RIO DE JANEIRO – A Justiça do Rio de Janeiro absolveu, em primeira instância, os sete réus envolvidos no caso do incêndio do Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo. O incêndio, ocorrido em fevereiro de 2019, matou 10 jovens jogadores das categorias de base do clube. A decisão cabe recurso.
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De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), a sentença absolveu todos os acusados após análise das provas apresentadas pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que pedia a condenação dos envolvidos por homicídio culposo e lesões corporais.
Quem são os réus absolvidos
Os sete réus absolvidos pelo TJRJ são:
Márcio Garotti – diretor financeiro do Flamengo entre 2017 e 2020;
Marcelo Maia de Sá – diretor adjunto de patrimônio do Flamengo;
Danilo Duarte, Fabio Hilário da Silva e Weslley Gimenes – engenheiros da empresa NHJ, responsável pelos contêineres usados como alojamento;
Claudia Pereira Rodrigues – responsável pela assinatura dos contratos da NHJ;
Edson Colman – sócio da empresa Colman Refrigeração, que fazia manutenção nos aparelhos de ar-condicionado.
O incêndio destruiu o alojamento onde dormiam jovens atletas entre 14 e 17 anos. As investigações apontaram falhas na estrutura dos contêineres e no sistema elétrico e de ar-condicionado.
Ministério Público havia pedido condenação
Em maio, o MPRJ apresentou denúncia pedindo a condenação de todos os réus. Segundo o órgão, mais de 40 testemunhas foram ouvidas ao longo do processo.
“O nefasto episódio, que ficou conhecido como a maior tragédia da história do Flamengo, poderia e deveria ter sido evitado”, afirmou o Ministério Público em nota.
“A investigação comprova plenamente a responsabilidade criminal dos denunciados que ocupavam cargos com ingerência na administração do CT, dos acusados responsáveis pelos contêineres destinados ao alojamento dos adolescentes e do responsável pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado.”
Mesmo com a argumentação do MP, a Justiça entendeu que não havia provas suficientes para responsabilizar criminalmente os acusados.
Bandeira de Mello saiu da lista de réus
Ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello havia deixado a lista de réus em fevereiro de 2025. O MPRJ pediu a exclusão do nome do ex-dirigente após o processo completar quatro anos.
A decisão levou em conta que Bandeira tem mais de 70 anos, o que reduz pela metade o tempo de prescrição. Ele presidiu o Flamengo entre 2013 e 2018.
Inicialmente, 11 pessoas foram denunciadas no caso. O monitor Marcus Vinicius foi absolvido, enquanto o engenheiro Luiz Felipe e o ex-diretor da base Carlos Noval tiveram as denúncias rejeitadas — decisões que foram mantidas após recurso do Ministério Público.
Tragédia que marcou o futebol brasileiro
O incêndio no Ninho do Urubu ocorreu em 8 de fevereiro de 2019 e ficou marcado como uma das maiores tragédias do esporte brasileiro. As chamas atingiram o alojamento dos atletas da base, onde morreram 10 jovens jogadores do Flamengo.
O episódio gerou comoção nacional e levantou debates sobre segurança em centros de treinamento e as condições oferecidas aos atletas das categorias de base no país.
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