PH: Lourival Serejo na ABCL
E mais: Festa em Presidente Dutra
Interiorização em movimento
A Academia Maranhense de Letras (AML) deu mais um passo em seu projeto de interiorização com uma caravana cultural ao município de Barra do Corda.
No auditório da Academia Barracordense de Letras (ABCL), acadêmicos da AML participaram de um encontro com estudantes universitários, em parceria com a Federação das Academias de Letras do Maranhão (FALMA).
Livros publicados pelo selo da AML foram distribuídos entre os jovens, num gesto de incentivo à leitura e ao pensamento crítico.
Letras em sintonia
O ponto alto da programação foi a reunião conjunta entre AML e ABCL, conduzida pelos presidentes Lourival Serejo e Tâmara Pinto.
Em discursos alinhados, ambos defenderam o papel das academias como núcleos irradiadores de leitura crítica e formação cidadã.
O presidente da FALMA, César Brito, reforçou a missão de formar novos leitores.
Já os acadêmicos Félix Alberto Lima, José Ewerton Neto e Alex Brasil abordaram o impacto das ações literárias em escolas e comunidades, ressaltando o papel transformador da poesia e da literatura.
Honrarias e memória
A jornada foi encerrada com a palestra “Maranhão Sobrinho: Barra do Corda e as raízes do Simbolismo”, proferida pelo acadêmico Kissyan Castro, da ABCL.
Na sequência, o público assistiu a uma apresentação da banda municipal e a um espetáculo teatral que revive a fundação da cidade.
Em sessão extraordinária da Câmara Municipal, com a presença do prefeito Rigo Teles, os acadêmicos Lourival Serejo e Félix Alberto Lima foram homenageados com o título de Cidadão de Barra do Corda, em reconhecimento às contribuições culturais de ambos ao município.
Festa em Presidente Dutra
Caravanas e mais caravanas começam a se deslocar nesta sexta-feira de São Luís e outras cidades do interior do Estado, para participar, neste fim de semana, em Presidente Dutra, da grande festa organizada pelo vereador André Jardins em homenagem a este repórter e conterrâneo PH.
A ex-governadora e atual deputada federal Roseana Sarney está sendo esperada no evento que será realizado no espaço Avenida House, com a participação de vários grupos musicais do Estado,
Lideranças políticas e empresariais da região dos cocais também estão confirmando presença.
Ou seja: tudo indica que será o maior acontecimento social dos últimos tempos na minha cidade natal.
DE RELANCE
Orgulho de não ver
Fazemos coro com o jornalista Paulo Germano quando lembra um dos textos mais debatidos da história da humanidade, o Mito da Caverna não envelhece.
Faz mais de dois milênios que Platão descreveu com espantosa precisão como funciona a ignorância humana – e como tanta gente escolhe ser prisioneira dela. De vez em quando, vale a pena relembrar.
Um grupo de pessoas nasceu e cresceu dentro de uma caverna escura, todos com braços, pernas e pescoços acorrentados. Era meio chato, porque só conseguiam olhar para o fundo da gruta. E ali, na parede de trás, eles viam as sombras projetadas por uma fogueira acesa lá fora. Ou seja, para aquela turma, as sombras eram a realidade: aquele mundinho minúsculo, limitado e fictício era, na cabeça dos presos, o mundo real.
Até que um deles escapou.
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No início, achou estranho. Seus olhos doeram com tanta luz, mas logo se deslumbrou com a liberdade, a paisagem, as cores e as possibilidades da vida.
Feliz com a descoberta, correu de volta para contar aos amigos. Mas, ao entrar na caverna de novo, foi a escuridão que afetou seus olhos. Todos acharam que o sujeito tinha ficado cego – e completamente louco, porque parecia falar sobre outro planeta.
Solução: mataram o coitado. Vai que ele atraísse mais gente para fora da caverna. Todos acabariam doentes também? Não mesmo, tchau para ele.
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Dois mil e quatrocentos anos depois, a gruta continua lotada.
Há quem considere perfeitamente aceitável, por exemplo, Donald Trump nos presentear com uma guerra comercial, porque, se for para livrar Bolsonaro da cadeia, que se explodam a economia, o agro, os empregos e aquela conversa de Brasil acima de tudo.
