último arremesso está mais vivo do que nunca. Aos 33 anos, Iziane quer parar. Quer se despedir após as Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016. Ao Imirante Esporte, Izi revelou seu desejo em se aposentar. Aposentadoria esta, que ela garante não ser motivada pela falta de prazer em estar em quadra, mas pelo cansaço de seu objeto de trabalho: o corpo.
Em entrevista exclusiva ao Imirante Esporte, Iziane afirma que jogará por apenas mais uma temporada. Feliz com a oportunidade em vestir o manto do Sampaio Corrêa Basquete e a camisa amarelinha da Seleção Brasileira, a maranhense quer aproveitar cada dia, cada momento até dizer sim para sua aposentadoria.
Iziane revela que seu corpo já pede por descanso. “O prazer ainda existe, mas o cansaço é evidente. São 21 anos praticando basquete e, autorrendimento é exaustivo. Você tem uma agressão física muito grande, na mulher principalmente. Eu estou ouvindo um pouco o meu corpo”, disse.
Confira abaixo, na íntegra, a entrevista exclusiva concedida por Iziane Castro ao Imirante Esporte. Ela fala sobre o futuro e afirma que quer se despedir das quadras “vitoriosa”. Nos planos da jogadora, estão o título inédito da Liga de Basquete Feminino pelo Sampaio Corrêa Basquete e uma medalha nas Olimpíadas do ano que vem.
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IMIRANTE ESPORTE: Por que parar? A sua intenção é parar mesmo ao fim de 2016? O que você sente? O prazer em jogar diminuiu?
IZIANE CASTRO: “O prazer ainda existe, mas o cansaço é evidente. São 21 anos praticando basquete, e autorrendimento é exaustivo. Você tem uma agressão física muito grande, na mulher principalmente. Eu estou ouvindo um pouco o meu corpo. Os anos vão passando e a gente vai sentindo que as dores vão chegando e o tempo vai passando para todo mundo. Eu já venho pensando em qual momento certo de parar e sempre disse que meu corpo iria dizer. Porque, enquanto essa vontade existir, o corpo que ia me dizer se eu iria conseguir manter o autorrendimento por mais tempo. A minha ideia é, depois das Olimpíadas do Brasil, estar me aposentando das quadras. Mas é uma coisa que pode se estender, mas está chegando a hora”.
IE: Como você está imaginando a preparação e a participação do Brasil para as Olimpíadas?
IZIANE: “Eu estou confiante por ser no Brasil porque isso abre diversas possibilidades muito grandes. Acho que o povo brasileiro encara o desafio muito favorável quando joga em casa e a torcida acaba espantando o adversário. Esse fator ajuda muito na nossa prospectiva de estar entre as quatro melhores das Olimpíadas do Brasil. Uma equipe forte hoje, jogando em casa, tem condições de trazer uma medalha. Isso seria o ideal. Estar entre as quatro do mundo jogando em casa já é uma grande vitória”.
IE: Já imaginou o que fazer após as Olimpíadas?
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IZIANE: “Já sim e essa é a parte mais difícil para o atleta. O atleta não tem uma aposentadoria garantida, não tem uma profissão consolidada, pelo menos não no basquete. Então o que fazer depois que parar? Obviamente que a gente precisa continuar trabalhando para sobreviver. Hoje eu tenho o Instituto Iziane Castro e á algo que eu sonho poder dirigir em tempo integral e conseguir trazer mais projetos desenvolvidos na área das periferias de São Luís, abrangendo todo o Estado e o Brasil inteiro, se tivermos o alcance. Este seria o meu próximo passo”.
IE: O Sampaio Basquete quer deixar um legado para o esporte maranhense. Por que é importante pensar neste tão falado legado?
IZIANE: “Essa é a ideia original do projeto. O projeto de uma equipe de basquete tem que ter essa parte social. Esse projeto veio com ideias de fora. Nos Estados Unidos, existe o NBA Care, que traz os atletas para a comunidade, eles participam de construções, de doações, de clínicas e toda essa parte de que você tira o atleta daquele pedestal e traz ele para o convívio. Essa visão é muito importante porque é aquela história: a gente sonha, mas quando o sonho é inalcançável, você acaba parando de sonhar. Mas quando você acaba vendo que o sonho pode ser concretizado ali, que está na sua frente, é real, acho que isso abre um leque de perspectivas muito maior e eficiente”.
IE: Por ser sua última temporada, a motivação aumenta?
IZIANE: “Com certeza. A gente quer terminar bem, quer terminar dando o nosso melhor, quer terminar vencendo e assim, deixar tudo ali, sair com a sensação de que aqui acaba, que eu deixei o que fazer para trás e que fiz o melhor”.
IE: Por ser seu último ano e tendo em vista que você já jogou em diversas partes do mundo, o que passa pela sua cabeça jogar no Castelinho lotado mais uma vez só que agora defendendo o Sampaio Corrêa?
IZIANE: “Com certeza que a visão é essa: ginásio lotado, a torcida abraçar a equipe, comparecer em massa e chegar ao tão sonhado título. Acho que essa é a ideia. Eu quero terminar vitoriosa. Acredito que esta equipe tem condições para isso e acho que a torcida é grande parte disso. É uma motivação extraordinária. Quem é atleta sabe. Jogar em um ginásio lotado com apoio incondicional, realmente o atleta se supera nestes momentos”.
IE: Sampaio e Corinthians na final da LBF em um Castelinho lotado? Seria um sonho seu?
IZIANE: “Você está prevendo? Com certeza. Pode ser sim. Eu aceito”.
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