COLUNA
Pedro Sobrinho
A cultura é rica e diversa. Como jornalista convido você pra colar na coluna PEDRO SOBRINHO com resenhas e abordagens sobre: artes visuais (pintura, escultura, fotografia), música, literatura
Julho das Pretas

Preta Gil e o Julho das Pretas

25 de julho, dia internacional da Mulher Negra, Afro Latino-Americana e Caribenha, também conhecido no Brasil como Dia de Teresa de Benguela.

Pedro Sobrinho / Jornalista

Atualizada em 25/07/2025 às 23h03

Hoje 25 de julho de 2025. O Brasil que celebra e promove os direitos e a luta das mulheres negras em diversas esferas da sociedade, tendo como marco principal o Dia Internacional da Mulher Negra, Afro-Latino-Americana e Caribenha, também conhecido no Brasil como Dia de Tereza de Benguela. Sextando e dando o 'start' como colaborador desta coluna reverenciando a força, a resistência e a luta das mulheres pretas deste Brasil, em especial as maranhenses, contra o racismo e o sexismo.

A música brasileira de luto com a perda de Preta Gil

Achei esta foto emblemática: Liniker (que estará em São Luis, dia 23 de agosto, com o show da turnê Caju, concorrido e premiado), num gesto de amor fraternal com Preta Gil, e vice-versa. Portanto, resolvi colocar na vitrola "Preta Pretinha", uma canção dos Novos Baianos, lançada em 1972 no álbum Acabou Chorare. E no meio à audição o texto magnífico de André Santana como leitura rasgando elogios sinceros a esta mulher que leva o Preta no nome.

"Preta Gil, 50 anos, nos deixou no último domingo, 20 de julho, (DIA DO AMIGO), em Nova York, onde fazia um tratamento experimental após ter enfrentado, no Brasil, um câncer descoberto em 2023. A partida precoce da cantora, que se despede neste dia 25 de julho, dos fãs, família e amigos íntimos, nos faz olhar para sua trajetória artística e enxergar um símbolo de coragem e liberdade que pulsa em tantas mulheres, sobretudo pretas, que seguem enfrentando preconceitos diários, principalmente quando ousam assumir seus corpos, sua sexualidade e seu desejo de brilhar;

"Preta" tornou-se nome próprio, sem deixar de ser adjetivo de quem não tem medo. E também sinônimo do verbo lutar, porque é preciso ter muita coragem para ser preta neste mundo, mesmo nascendo em uma família que ofereceu segurança e a possibilidade de sonhar.

O preconceito tentou, mas não conseguiu impedir que Preta fosse livre.

Ser filha Gilberto Gil, um artista tão admirado e aplaudido também é um desafio. Há cobranças, comparações, expectativas, especialmente quando se escolhe o mesmo caminho da arte. Preta assumiu esse risco. Não seguiu o mesmo estilo musical do pai, encarou as críticas por não ter a mesma densidade e os ímpetos de novidade dele.

Preferiu fazer música pop dançante e alegre, que também a vincula ao seu berço, onde aprendeu o amor ao palco, à comunicação com o público, a fé na festa, a entrega ao carnaval, e a assumir a missão generosa de quem canta com verdade.

Na doença, manteve o propósito de inspirar, sendo sempre transparente e mantendo a fé e a gratidão.

O Brasil torceu por sua recuperação como quem torce por um futuro com menos preconceito e mais diversidade".


As opiniões, crenças e posicionamentos expostos em artigos e/ou textos de opinião não representam a posição do Imirante.com. A responsabilidade pelas publicações destes restringe-se aos respectivos autores.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.