Também há quem julgue razoável a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) contratar maquiadores com dinheiro público, ou Janja enfileirar todo tipo de arroubo ególatra achando que a faixa também é dela.
O curioso é que os dois grupos juram enxergar tudo com clareza. Pensam que só o outro lado é cego, mas todos estão lá, hipnotizados por sombras que alimentam fantasias, ouvindo apenas o eco da própria bolha e prontos para apedrejar quem acender a luz – e a luz, é bom lembrar, não vem para impor verdades, mas para iluminar o que deveríamos ver.
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Não tem nada de errado em torcer, abraçar uma ideologia, admirar um líder.
O problema começa quando a lealdade é tanta que a pupila se fecha. Quando a devoção vira miopia. Quando a sombra parece mais confortável que o mundo.
Porque aí a caverna deixa de ser prisão para virar crença – e a ignorância deixa de ser obstáculo para virar identidade.
Homenagem a Gustavo Sauáia
O advogado Gustavo Sauáia de Oliveira teve o seu nome aprovado como Membro Benemérito da Academia Maranhense de Letras Jurídicas (AMLJ).
A indicação e aprovação do título foi feita durante a Assembleia Geral Extraordinária da Academia, realizada no dia 15 de julho, por proposição de autoria do presidente da Casa, Júlio Moreira Gomes Filho, acolhida à unanimidade em conjunto com os confrades Luis Augusto (Guto) Guterres e Sérgio Tamer, de acordo com o art. 3º, parágrafo 4º, do Estatuto Social, e art. 6º, do Regimento Interno.
A entidade é filiada à Academia Brasileira de Letras Jurídicas.
Guerrilha do Araguaia
O Cine SESC Deodoro recebe no próximo dia 23 de julho, às 19h, a exibição do documentário "Doutor Araguaia", longa-metragem que resgata a história do médico João Carlos Haas Sobrinho, desaparecido político da Guerrilha do Araguaia durante a ditadura militar brasileira.
Com direção de Edson Cabral e roteiro de Sônia Haas, irmã do protagonista, o filme oferece um olhar sensível sobre a trajetória do jovem médico gaúcho que, movido por ideais de justiça social, atuou voluntariamente nas comunidades rurais do Maranhão e Tocantins e acabou morto pelas forças do regime em 1972.
Com 90 minutos de duração, o documentário traz entrevistas com ex-guerrilheiros, camponeses, familiares e estudiosos, além de cinco músicas inéditas.
A entrada é gratuita, com retirada de ingressos pela plataforma Sympla.
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Após a exibição de "Doutor Araguaia", haverá bate-papo com o diretor Edson Cabral, reforçando o caráter de diálogo e reflexão da obra, que já percorreu diversas cidades brasileiras e foi selecionado para o Lisboa Indie Film Festival (LISBIFF) 2025.
Mais que um filme, “Doutor Araguaia” é um gesto de resgate histórico e homenagem à resistência popular silenciada pela ditadura militar brasileira.
A produção conta com recursos da Lei Paulo Gustavo e apoio institucional da Fundação Maurício Grabois.
Licenciamento ambiental
Em uma derrota do governo Lula, o Congresso aprovou, por ampla maioria, um projeto que flexibiliza o licenciamento ambiental.
Amplamente criticada por ambientalistas, a proposta permite atividades como mineração e exploração de petróleo na margem equatorial com prazos mais curtos para concessão de licenças, limitando o papel de órgãos de fiscalização como o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente).
Os críticos do apelidado “PL da Devastação” afirmam que a medida fragiliza a proteção de florestas, rios e comunidades tradicionais – e justamente nas vésperas da COP30, a conferência do clima a ser recebida pelo Brasil em novembro.
Já seus defensores afirmam que ela desburocratiza os licenciamentos ambientais, “destravando” investimentos.
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A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que a lei existente não foi aperfeiçoada, como deveria ser numa democracia, mas “decepada”.
O governo Lula estuda vetar trechos mais sensíveis do texto, mas a bancada ruralista afirma ter votos para derrubar os vetos.
