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Pergentino Holanda
O colunista aborda em sua página diária os acontecimentos sociais do Maranhão e traz, também, notícias sobre outros estados e países, incluindo informações das áreas econômica e política.
Pergentino Holanda

PH: O fenômeno Vale Tudo

E mais: Navio de Guerra no Porto do Itaqui

PH

Atualizada em 15/10/2025 às 10h12
A interpretação avassaladora de Deborah Bloch, desde que a suposta morte de Odete Roitman foi ao ar na Globo, faz falta em todos os capítulos, com suas falas controversas, mas ricas em ironia, sarcasmo e inteligência

O fenômeno Vale Tudo

Nos últimos anos, ouvi muito que “ninguém mais assiste à TV”. O impacto do Youtube, a chegada dos streamings e a queda na audiência facilitaram o vaticínio. Mas para cada problema complexo há sempre uma resposta simples – e errada. Quem morreu não foi a TV, foi Odete Roitman.

Vale Tudo é um fenômeno, é de agora e não é por acaso. A pergunta “Quem matou Odete Roitman?” trouxe mais de R$ 200 milhões em patrocínios, 23 anunciantes de peso, 87 ações de merchandising e 287 milhões de interações digitais.

Mais de 125 milhões de brasileiros disseram ter assistido à novela. Mas o que realmente importa, e faz diferença, não é a audiência, é a construção de uma ponte entre o hábito da mídia tradicional e o comportamento digital do público.

O fenômeno Vale Tudo...2

Não é só quem está vendo a novela, é quem está falando dela. O país assiste ao vivo a um exemplo didático de integração entre o alcance coletivo da TV e a personalização do mundo digital.

Vale Tudo mostra que tudo vale quando se constrói um modelo híbrido de narrativa e dados, emoção e algoritmo.

Desde 2023, o tempo médio de permanência nas redes sociais vem caindo, mas isso não impediu que o maior caso de audiência, conversa e faturamento acontecesse justamente neste momento.

A Globo entendeu que a TV poderia continuar a ser o que sempre foi – uma mediadora cultural do país.

O fenômeno Vale Tudo...3

A rede de TV só precisava sair do encastelamento de ser uma tela pregada na parede da sala. E com a DTV+, a partir de 2026 virá um salto nessa direção, com uma TV melhor, mais bonita, interativa e feita para cada um.

Claro que Vale Tudo também se beneficiou da nostalgia afetiva de uma geração que viu o original e impulsionou o remake.

Mas deixa de legado a melhor equação para o conteúdo daqui pra frente: nasce na TV, viraliza nas redes sociais e ganha vida nas ruas, nos bares e nas conversas cotidianas.

Agora, disruptivamente genial mesmo seria a novela terminar com Odete Roitman viva e um lettering na tela: “Continua...”. Que tal uma Vale Tudo 2?

O que vai deixar saudade

O remake de Vale Tudo, entre altos e baixos, mobiliza o público assim como a versão original da trama. O romance entre Odete (Deborah Bloch) e César (Cauã Reymond) agradou aos noveleiros. A versão de Manuela Dias para o texto de Vale Tudo, eternizado por Gilberto Braga (1945 2021), Aguinaldo Silva e Leonor Bassères (1926 2004), apresenta altos e baixos, gera memes e críticas ácidas diariamente nas redes sociais, mas, sim, vai deixar saudade na TV aberta após a exibição de seu capítulo final nesta sexta-feira (17).

Aliás, a saudade começou no dia 6 de outubro, quando a suposta morte de Odete Roitman foi ao ar na Globo. A interpretação avassaladora de Deborah Bloch faz falta em todos os capítulos desde então, com suas falas controversas, mas ricas em ironia, sarcasmo e inteligência. Paradoxalmente, o talento da atriz atingiu o feito de tornar a vilã carismática aos olhos dos noveleiros, apesar de ter cometido atrocidades durante a trama.

Não à toa, boa parte do público torce para que Odete apareça vivíssima no último capítulo.

O maior mérito da novela

O maior mérito da releitura de Vale Tudo é a retomada da mobilização do público diante de uma novela; para falar bem ou mal do folhetim, o hábito de assistir aos capítulos, em tempo real, foi reativado. As pessoas voltaram a comentar sobre novela nas rodas de conversas, com a família e nas redes sociais.

Aqui, não julgo o mérito do texto reescrito, mas a comoção que, mais uma vez na história da teledramaturgia, ele gera nos brasileiros. 

