SÃO PAULO - Antes mesmo de nascer, a presença do esporte em sua vida já era inevitável. Filho de criador de cavalos com uma das principais jogadoras da história do basquete brasileiro, João Marcari se prepara para sua primeira Olimpíada aos 20 anos de idade. Falta de referência não será um problema para o cavaleiro, que revelou ter conversado com sua mãe e medalhista olímpica, Hortência, para ficar inteirado sobre o que irá lhe esperar em agosto, no Rio de Janeiro.
Competindo no adestramento, modalidade apontada como a mais frágil entre as três que engloba o hipismo brasileiro (salto, concurso completo de equitação e adestramento), João Marcari faz parte da geração que tentará mudar a escrita. Integrante de uma equipe jovem, o sorocabano acredita que apesar da pouca experiência é possível levar o Brasil ao segundo dia de competições, onde restarão apenas os melhores cavaleiros do mundo lutando pelas primeiras posições.
“O adestramento não era nem citado antes, era muito inferior. Agora já subiu muito o nível e pelo menos temos uma equipe nas Olimpíadas, porque normalmente nem isso conseguiríamos ter. O nível aumentou muito e já estamos pensando no segundo dia, isso antes era um sonho para a gente. Acho que a ida para o segundo dia já irá valer como uma medalha para nós do adestramento e estou muito contente, estamos bem falados mundialmente. Não me sinto ofendido pelo fato do adestramento ser o mais inferior dessas três modalidades. Vamos para lá para mostrar uma boa montaria, estamos fortes para o futuro e estamos montando bem. Com certeza somos a equipe mais jovem das Olimpíadas, com essa idade os outros países têm apenas cavaleiros júnior ou young riders”, pontou o atleta, sem esconder o orgulho.
Para o Rio 2016, João montará o Xamã dos Pinhais, cavalo lusitano que o atleta conhece bem. Segundo o cavaleiro, sua equipe comandada pela técnica Marriete Whitages está bem respaldada e justamente por isso vem mostrando resultados expressivos durante a preparação para os Jogos Olímpicos. Na sua visão os cavaleiros brasileiros vêm recebendo uma estrutura que não fica atrás de nenhuma outra dada aos principais cavaleiros do mundo.
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“Essa evolução do adestramento em um curto período, que começou no último Mundial até os esses Jogos Olímpicos, foi muito grande, uma melhora de mais de 4% e penso que se em dois anos melhoramos tudo isso, imagina em 40 anos. Vamos estar muito fortes, temos tudo para isso e o adestramento brasileiro pode se tornar uma referência mundialmente. Só dependemos de bons cavalos, bons treinadores e foco para chegarmos lá. Temos as mesmas oportunidades que os outros cavaleiros do mundo, moramos lá fora, temos ótimos treinadores e o único problema é que ainda somos jovens e precisamos de tempo”, ressaltou o cavaleiro.
Com chegada na Vila Olímpica prevista para o dia 1 de agosto, João revelou sua conversa com a mãe Hortência Marcari. Medalhista de prata em Atlanta 1996, a ex-jogadora procurou passar para o filho sua experiência em Olimpíadas para que ele possa focar 100% nos Jogos mesmo com o fato de que irá passar dez dias apenas treinando antes de estrear em Deodoro, local das provas de adestramento do Rio 2016, na zona oeste da cidade.
“Minha mãe não costuma opinar muito sobre o hipismo. Ela prefere se afastar um pouco dessa parte, me dar mais autonomia. Recentemente nós conversamos, tivemos uma conversa não de mãe e filho, mas de atleta para atleta. Ela me passou algumas instruções de como me comportar em uma Olimpíada, essa parte de rotina, treinamento, alimentação é muito importante”, finalizou o atleta, que agora volta para a Alemanha antes do início dos Jogos.
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