RIO DE JANEIRO - Cerca de 90 médicos e enfermeiros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Grupamento de Salvamento de Emergência (GSE) do Corpo de Bombeiros do município do Rio de Janeiro participaram nesta sexta-feira (29) de um curso de capacitação prática para a Olimpíada, com treinamento para tratamento do infarto agudo do miocárdio.
O coordenador do Projeto de Capacitação das Unidades de Pronto-Atendimento do estado (UPAs), cardiologista Antônio Ribeiro Neto, disse que o treinamento visa preparar os profissionais para o diagnóstico ágil do infarto do miocárdio no atendimento pré-hospitalar durante a Olimpíada Rio 2016. No período, a cidade vai receber mais de um milhão de turistas nacionais e estrangeiros. Além de garantir o atendimento na Rio 2016, a capacitação vai melhorar o serviço para toda a população do estado após o megaevento, segundo o coordenador.
O projeto teve início em 2014, na época da Copa do Mundo de Futebol. O programa de capacitação se baseou em portaria do Ministério da Saúde, que estabelecia que os cuidados para o infarto do miocárdio deveriam ser aplicados de forma bem direcionada, com protocolos, para que os médicos na ponta das emergências, que na maioria das vezes não são cardiologistas, tivessem meios de fazer um atendimento efetivo, conforme as orientações de melhores práticas da cardiologia.
Todas as UPAs hoje estão dotadas de eletrocardiógrafos, aparelhos conhecidos como eletros, que fazem transmissão digital. “Recebemos o diagnóstico em poucos minutos para que possa haver uma ação efetiva e diminuir a mortalidade e a sequela da doença do infarto que, muitas vezes, deixa jovens sem poder voltar para o trabalho”, disse Antônio Ribeiro.
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Unidades pré-hospitalares
Segundo o coordenador do Projeto de Capacitação das UPAs, não importa se o atendimento de emergência é feito por um cardiologista, um oftalmologista ou um ortopedista. Mais de 700 médicos e enfermeiros que trabalham em urgências e emergências do estado do Rio de Janeiro já foram treinados. “Agora, a gente avançou para as unidades pré-hospitalares, que são o estado da arte. É quando você vai buscar o paciente na casa ou na rua, por meio do Samu ou do Grupamento de Salvamento de Emergência (GSE) dos Bombeiros. São eles que chegam primeiro. Quando o paciente não vai para o hospital nem para a UPA, é atendido dessa forma pelas ambulâncias.”
Segundo o coordenador, é possível fazer atendimento ágil para os doentes em ambulâncias. Dez veículos estão sendo equipados com eletrocardiógrafos, para que os exames (eletrocardiograma) sejam transmitidos via satélite. O atendimento móvel, de acordo com Ribeiro, pode salvar vidas ao garantir atendimento mesmo antes da chegada do paciente ao hospital. “Quanto menor for o tempo entre ele ter dor e a gente agir, mais coração vai se salvar”, disse.
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