Como ONGs reagiram
A aprovação do projeto de lei que reformula as regras do licenciamento ambiental no país foi imediatamente repudiada por organizações ambientais, científicas e representantes indígenas, que classificaram a medida como o “maior retrocesso ambiental das últimas quatro décadas”.
O Observatório do Clima, principal rede de entidades ambientais do país, emitiu nota afirmando que o projeto “desmonta o principal instrumento de controle dos impactos ambientais de empreendimentos no Brasil”.
O Greenpeace Brasil pediu o veto integral da proposta, destacando como principal ponto crítico o autolicenciamento.
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) enumerou os riscos do projeto: fragilização do controle; dispensa de licenciamento para atividades agropecuárias; desrespeito a compromissos climáticos; ameaça direta à biomas; violação de direitos de indígenas e comunidades tradicionais.
O WWF-Brasil foi mais contundente: “O Congresso acaba de assinar a maior licença para destruir o meio ambiente em 40 anos”. A organização alertou que os danos poderão ser irreversíveis.
Brandão fica no governo até o fim
Analistas do tabuleiro político do estado afirmam que dois fatos ocorridos na semana que passou sinalizaram fortemente que o governador Carlos Brandão (PSB) se prepara, efetivamente, para colocar em prática o projeto de permanecer no cargo, abrindo mão de disputar o Senado.
O projeto do governador seria lançar o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), à sua sucessão.
O primeiro fato foi a declaração do senador Weverton Rocha (PDT) em entrevista à TV Mirante, afirmando que o chefe do Executivo maranhense vai coordenar a corrida eleitoral, sugerindo que ele permanecerá no cargo.
O segundo foi a manifestação de 25 dos 31 vereadores de São Luís em apoio à pré-candidatura de Orleans Brandão ao Palácio dos Leões.
O recuo de Eduardo Braide
Há rumores, cada vez mais fortes, de que o prefeito Eduardo Braide (PSD), estaria propenso a desistir de entrar na disputa ao Governo do Estado em 2026, permanecendo no cargo até o fim do mandato municipal.
A falta de manifestação do prefeito sobre o assunto faz crescer os rumores que correm nos meios políticos locais.
É verdade que Eduardo Braide lidera as pesquisas de intenções de voto com larga vantagem, mas até agora não disse uma só palavra sobre o seu projeto futuro.
Por conta desse silêncio, cresce a cada dia o número de vozes que afirmam que ele não mais estaria disposto a deixar a Prefeitura de São Luís para concorrer ao Governo do Estado.
Para escrever na pedra:
“Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, do que sonha a tua vã filosofia”. De William Shakespeare
TRIVIAL VARIADO
Batalha verbal: o presidente Lula reafirmou a intenção de negociar com o presidente dos EUA, Donald Trump, para reverter a sobretaxa de 50% aplicada a produtos brasileiros, mas afirmou também que pode retaliar taxando empresas digitais americanas.
Preferência: um terço dos bolsonaristas prefere Michelle Bolsonaro caso o ex-presidente permaneça inelegível. Tarcísio de Freitas e Eduardo Bolsonaro aparecem empatados, atrás da ex-primeira-dama.
Veto de Lula: o governo Lula apontou o impacto nas contas públicas como argumento para justificar o veto ao aumento do número de deputados na Câmara. Desde o final de junho, Lula manifestou desejo de vetar a proposta.
Gastos sem controle: uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito e a Offerwise, revelou um dado preocupante: 54% dos consumidores brasileiros não controlam os gastos mensais com cartão de crédito.
Em tempo: o estudo ainda mostra que 82% dos usuários que recorrem ao crédito rotativo não sabem qual é a taxa de juros cobrada. Entre os que afirmam conhecer esse número, a média estimada chega a 12% ao mês, uma taxa que pode comprometer o orçamento familiar de forma significativa.
Mais antigos: na Academia Brasileira de Letras, Carlos Nejar, 86, faz 37 anos de casa. É o 3º imortal com mais tempo na ABL, atrás de Arnaldo Niskier, 90, e de José Sarney, 95, que é o decano.
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