Falar sobre luto não é fácil.
Quando alguém perde uma pessoa querida, muitos ao redor sentem um incômodo silencioso: o que dizer agora? Esse desconforto é natural. Queremos ajudar, mas tememos dizer algo errado — e, sem perceber, às vezes fugimos da situação ou nos calamos por medo.
O silêncio social diante da dor não é falta de empatia; é, muitas vezes, falta de preparo. Ninguém nos ensina, na escola ou em casa, como estar ao lado de alguém enlutado.
Recentemente, uma amiga me contou sobre o dia em que um colega de trabalho recebeu a notícia da morte da mãe. Ela disse que a sala, que antes estava cheia de conversas e risos, ficou subitamente quieta. As pessoas se entreolhavam, sem saber se deviam se aproximar. Até que alguém, sem dizer nada, colocou um copo de água ao lado dele e ficou ali, em silêncio. Outros se juntaram, formando uma presença discreta, mas firme. Não houve frases prontas, nem tentativas de “animar”. Apenas companhia.
Essa presença silenciosa é justamente o que buscamos cultivar no Grupo de Acolhimento Luto pela Vida, do Complexo Salvatore. Nos encontros, percebemos que, muitas vezes, o que mais ajuda não são as palavras, mas o simples ato de estar junto, escutando ou compartilhando a mesma pausa. Caso tenha interesse — sendo cliente ou não do Complexo Salvatore —, você pode participar conosco. Caso sinta que gostaria de conversar e encontrar acolhimento — sendo cliente ou não do Complexo Salvatore —, você é bem-vindo(a) a participar. Basta enviar uma mensagem para o WhatsApp (98) 2109 3999
E é aí que está a lição: acolher não significa consertar a dor. Às vezes, não existe palavra capaz de amenizar a perda. Mas existe um gesto simples — estar presente — que comunica mais do que qualquer discurso.
Quando você se encontrar diante da dor do outro, não se preocupe em dizer algo perfeito. Preocupe-se em ser presença. Porque, no luto, o silêncio pode ser o abraço mais profundo.
Paula Goulart
Especialista em Luto, CEO do Complexo Salvatore, mãe e empresária, dedica sua trajetória a transformar a forma como acolhemos e vivemos o luto e ressignificamos a dor.
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