Comentar os capítulos entre amigos no WhatsApp passou a ser algo religiosamente feito. A rotina dos noveleiros foi resgatada por Vale Tudo.

Grupo de crianças visitando o Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico da Marinha do Brasil, considerado a maior embarcação militar da América Latina

Navio de Guerra no Porto do Itaqui

O Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico da Marinha do Brasil, maior embarcação militar da América Latina, chegou ao Maranhão, pela primeira vez, no sábado (11). A embarcação atracou no Porto de Itaqui como parte da Operação “Atlas”, um exercício conjunto coordenado pelo Ministério da Defesa, que testa a capacidade das Forças Armadas em projetar poder, integrar meios e atuar de forma coordenada em todo território nacional enquanto realiza treinamentos no litoral do Nordeste.

Após cumprir o desembarque de mais de 400 toneladas de material estratégico e 83 viaturas das três Forças, em Belém (PA), o NAM “Atlântico” prosseguiu na fase denominada “Ações Decisivas”, executando exercícios entre os meios navais e aeronavais.

Segundo a Agência Marinha de Notícias, cerca de mil militares chegaram ao Maranhão a bordo do NAM “Atlântico”.

A Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), autoridade portuária do Porto do Itaqui, em parceria com a Marinha do Brasil, abriu com um grupo de crianças, visitação pública para o Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico” (A-140).

Benício e Leonardo Holanda Vilhena estavam entre as crianças que visitaram o navio de Guerra no Itaqui

DE RELANCE

Paz no Oriente Médio

Chegou ao fim mais uma guerra cruel e insana. Há séculos, judeus e palestinos disputam o mesmo pedaço de terra – sagrada para ambos, maldita pela dor.

O ódio não nasceu de um dia, mas da história: promessas rompidas, invasões, expulsões, muros e feridas que se herdaram como maldição. A fé, que deveria unir, tornou-se fronteira. O solo que abriga os profetas é o mesmo que acolhe túmulos. Hoje, porém, entre escombros e lamentos, a esperança renasce.

Talvez a razão – essa voz serena que não reza nem grita – consiga o que as armas jamais puderam: ensinar que viver lado a lado é mais divino do que morrer separados.

O futuro político de Netanyahu

Em qualquer guerra, cada ator molda a própria narrativa para fortalecer sua posição perante o público interno ou internacional. No atual conflito, Donald Trump se apresenta como o pacificador, os terroristas do Hamas afirmam ter forçado Israel à negociação, e Benjamin Netanyahu reivindica o protagonismo por “trazer os reféns de volta”.

No entanto, para projetar o futuro político do primeiro-ministro israelense, é necessário voltar no tempo exatamente ao massacre protagonizado pelos terroristas em 7 de outubro – a união nacional em torno do objetivo de trazer os reféns de volta e a guerra em Gaza deram sobrevida ao governo.

A libertação dos reféns é, para Netanyahu, uma oportunidade de reivindicar êxito: um momento fortemente simbólico que pode ser usado como prova de sua capacidade de comando, algo sempre associado a sua base eleitoral mais conservadora.

Momento de abraços e orações

Os 20 pontos do plano de Donald Trump são fartos em afirmar “o que” deve ser feito no Oriente Médio, mas falham ao não dizer “como” se chegará lá. Mas fiquemos com a celebração.

O 13 de outubro de 2025 foi de esperança, de abraços, de orações. Se considerarmos que o conflito foi iniciado pelo massacre do Hamas, o dia pode, sim, ser considerado o final da guerra. Não é o final das disputas entre israelenses e palestinos, mas um capítulo se encerra.

Nesses 738 dias de guerra, um amigo do PH conta que esteve duas vezes no Oriente Médio. Uma das cenas que mais o marcaram foi na Praça dos Reféns, onde havia uma mesa posta, com os lugares, um a um, à espera dos reféns. Esse dia chegou. Mas, infelizmente, muitos dos lugares permanecerão vazios. Enquanto muitos pais abraçarão seus filhos na volta, haverá aqueles que os encontrarão em caixões – ou, mesmo, haverá quem não receberá nada.

Em Gaza, as cenas de montanhas humanas sobre caminhões, de pessoas arrancando comida e remédios são a lembrança de que, na guerra, os civis, de um lado e outro, reféns de interesses, agendas políticas e vaidades, são os que mais sofrem.

Lula se encontra com o Papa

Em viagem à Itália para o Fórum Mundial da Alimentação 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja Lula da Silva se encontraram ontem com o papa Leão XIV.

