BUENOS AIRES (ARGENTINA) - A Seleção Brasileira conseguiu reagir nesta sexta-feira a um primeiro tempo sofrível e arrancou um empate por 1 a 1 no clássico contra a Argentina, no estádio Monumental de Núñez, em jogo válido pela terceira rodada das Eliminatórias à Copa do Mundo de 2018. A partida, cuja data teve de ser alterada por conta das fortes chuvas que atingiram Buenos Aires na quinta-feira, foi mais uma prova de que Dunga terá de quebrar a cabeça para encontrar uma formação que explore o potencial brasileiro sem depender tanto de Neymar. O craque do Barcelona voltou ao time após cumprir suspensão, mas foi neutralizado pela marcação adversária e não produziu quase nada em campo.
O clássico estava agendado para quinta-feira, mas o temporal que atingiu Buenos Aires e alagou o gramado do estádio Monumental de Núñez inviabilizou a disputa do confronto. A partida foi marcada para esta sexta-feira porque a Conmebol exige a realização do duelo até 24 horas depois do horário inicial.
Dentro de campo, a Argentina nem parecia estar desfalcada dos astros Lionel Messi, Carlitos Tevez e Sergio Agüero. Os hermanos neutralizaram por completo o esquema tático de Dunga no primeiro tempo e fizeram de Neymar um mero coadjuvante. Com pleno domínio do clássico, os argentinos fizeram a bola correr para Lavezzi, aos 33 minutos, finalizar sem chances de defesa para Alisson. No segundo tempo, uma mudança na disposição tática recuperou o Brasil e possibilitou que Lucas Lima empatasse o duelo, aos 12 minutos.
O empate entre as equipes mantém a Seleção próxima à zona de classificação à Copa do Mundo. O time está em quarto lugar, com quatro pontos ganhos. Já a Argentina, que ainda não venceu nas Eliminatórias, aparece em oitavo, com apenas dois pontos. Na terça-feira, o Brasil vai a campo na Fonte Nova, em Salvador, para enfrentar o Peru. No mesmo dia, a Argentina viaja para medir forças com a Colômbia, em Barranquilla.
Em solidariedade aos mais de 100 mortos nos atentados ocorridos nesta sexta-feira em Paris, o árbitro paraguaio Antonio Arias pediu um minuto de silêncio aos jogadores antes do início do jogo. A homenagem deixou o Monumental de Núñez em completo silêncio. Com a bola rolando, a Argentina surpreendeu a Seleção Brasileira e chegou ao ataque com apenas um minuto. Lavezzi arriscou o chute da ponta direita e exigiu boa defesa do goleiro Alisson. Higuaín demorou a se posicionar na sequência do lance e não conseguiu concluir ao gol.
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A Argentina seguiu dominando a partida nos minutos que se seguiram. Aos 5, Di María fez boa jogada pela direita e chutou para a linha de fundo. Já aos 22, Luiz Gustavo apareceu em momento crucial e impediu que um cruzamento alcançasse os atacantes argentinos. Com uma trinca de volantes no meio-campo, os hermanos neutralizavam todas as subidas brasileiras à frente e impediam Neymar de encostar na bola. O nó tático do técnico Tata Martino em Dunga ficava ainda mais evidente por conta da grande atuação de Di María.
Aos 33 minutos, o atacante do Paris Saint-Germain lançou Higuaín em velocidade e nas costas de Fillipe Luís. O atleta foi até a linha de fundo e cruzou de forma precisa para Lavezzi concluir a gol. O jogador apareceu no meio de David Luiz e Daniel Alves e não encontrou dificuldades para superar Alisson. A Seleção, desorganizada e sofrendo para avançar com a bola no chão, finalizou pela primeira vez aos 40 minutos de jogo. David Luiz subiu em cobrança de falta de Willian e cabeceou por cima do gol de Romero.
A Argentina voltou a assustar logo no primeiro minuto do segundo tempo. Banega foi à frente com liberdade e, após ter um primeiro chute bloqueado pela zaga, aproveitou a sobra para finalizar na trave. A persistência da apatia brasileira fez com que Dunga mudasse o esquema tático por completo. Aos onze minutos, o técnico tirou o atacante Ricardo Oliveira para a entrada de Douglas Costa. Em seu primeiro lance no jogo, o meia do Bayern de Munique recebeu a bola na área e cabeceou no travessão. O rebote caiu nos pés de Lucas Lima, que acertou um chute de primeira para deixar tudo igual aos 12 minutos.
Com as forças reequilibradas, o Brasil trabalhou melhor a bola e conseguiu levar perigo aos 28 minutos. Willian deu um belo elástico no marcador, mas chutou em cima da defesa e só ganhou o escanteio. A Argentina, contudo, não se deixou abater e quase marcou o segundo aos 32. Higuaín apareceu novamente no meio da zaga e por pouco não acertou o chute. Aos 41, o zagueiro Otamendi cabeceou próximo à meta de Alisson.
A Seleção voltaria a passar por apuros nos minutos finais da partida após o zagueiro David Luiz receber o cartão vermelho, aos 43. O jogador cometeu duas faltas duras em dois minutos e foi mais cedo para o vestiário por conta do acúmulo de amarelos. Nos acréscimos, discussões e catimba por parte das duas equipes deram trabalho para a arbitragem. Já os goleiros não voltaram a ser incomodados até o apito final do clássico.
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