Série A: Nova fórmula muda rotina dos clubes

Marcius Azevedo

Atualizada em 27/03/2022 às 15h23

SÃO PAULO - Qual a escalação do seu time? Até o ano passado, essa pergunta era respondida de forma diferente a cada seis meses. Agora o novo calendário do futebol brasileiro está modificando o hábito dos clubes e facilitará a memorização dos torcedores.

Neste ano, o Campeonato Brasileiro, que normalmente era disputado apenas no segundo semestre, irá começar em março e terminará só em dezembro. Serão 24 clubes se enfrentando em turno e returno e o campeão será quem somar mais pontos.

A nova fórmula está fazendo os dirigentes mudarem de atitude. Os clubes estão procurando assinar compromissos de, no mínimo, um ano. Desta forma, eles não correm o risco de perder uma peça importante em um momento crítico da competição.

"Essa é a tendência. O calendário foi modificado e os clubes precisam ir à mesma toada. Nada mais natural que nós também sigamos isso", afirmou o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, que contratou três jogadores nessa situação (Leonardo, Fabiano e Itamar).

O mesmo pensamento está sendo implantado no Corinthians. Apesar da competição mais importante ser a Copa Libertadores da América, que continua sendo disputada apenas no primeiro semestre, o clube já contratou pensando no Campeonato Brasileiro.

César, Liedson, Jorge Wagner, Capone e Fumagalli ficarão no Parque São Jorge até o final do ano. Apenas Lucas, que pertence ao Rennes (da França) e foi reemprestado pelo Cruzeiro ao alvinegro paulista, tem contrato até o meio do ano.

Cariocas, mineiros e gaúchos também seguiram essa nova tendência. Flamengo, Flamengo, Fluminense, Botafogo, Cruzeiro, Atlético-MG, Internacional e Grêmio formaram equipes com prazo de validade até o final do ano.

O Rubro-negro Carioca, por exemplo, já procurou adotar essa nova tendência desde o ano passado. "Todos os contratos firmados pelo clube após junho foram feitos pensando no novo calendário", revelou Bernardo Amaral, diretor de futebol do Flamengo.

"Quem não fizer isso, irá se prejudicar. O Flamengo, inclusive, procurou até firmar contratos mais longos. Dois ou três anos de contrato", acrescentou.

De uma maneira geral, o diretor de futebol do Cruzeiro, Eduardo Maluf, aprovou essas mudanças, mas ainda tem algumas criticas.

"Seria melhor ter o Campeonato Brasileiro começando em agosto e terminando em maio de 2004, como na Europa. Há o risco de uma equipe chegar ao primeiro lugar do Brasileiro no início e, quando chegar em julho, receber propostas para vender seus dois principais jogadores, não ter como recusar, e desmontar o time", afirmou o dirigente.

"Mas o novo calendário tem muitos pontos positivos. O Cruzeiro montou em janeiro um time para a temporada toda, as contratações foram todas feitas assim. Estamos começando o ano com o elenco definido", finalizou.

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