Esta é a primeira vez que Lula se reúne com Leão XIV. Em abril, o presidente esteve presente no velório do papa Francisco.

Em conversa com jornalistas, Lula disse que houve “química” entre ele e o Pontífice.

O medo do metanol

Se bares e restaurantes estão vendendo menos destilados com os casos de metanol, os supermercados não identificaram mudança.

Sondagem feita em São Luís aponta que nenhum teve queda na procura, o que indica que o consumidor se sente mais seguro em comprar a bebida nos estabelecimentos. Mas também não aumentou. Nos bares, trocou-se por cerveja.

Investigações apontam que os fraudadores de bebidas também teriam sido enganados. Compraram etanol para misturar no destilado em postos que adulteraram o combustível com metanol.

Ou seja, o bizarro mostra que não há limites para o crime, que, pior de tudo, está matando e deixando pessoas cegas ou com outras sequelas.

Inteligência Artificial para Médicos

A Pós-Graduação da UNDB saiu na frente e está promovendo cursos voltados para a aplicação prática da IA em diferentes áreas, com resultados imediatos e concretos; em parceria com o professor Fernando Veiga, expert na área.

O primeiro curso foi um sucesso: “IA Generativa para Médicos”, que trouxe ferramentas e soluções para revolucionar a prática médica, desde diagnósticos assistidos até a tomada de decisão clínica.

Nos próximos dias 24 e 25 de outubro, será a vez da imersão “IA Generativa para a Área Jurídica” voltada para advogados e juristas.

E encerrando a trilha, nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, acontece a segunda turma de “IA Estratégica para Negócios”; uma imersão prática sobre como utilizar Inteligência Artificial para impulsionar gestão, marketing e vendas em cenários cada vez mais competitivos.

O expert em IA e engenheiro de prompt sênior, Prof. Fernando Veiga (FIA/SP) com alunos do curso IA Generativa para Médicos: José de Ribamar França; Osmir Sampaio; Luís Guimarães; Maria Luiza Sampaio; Acácia Jordão; Joveline Costa; Rachel Vilela, Caio Coelho; Maria Bethânia Chein e Felipe Sampaio

O impacto da tecnologia

O Nobel de Economia em 2025 foi concedido para o holandês Joel Mokyr, o francês Philippe Aghion e o canadense Peter Howitt. O trio desenvolveu um trabalho sobre o impacto da tecnologia no crescimento econômico. O anúncio foi feito ontem pela Academia Real das Ciências da Suécia, responsável por esse prêmio.

– O trabalho dos laureados demonstra que o crescimento econômico não pode ser considerado garantido. Devemos preservar os mecanismos que sustentam a chamada “destruição criativa”, para que não voltemos à estagnação – afirmou John Hassler, presidente do comitê do prêmio em ciências econômicas.

Mokyr ganhará a maior parte do prêmio de 11 milhões de coroas (R$ 6,2 milhões), “por ter identificado os requisitos anteriores para o crescimento sustentado por meio do progresso tecnológico”, enquanto Aghion e Howitt compartilharão a outra metade, “pela teoria do crescimento sustentado pela destruição criativa”, indicou o jurado.

O Nobel de Economia é o último da temporada de 2025.

Para escrever na pedra:

“Sentir falta nem sempre é sentir saudades. Mas sentir saudades é sentir falta”. De Boabaid.

TRIVIAL VARIADO

Pontualidade: segundo levantamento inédito da Serasa Experian, a média da pontualidade de pagamentos das faturas de cartão de crédito dos brasileiros caiu no primeiro trimestre deste ano em relação ao ano passado, saindo de 80,9% para 78,1%.

Tem mais: trata-se de uma diminuição de 2,8 pontos percentuais. O Sudeste teve a maior diminuição de pontualidade entre os períodos com uma queda de 3,3%, saindo de 82,3% nos primeiros três meses de 2024 para 79% no mesmo período de 2025.

Gastos: a Serasa também divulgou dados dos gastos com as compras no período. A maior queda do ticket médio foi registrada no Norte. Em 2024, o valor estava em R$ 1.233; atualmente, em R$ 1.107,48 – redução de R$ 125,52.

Humanóide: robô faxineiro é eleito uma das melhores invenções do ano pela Time. Ele organiza objetos e põe louças e roupas para lavar.

Congresso: emendas terão corte de R$ 7,1 bilhões no Orçamento de 2026 sem a MP dos impostos, calcula o governo.


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