Rio 2016

Maranhão estará presente nas disputas do tiro esportivo

Árbitros maranhenses irão atuar na Olimpíada do Rio de Janeiro.

Paulo de Tarso Jr./Imirante Esporte

Atualizada em 27/03/2022 às 11h30
Maranhão terá três representantes no tiro esportivo. (Foto: Paulo de Tarso Jr./Imirante Esporte)

SÃO LUÍS – Um administrador de empresas, um analista de sistemas e um comerciante. O que há em comum entre estes três homens? Apenas o maior desafio de suas vidas: arbitrar na Olimpíada do Rio de Janeiro. Wissam Elias Maalouf, 45, Clauber Cardoso Muniz, 35, e Johnson Willis Lopes, 53, representarão o Maranhão na maior competição esportiva do planeta. Os três foram convocados para atuar nas provas do tiro esportivo nesta edição dos Jogos Olímpicos.

“Para quem vive o mundo do esporte, a Olimpíada é a coroação, o auge, o apogeu de qualquer pretensão no esporte. Fomos preparados para isso. Chegamos a fazer até seis cursos preparatórios para chegar lá e, estar arbitrando as competições, é uma grata satisfação, é o auge nesta carreira esportiva. A gente faz porque gosta”, explica Wissam Maalouf, que também é o presidente da Federação Maranhense de Tiro Esportivo.

Apaixonado pelo tiro esportivo desde 1997, quando atirou com uma arma pela primeira vez a convite do amigo Johnson Willis, Wissam se “encontrou” no esporte, começou a competir e, alguns anos depois, tornou-se árbitro da modalidade olímpica. Na nova função, este maranhense, que trabalha como administrador de empresas, acabou participando ativamente de uma Copa do Mundo, de Sul-Americanos e de Pan-Americanos.

“Nunca tinha percebido o tiro como esporte. Foi através desse convite que começou a nascer esse gosto pro tiro como esporte. Me encontrei e, de pronto, comecei a participar de competições e a viajar pelo Brasil todo. Quatro anos depois eu virei presidente da federação de tanto que eu me engajei na coisa”, explicou.

De pai para filho

Árbitros do Maranhão exibem modelos de armas que serão utilizadas na Olimpíada. (Foto: Paulo de Tarso Jr./Imirante Esporte)

Responsável em apresentar o tiro esportivo para Wissam, Johnson Willis é um verdadeiro apaixonado pela modalidade. Natural de Goiás, Johnson aprendeu a gostar do esporte vendo o pai, um “exímio atirador”.

“Quando eu era bem mais novo, eu vi meu pai atirando uma vez. Foi um daqueles tiros que você vê uma vez na vida e outra na morte. Aquilo ficou na minha cabeça por muito tempo. Meu pai era um exímio atirador. Um dia, quando apareceu a oportunidade de eu entrar no esporte, eu vi a chance de poder ser igual a ele, de ser tão bom quanto ele em relação ao que ele gostava, que era atirar. E, desde então, estou dentro do tiro”, recorda.

E a paixão pelo esporte fez com que Johnson fizesse cursos de arbitragem e chegasse, hoje, a uma Olimpíada. Convocado para participar dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, ele sabe que será o momento de estar perto dos ídolos na maior competição do planeta.

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“Em todo o esporte você tem ídolos. Obviamente no tiro, nós temos também. Agora imagina você ir para uma cena onde você tem o top do seu esporte, todos os seus ídolos participando da competição e você participando junto com eles. Você tem uma situação que não é imaginável pela maioria das pessoas. Obviamente não consegui índice para ir para uma Olimpíada como atleta, mas eu vou estar lá, vou esta lá participando”, diz.

Rotina alterada

Clauber Muniz usa o tiro para sair da rotina. (Foto: Paulo de Tarso Jr./Imirante Esporte)

Dos três representantes do Maranhão no tiro esportivo desta edição dos Jogos Olímpicos, o maranhense Clauber Cardoso Muniz é o mais novo. Aos 35 anos, o analista de sistemas decidiu deixar um pouco o computador de lado para se dedicar ao tiro. Caluber conheceu o esporte após ter sido contratado pela Federação Maranhense de Tiro Esportivo para prestar um serviço durante uma competição.

Logo depois do convite, o analista de sistema viu a possibilidade de sair da rotina por meio do tiro. “É primeiramente uma quebra de rotina. É um hobby que, além do prazer de você poder praticar um esporte, você reencontra os seus amigos, tem um momento de distração. Para mim é uma coisa fantástica sair desta mesmice do dia a dia, dessa coisa parada”, comenta.

E aquela atividade usada para deixar o estresse de lado rendeu a Clauber, após anos de dedicação, a participação em uma Olimpíada. “Essa experiência vai ser um marco na vida de qualquer pessoa que vai participar desse evento. Eu não imaginava, em 2008, que eu poderia chegar a uma Olimpíada. O esporte me proporcionou outra visão de mundo, contato com atletas de outras nacionalidades”, explica.

Mais sobre o tiro esportivo

Réplica da primeira medalha olímpica conquistada pelo Brasil em 1920, na Antuérpia. (Foto: Paulo de Tarso Jr./Imirante Esporte)

Para quem não sabe, o tiro esportivo foi a modalidade que conquistou as três primeiras medalhas para o Brasil nos Jogos Olímpicos. Em 1920, na Antuérpia, a delegação brasileira terminou o evento com 1 ouro, 1 prata e 1 bronze, todas as conquistas obtidas no tiro esportivo.

Guilherme Paraense foi ouro no tiro rápido individual, Afrânio Antônio da Costa ganhou prata na pistola livre individual e o time formado por Afrânio Antônio da Costa, Dario Barbosa, Fernando Soledade, Guilherme Paraense e Sebastião Wolf assegurou o bronze na pistola livre por equipe.

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