MARSELHA (FRANÇA) - Arthur Elias escolheu a palavra “orgulho” para expressar seu sentimento sobre as jogadoras da Seleção Brasileira Feminina, que classificaram a Amarelinha para a final dos Jogos Olímpicos de Paris nesta terça-feira (6). No Vélodrome, em Marselha, o Brasil derrotou a Espanha, atual campeã mundial, por 4 a 2. O resultado, porém, não traduz a dominância da atuação brasileira.
Após a partida, o técnico destacou a grandeza da atuação das atletas para garantir a vaga da Seleção na briga pelo sonho do ouro olímpico.
“(Tenho) muito orgulho dessas atletas terem feito um jogo desse nível e acreditado muito no que a gente propõe, no que eu proponho. A gente está muito unido e mostrando a capacidade que o futebol feminino brasileiro tem e de que eu nunca duvidei”, disse.
O discurso do técnico após uma partida com tamanha relevância para o Brasil, capaz de promover sentimentos à flor da pele, é o mesmo de quando concedeu sua primeira entrevista coletiva como comandante da equipe, em setembro do ano passado, no auditório da sede da CBF, no Rio de Janeiro. Desde então, sempre reforçou sua confiança no talento das jogadores e no protagonismo que a Seleção Brasileira deve assumir.
“Sempre falei, desde que eu assumi a Seleção Brasileira, externamente, que íamos competir e disputar com todos e colocar o Brasil no patamar que merece. Mas, para o grupo, eu sempre falei que a gente ia ser campeão olímpico ou da Copa do Mundo”, contou.
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A classificação para as quartas de final não se deu da maneira desejada. Dona da vaga como a segunda melhor terceira colocada, a Seleção virou a chave no mata-mata, eliminando a França e, agora, a Espanha.
Ao longo da campanha, das 22 jogadoras convocadas, 20 já entraram em campo. Apenas as goleiras reserva Tainá e Luciana ainda não atuaram. Utilizar todo o elenco à sua disposição faz parte da estratégia do técnico de manter a intensidade em cada partida.
“Quando você faz seis jogos em 16 dias, é preciso ter um trabalho que saiba manusear o elenco, para que elas cheguem em condição de fazer um jogo intenso, como foi a característica da seleção sempre, e aprender com as dificuldades que se passam na competição e olhar sempre a solução e não o problema”, explicou.
O retorno ao pódio representa o melhor resultado da Amarelinha desde os Jogos de Pequim 2008, quando foi derrotada na final pelos Estados Unidos, adversário na busca pelo ouro no sábado (10), às 12h, no Parque dos Príncipes, em Paris. Em 2004, em Atenas, o Brasil também ficou com a prata diante das estadunidenses. Consciente da qualidade das norte-americanas e confiante na capacidade brasileira, Arthur analisou a partida.
“(Encaro) como todos os adversários, respeitando e estudando muito, sabendo que tem grandes jogadores do outro lado, a treinadora, para mim, é a melhor do mundo no momento. Dentro de campo é competir, acreditar na qualidade das nossas atletas, no que elas podem entregar. Temos uma unidade muito forte aqui e acredito muito que podemos ser campeões”, ressaltou.
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