Absolvidos

Justiça absolve réus no caso do incêndio do Ninho do Urubu

Justiça do Rio absolve os sete réus do caso Ninho do Urubu, incêndio que matou 10 jovens do Flamengo em 2019. Cabe recurso.

Imirante Esporte

Atualizada em 22/10/2025 às 10h11
Centro de Treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu, foi palco do incêndio que matou 10 jovens atletas (Arquivo)

RIO DE JANEIRO – A Justiça do Rio de Janeiro absolveu, em primeira instância, os sete réus envolvidos no caso do incêndio do Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo. O incêndio, ocorrido em fevereiro de 2019, matou 10 jovens jogadores das categorias de base do clube. A decisão cabe recurso.

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De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), a sentença absolveu todos os acusados após análise das provas apresentadas pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que pedia a condenação dos envolvidos por homicídio culposo e lesões corporais.

Quem são os réus absolvidos

Os sete réus absolvidos pelo TJRJ são:

Márcio Garotti – diretor financeiro do Flamengo entre 2017 e 2020;

Marcelo Maia de Sá – diretor adjunto de patrimônio do Flamengo;

Danilo Duarte, Fabio Hilário da Silva e Weslley Gimenes – engenheiros da empresa NHJ, responsável pelos contêineres usados como alojamento;

Claudia Pereira Rodrigues – responsável pela assinatura dos contratos da NHJ;

Edson Colman – sócio da empresa Colman Refrigeração, que fazia manutenção nos aparelhos de ar-condicionado.

O incêndio destruiu o alojamento onde dormiam jovens atletas entre 14 e 17 anos. As investigações apontaram falhas na estrutura dos contêineres e no sistema elétrico e de ar-condicionado.

Ministério Público havia pedido condenação

Em maio, o MPRJ apresentou denúncia pedindo a condenação de todos os réus. Segundo o órgão, mais de 40 testemunhas foram ouvidas ao longo do processo.

“O nefasto episódio, que ficou conhecido como a maior tragédia da história do Flamengo, poderia e deveria ter sido evitado”, afirmou o Ministério Público em nota.

“A investigação comprova plenamente a responsabilidade criminal dos denunciados que ocupavam cargos com ingerência na administração do CT, dos acusados responsáveis pelos contêineres destinados ao alojamento dos adolescentes e do responsável pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado.”

Mesmo com a argumentação do MP, a Justiça entendeu que não havia provas suficientes para responsabilizar criminalmente os acusados.

Bandeira de Mello saiu da lista de réus

Ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello havia deixado a lista de réus em fevereiro de 2025. O MPRJ pediu a exclusão do nome do ex-dirigente após o processo completar quatro anos.

A decisão levou em conta que Bandeira tem mais de 70 anos, o que reduz pela metade o tempo de prescrição. Ele presidiu o Flamengo entre 2013 e 2018.

Inicialmente, 11 pessoas foram denunciadas no caso. O monitor Marcus Vinicius foi absolvido, enquanto o engenheiro Luiz Felipe e o ex-diretor da base Carlos Noval tiveram as denúncias rejeitadas — decisões que foram mantidas após recurso do Ministério Público.

Tragédia que marcou o futebol brasileiro

O incêndio no Ninho do Urubu ocorreu em 8 de fevereiro de 2019 e ficou marcado como uma das maiores tragédias do esporte brasileiro. As chamas atingiram o alojamento dos atletas da base, onde morreram 10 jovens jogadores do Flamengo.

O episódio gerou comoção nacional e levantou debates sobre segurança em centros de treinamento e as condições oferecidas aos atletas das categorias de base no país.

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