Rio 2016

Vanderlei Cordeiro acende pira olímpica em cerimônia e abre os Jogos do Rio

O Maracanã sediou a cerimônia de abertura da primeira Olimpíada na América do Sul.

Gazeta Esportiva

Atualizada em 27/03/2022 às 11h30
O ex-fundista Vanderlei Cordeiro de Lima foi o responsável por acender a pira olímpica no Maracanã. (Divulgação / Rio 2016)

RIO DE JANEIRO - Ao acender a pira faltando cerca de dez minutos para a meia-noite desta sexta-feira, Vanderlei Cordeiro de Lima, ex-fundista e medalhista de bronze em Atenas 2004, abriu oficialmente os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. No mítico estádio do Maracanã, tomado por espectadores que fizeram parte do espetáculo, a cerimônia de abertura das primeiras Olimpíadas da América do Sul priorizou o processo de construção cultural do povo brasileiro, retratando a diversidade cultural do País e passou em muitos momentos uma mensagem de sustentabilidade, alertando para o aquecimento global.

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A apresentação começou às 20 horas (de Brasília) em ponto, com um vídeo mostrando imagens da natureza fluminense tendo seus espaços ocupados por praticantes de esportes, ao som de “Aquele Abraço”, canção escrita por Gilberto Gil. A contagem regressiva, então, foi iniciada com um mosaico em papel laminado, contando com ajuda de artistas e público.

Após saudação a Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Paulinho da Viola cantou o hino nacional brasileiro, ao mesmo tempo em que a bandeira do País era hasteada diante de ex-atletas olímpicos do Brasil, como Tande, do vôlei, e Robson Caetano, do atletismo. Já Michel Temer, presidente interino da República, pediu para não ser anunciado na cerimônia. O intuito era evitar vaias vindas dos espectadores.

Logo em seguida, uma imagem foi projetada no gramado do Maracanã, referindo-se ao início da vida e à formação das florestas, dando o sinal de entrada aos dançarinos do Festival de Parintins. O tradicional foguetório no teto do estádio fez o público vibrar no estádio carioca.

Caravelas encenaram a chegada dos portugueses ao território brasileiro, trazendo com eles a escravidão, que durou mais de três séculos no País. Depois de índios e negros, a festividade lembrou a imigração japonesa e árabe no Brasil, projetando um grande colorido no campo, o qual representava a diversidade cultural em solo nacional.

Prédios feitos de caixas brotaram do chão e foram escalados por artistas. A construção do Brasil contemporâneo e urbanizado deu lugar a um ator caracterizado como Santos Dumont levantando voo no Maracanã a bordo do 14 Bis, ao som de “Samba do Avião”, de Tom Jobim.

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Um dos pontos altos da cerimônia foi o desfile da modelo gaúcha Gisele Bundchen, com um vestido reluzente e tendo sua caminhada abrilhantada por “Garota de Ipanema”, também de Tom Jobim, reproduzida no piano por Daniel Jobim, neto do compositor.

Vestidos de branco, Zeca Pagodinho e Marcelo D2 cantaram “Deixa a vida me levar” antes de Karol Conka e MC Soffia assumirem o palco. Na sequência, Jorge Benjor foi anunciado pela apresentadora Regina Casé, que falou em “celebrar as diferenças”. O cantor entoou “País tropical” concomitantemente a mais uma explosão de fogos de artifício e a um enorme jogo de cores reproduzido nas fantasias de artistas e no show de luzes.

A cerimônia, então, passou para um tema que diz respeito ao mundo: o aquecimento global. Citou o derretimento das calotas polares, da elevação do nível do mar e de outras consequências do uso irresponsável de combustíveis.

A mensagem continuou com a narração da atriz Fernanda Montenegro do poema “A flor e a náusea”, de autoria de Carlos Drummond de Andrade, fechado a primeira etapa da cerimônia de abertura do Rio 2016.

Aí as 207 delegações começaram a desfilar pelo gramado do Maracanã. Entre os destaques, o maior campeão olímpico da história, com 22 medalhas de ouro, o nadador Michel Phelps, foi o porta-bandeira dos Estados Unidos, maior potência dos Jogos. Foi a primeira vez na carreira que o atleta marcou presença em uma cerimônia de abertura – ele já disputou Sydney 2000, Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012.

Os tenistas Rafael Nadal (Espanha) e Andy Murray (Grã-Bretanha) carregaram o mastro de seus respectivos países. Como Usain Bolt não esteve presente na cerimônia, coube à velocista Shelly-Ann Fraser-Pryce, bicampeã olímpica nos 100m rasos, hastear a bandeira jamaicana.

Mas foi, obviamente, a delegação brasileira, que sucedeu o desfile dos atletas refugiados, a mais ovacionada no mítico estádio. Yane Marques, do pentatlo moderno, foi a porta-bandeira do País, que desfilou ao som de “Aquarela do Brasil”, canção composta por Ary Barroso. Com 465 atletas, este é o maior time nacional na história das Olimpíadas.

Logo em seguida, abriu-se o palco no centro do gramado do Maracanã. “Estão abertos os Jogos Olímpicos”, anunciou o alto-falante do estádio. Presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Carlos Arthur Nuzman, fez um discurso acalorado, elogiando a cidade-sede das Olimpíadas e o povo brasileiro, especialmente o carioca, sendo aplaudido pelo público a cada pausa entre suas falas.

Já o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, exaltou a superação brasileira “em uma das maiores crises” do País e o acolhimento aos atletas refugiados. Em seguida, o presidente interino Michel Temer declarou a abertura dos Jogos, recebendo, ao mesmo tempo, vaias e aplausos.

Após as falas das autoridades, Gilberto Gil e Caetano Veloso, expoentes do movimento da Tropicália, na década de 1960, além de Anitta, cantaram “Isso aqui é o que é”, de Ary Barroso, fazendo as mais de 200 delegações sambarem no gramado.

Isso, no entanto, foi antes de Gustavo Kuerten, ex-tenista e tricampeão de Roland Garros, adentrar no campo com a chama olímpica. Passou para Hortência Marcari, campeã mundial de basquete em 1994, que, finalmente, brindou Vanderlei Cordeiro de Lima com o maior símbolo dos Jogos. Então, o ex-fundista, medalha de bronze em Atenas 2004, acendeu a pira olímpica.

A chama subiu e se transformou em um sol no Maracanã. Foi o menor fogo na história das Olimpíadas, justamente para alertar e servir como mensagem contra o exagero de gases poluentes no mundo, em pleno aquecimento. Esse foi o sinal para a última queima de fogos no palco da abertura dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

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