SÃO LUÍS - O batuque do Maracatu Estrela de Ouro de Aliança vai ecoar por estradas, quilombos e comunidades rurais de seis estados brasileiros. Entre 12 de agosto e 13 de setembro, o grupo pernambucano, Patrimônio Vivo do Estado desde 2014, realiza o Projeto Caminhos do Brasil Rural, uma caravana que leva oficinas, apresentações e intercâmbios para nove cidades do Norte e Nordeste.
A iniciativa vai muito além de divulgar o maracatu: busca criar pontes entre mestres da cultura popular, valorizar territórios tradicionais e fortalecer o trabalho comunitário. Tudo a partir do Sítio Chã de Camará, em Aliança, na zona da mata pernambucana, para um Brasil que pulsa diversidade.
Maracatu Estrela de Ouro pelo Brasil
Depois de levar seu batuque a quilombos mineiros em 2022 e 2023, o Estrela de Ouro agora mira o Norte e o Nordeste. A jornada começa em Fortaleza, nas comunidades do Cais do Porto e Serviluz. De lá, o grupo segue para São Luís, onde vai vivenciar um intercâmbio com o Boi de Leonardo nas comunidades Fé em Deus e Liberdade, participando ainda dos festejos do Divino Espírito Santo na próxima sexta-feira (15).
No Pará, as atividades acontecem com o grupo Toró Açu, no Quilombo do Abacatal, em Ananindeua, e no Espaço Cultural Apoena, em Belém, encerrando a primeira etapa no dia 23 de agosto.
A caravana retorna então a Pernambuco para a Festa Caminhos do Brasil Rural, na própria sede do Estrela de Ouro, com participações do Cavalo Marinho Mestre Batista e da Ciranda Bela Rosa do Mestre Bi. Depois, o batuque segue para o Cabo de Santo Agostinho, na comunidade rural do Tiriri, e para a comunidade quilombola de Mercês, em Ipojuca, com a presença do Mestre Bibiu, do Mamulengo de Carpina.
Em 11 de setembro, é a vez de Pilar, em Alagoas, receber o maracatu, acompanhado do Guerreiro Treme Terra do Mestre Edvar Vicente. A rota se encerra no Quilombo da Mussuca, em Sergipe, terra da Mestra Nadir, com oficinas e apresentações que unem o São Gonçalo da Mussuca e o Samba de Pareia.
Criado pelo produtor cultural Afonso Oliveira, o projeto é inspirado pelas canções de Milton Nascimento e pela história do Sítio Chã de Camará. “O Brasil precisa de projetos que aproximem povos originários e quilombolas para celebrar, comer juntos e tocar juntos. As culturas populares se fundam nesses rituais”, afirma.
Para o Mestre José Lourenço, líder do Estrela de Ouro, a caravana também é um presente antecipado para os 60 anos do grupo em 2026. “Mostramos que temos responsabilidade em representar Pernambuco e trocar saberes com outros mestres. Levamos o Mestre Caboclo Zé Mário, com 75 anos, e também jovens, para manter viva nossa cultura. A expectativa é muito forte”, resume.
Mais que apresentações, o Caminhos do Brasil Rural articula comunidades, preserva tradições e fortalece uma rede que mantém o maracatu e outras expressões populares vivos e vibrantes. Um Brasil que se encontra, canta e dança no compasso do tambor.
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